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Vista geral da cidade de Londrina, no norte do estado. Na foto, prédios do centro da cidade
Vista geral da cidade de Londrina, no norte do estado. Na foto, prédios do centro da cidade| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo/ Arquivo

A proximidade das eleições municipais, que ocorrem em outubro, suscita o debate em torno dos desafios das cidades (veja aqui quem são os prováveis candidatos nos maiores municípios do Paraná). Em Londrina, segunda maior cidade do estado, a industrialização, o acesso à moradia e a geração de emprego devem estar no centro das discussões. Confira:

3 áreas que precisam melhorar

1. Industrialização

Um dos grandes desafios de Londrina é consolidar o seu desenvolvimento econômico, reforçando a matriz industrial. Segundo dados de 2016 do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), o peso da industrial londrinense na produção de riqueza do município é de 18,7% - o ideal seria entre 20% e 30%.

A cidade é referência em Tecnologia da Informação e tem uma base razoável de empresas do setor metalmecânico. Mas ainda tem o desafio de diversificar a sua matriz industrial, buscando atrair indústrias dos setores químico-farmacêutico, de alimentos, metalmecânica. “Londrina precisava ter duas ou três empresas que puxassem outras. Não podemos pensar apenas em indústrias de alta tecnologia e sim em empresas que gerem emprego em todas as camadas da população”, afirma Ary Sudan, ex-vice-presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).

Além do desafio de atrair novas empresas, a cidade enfrenta a competição com os vizinhos. Em novembro de 2018, sete indústrias anunciaram que estavam trocando Londrina por Ibiporã.

Diante do cenário, Londrina vem tomando algumas medidas, como a atualização em curso da Política de Desenvolvimento Industrial e a implantação do Parque Industrial na zona Norte, cujo projeto está em fase final de elaboração e deve ser licitado neste ano. O parque será em sistema de condomínio fechado e receberá um empréstimo de R$ 25 milhões do Estado.

Uma das empresas que já anunciou investimentos no futuro condomínio industrial foi a J.Macêdo, que deve construir um complexo com moinho de trigo, duas fábricas – uma de biscoito e outra de massas –, um centro de distribuição e um centro tecnológico de pesquisa e inovação sobre o trigo. A expectativa é que sejam investidos pelo menos R$ 500 milhões na unidade, gerando 1,5 mil empregos diretos e mais de 3 mil indiretos. “Ele [parque industrial] já vai inaugurar com uma centena de empresas instaladas, porque já estamos trabalhando junto as empresas que ali vão se instalar”, afirma o prefeito Marcelo Belinati.

2. Moradia

De acordo com dados da Companhia de Habitação de Londrina (Cohab-LD), existem 73 áreas de ocupação irregulares, onde vivem em torno de 4 mil famílias. A maioria dessas áreas está em terrenos públicos ou privados e que não atendem os requisitos para a regularização fundiária. “Moradia para a população mais carente é um problema sério. Há muitas famílias em ocupações irregulares e que necessitam políticas públicas, como financiamento e outras medidas para solução”, afirma Roger Striker Trigueiros, presidente do Observatório de Gestão Pública de Londrina.

O atraso no repasse de recursos do Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, dificulta a redução da fila da casa própria. O condomínio Alegro Villagio, com 144 apartamentos na zona Sul, está com as obras paralisadas. A entrega dos imóveis estava prevista para outubro de 2017, mas as obras foram paralisadas após a construtora falir. O empreendimento foi licitado novamente e retomado em julho, mas a nova construtora suspendeu os trabalhos por atraso no repasse dos recursos.

No primeiro semestre de 2019, a Cohab-LD anunciou dois empreendimentos voltados para famílias com renda de até R$ 2,6 mil, uma parceria entre o município e a Caixa Econômica Federal: um residencial na zona Norte, com 128 apartamentos, e outro na zona Leste, com 19 casas.

3 - Emprego

“A questão de trabalho é outro problema a ser solucionado na cidade. Não é questão apenas de ter mais empresas na cidade, mas de pequenos financiamentos às já existentes para que possam se desenvolver”, diz Trigueiros, do Observatório de Gestão Pública de Londrina.

No geral, o quadro de empregos em Londrina ficou praticamente estagnado em 2019, segundo dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged). Nos 12 meses encerrados em novembro, ocorreram 70.715 admissões com carteira assinada, contra 70.260 desligamentos, gerando um saldo positivo de 455 vagas.

3 avanços a serem mantidos

1. Compras Londrina

O programa Compras Londrina, desenvolvido pela Secretaria de Gestão Pública, tem atraído o empresário local para as compras públicas, fazendo com que o dinheiro permaneça na cidade. No início da atual gestão municipal, 14% do que a prefeitura comprava em bens, serviços e produtos eram de empresas de Londrina. Atualmente é mais de 40%, o que significa cerca de R$ 50 milhões injetados na economia local.

“É um trabalho conjunto da prefeitura, com a associação comercial [Acil] e o Sebrae no sentido de qualificar os nossos empresários para participarem das licitações do município”, comenta o prefeito Marcelo Belinati.

O programa conta com o suporte do Núcleo Interdisciplinar de Gestão Pública, da Universidade Estadual de Londrina. “Creio que aproximar a administração municipal da principal instituição formadora de ideias da cidade, o que já deveria ter sido feito há muito tempo face a obviedade dos benefícios aos dois órgãos públicos, trouxe e trará a possibilidade de visualização, planejamento e execução com muita probabilidade de acertos nas decisões administrativas”, diz o presidente do Observatório de Gestão Pública.

2. Transparência

A transparência na gestão pública vem conquistado avanços. Londrina assumiu, em 2019, o topo do ranking da transparência, de acordo com a Escala Brasil Transparente, desenvolvida pela Controladoria-Geral da União (CGU). O município saltou do 585° lugar em 2016, entre os 671 municípios avaliados, para 20ª posição em dezembro de 2018, e recentemente assumiu o primeiro lugar.

Foram implementas uma série de ações para chegar ao topo, como a criação da Escola de Governo, qualificação dos servidores, secretarias foram interligadas, informatização da prefeitura, adesão aos pontos da Lei de Acesso à Informação.

As contas estão equilibradas. Londrina saiu de 49% de gastos com funcionalismo público para 43,28% após rearranjos administrativos.

3. Obras

A prefeitura está investindo em obras nas áreas de educação, saúde e infraestrutura urbana. Estão em reforma, por exemplo, o Pronto Atendimento Infantil (PAI) e a Maternidade Municipal Lucilla Ballalai. Nove unidades básicas de saúde foram reformadas, seis estão em andamento e mais oito devem ser iniciadas ainda este ano. Na educação há 42 escolas e creches em reforma.

A Rua Sergipe, principal corredor de comércio da cidade, virou o ano em obras. O projeto de R$ 1,4 milhão prevê melhoria e adequação de calçadas, mobiliário urbano, iluminação ornamental e paisagismo.

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