Oficialmente, as eleições municipais de 2020 ainda não começaram. Mas, em meio a negociações e movimentações de bastidores, partidos e lideranças políticas, é possível entender como se desenha a corrida pela prefeitura de Ponta Grossa. Veja os nomes que já despontam como possíveis candidatos:
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Marcio Pauliki (SD)
O ex-deputado estadual Marcio Pauliki (SD) deve ser o primeiro a oficializar uma pré-candidatura em um evento previamente agendado para o fim de outubro. Empresário, Pauliki está sem cargo eletivo desde o início do ano, já que não conseguiu uma vaga na Câmara Federal durante as eleições de 2018.
A pré-candidatura não é nenhuma surpresa. Pauliki afirmou por diversas vezes que tem vontade de participar da disputa eleitoral e, nas redes sociais, já apresenta algumas propostas para a cidade. A maior incógnita é em relação às alianças para o próximo ano. Até agora o único apoio praticamente confirmado é o do PDT, partido que o levou à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) em 2014 e que atualmente conta com duas cadeiras na Câmara de Ponta Grossa. Ele deve seguir no Solidariedade, partido onde ocupa o cargo de presidente do diretório estadual.
Aliel Machado (PSB)
Também é praticamente certa a participação do deputado federal Aliel Machado (PSB) na disputa. O parlamentar é atualmente o principal nome de oposição ao atual prefeito Marcelo Rangel (PSDB). Os dois, inclusive, protagonizaram o segundo turno das eleições municipais de 2016 – a vitória de Rangel veio por uma diferença de 10% dos votos válidos.
Pesa a favor de Aliel o fato de que ele é o único deputado federal de Ponta Grossa em atuação no Congresso, já que Sandro Alex (PSD), também eleito, assumiu a pasta de Infraestrutura e Logística no governo de Carlos Massa Ratinho Junior (PSD). O posicionamento de centro-esquerda do partido, no entanto, pode pesar em uma cidade onde Jair Bolsonaro (PSL) recebeu quase 74% dos votos válidos nas últimas eleições.
Daniel Milla (PV)
Outro concorrente praticamente certo na disputa é o atual presidente da Câmara Municipal de Ponta Grossa, Daniel Milla (PV). Por mais que não fale abertamente sobre a candidatura, Milla deixa claro que não tentará uma reeleição como vereador e que tem bastante vontade de ser prefeito. Existe a possibilidade, inclusive, de que ele seja o nome apoiado pelo atual prefeito, Marcelo Rangel, que terá de deixar o cargo após oito anos.
O Partido Verde, no entanto, não deve ser a legenda de Milla nas eleições. Ele confirmou que irá se desfiliar do PV na janela partidária e que ainda não definiu o destino. O atual presidente da Câmara só está no partido porque foi convidado, ainda em 2015, por Álvaro Dias, atualmente no Podemos, e que na época integrava a sigla. “Só não vou ser extremismo, de 100% direita ou 100% esquerda”, garante. Anteriormente Milla era filiado ao PSDB.
Conta a favor dele a boa relação que possui com várias lideranças e partidos políticos em Ponta Grossa – articulação, inclusive, que o levou à presidência da Câmara no início de 2019.
Elizabeth Schmidt (sem partido)
A maior incógnita das eleições municipais em Ponta Grossa gira em torno da sucessão de Marcelo Rangel, que ainda não sabe – ou não revelou – quem irá apoiar no pleito. Uma das possibilidades é a vice-prefeita Elizabeth Schmidt. O líder do Executivo afirmou recentemente que a vice seria a sua “sucessora natural”, apesar de também ter citado outros nomes para dar sequência ao trabalho.
Professora, Elizabeth Schmidt já assumiu a prefeitura em alguns períodos de férias de Rangel e também quando o prefeito segue para viagens internacionais. Apesar de dizer que tem vontade de ser prefeita, Elizabeth leva em consideração um ‘porém’ vindo do lado familiar: alguns parentes preferem que ela não siga na vida política devido ao desgaste físico e mental provocados pela atividade pública. Elizabeth está sem partido desde o ano passado, quando deixou o PSB.
Felipe Passos (PSDB)
Outro nome ventilado na disputa é o do vereador Felipe Passos (PSDB). Com uma história de vida que gerou bastante comoção na cidade (ficou paraplégico após ser baleado durante um assalto em 2013), Passos foi o segundo vereador mais votado em 2016. Ele também conquistou uma votação expressiva na busca por uma vaga na Câmara Federal em 2018 – foram 49,6 mil votos, sendo 25,6 mil somente em Ponta Grossa.
No entanto, a candidatura ainda depende de alguns acertos. Apesar de ser presidente do diretório municipal do PSDB, Passos precisará do ‘aval’ de Marcelo Rangel, do mesmo partido, se quiser sair candidato – já que o prefeito é muito próximo da cúpula tucana estadual e, caso lance outro nome como sucessor, tentará evitar a concorrência do vereador.
Outra opção de Passos é trocar de partido. Também se ventila a possibilidade de o vereador compor uma chapa como vice-prefeito, apesar de essa não ser a sua preferência.
Álvaro Góes (sem partido)
A ascensão meteórica do Operário Ferroviário no futebol nacional faz com que o nome do presidente do grupo gestor do clube, Álvaro Góes, ganhe uma força importante no tabuleiro das eleições municipais. O empresário é assediado por outros grupos, como o de Marcio Pauliki e o do próprio Rangel.
Também existe uma aproximação de Góes com o Podemos, partido ligado ao grupo político do apresentador, ex-prefeito e ex-deputado estadual Jocelito Canto (PSC) – um dos principais nomes das eleições de 2020, mesmo do lado de fora da disputa. A pedido do senador Alvaro Dias (Podemos), Góes recebeu o convite para se filiar ao partido e participar da disputa eleitoral, direta ou indiretamente.
O empresário ainda não confirmou aliança com nenhum grupo político, mas não esconde a vontade de participar das eleições. Caso não se confirme o apoio de Góes a Jocelito, o apresentador deve lançar uma de suas filhas, Joce Canto (Podemos), para compor uma chapa como vice. Mas a decisão pode depender do aval de Ratinho Junior (PSD), já que o governador possui laços bastante estreitos com ele e também com Marcelo Rangel – e possivelmente não permitirá que dois aliados políticos disputem as eleições como rivais.
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PSL
Quem também deve ter protagonismo nas eleições em Ponta Grossa é o PSL. No entanto as lideranças do partido na cidade ainda não entraram em consenso sobre quem deve ser o candidato. O diretório local era liderado pelo vereador Ricardo Zampieri até o mês de junho, quando o presidente estadual do partido, Fernando Francischini, o tirou da coordenação para colocar o advogado Helenton ‘Tito’ Fonseca no lugar.
Tito garante que o nome escolhido pelo diretório para disputar as eleições é o do presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG), Douglas Taques Fonseca - que ainda precisa ser convencido a participar do pleito. “Ele ainda não confirma [a participação], mas é o nome que gostaríamos de ver como prefeito em Ponta Grossa”, afirma.
No entanto a saída de Ricardo Zampieri da presidência local do partido gerou certo desconforto por parte do vereador, que busca junto às lideranças nacionais da legenda a retomada do diretório e a possibilidade de se lançar como candidato a prefeito. A atual diretoria em Ponta Grossa, entretanto, garante que o nome de Zampieri está descartado.
Pedro Wosgrau Filho (PP)
O Progressistas pretende lançar candidatos a prefeito em todas as grandes cidades paranaenses, em uma estratégia que busca as próximas eleições estaduais. Em Ponta Grossa, o principal nome do partido é o do ex-prefeito Pedro Wosgrau Filho. Lideranças do diretório municipal colocam o nome de Wosgrau na lista, apesar do ex-prefeito afirmar que não pensa em retornar à Prefeitura. Caso ele mantenha essa decisão, nomes como o do comunicador João Barbiero (PP) e do ex-reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e ex-secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos Gomes (PP), podem ser lançados.
Em declaração recente, Marcelo Rangel considerou o nome de Wosgrau como um dos principais opositores nas próximas eleições – ao lado de Aliel Machado (PSB).
Professor Gadini (PSol)
Partidos de esquerda negociam para criar uma grande frente em torno do nome do professor Sérgio Luiz Gadini (PSol) em Ponta Grossa. A informação foi confirmada, inclusive, pelo presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, durante viagem ao Paraná em agosto. “Como linha geral, temos trabalhado com a ideia [frente única da esquerda] e nós vamos estimular o diálogo – não necessariamente as alianças – com os partidos de esquerda e centro-esquerda, que são oposição ao governo Bolsonaro”, explicou, citando o nome de Gadini como o principal do partido.
Outros nomes
Por outro lado, nomes como o do ex-vereador Julio Kuller (MDB), do secretário municipal de Planejamento e Infraestrutura, Celso Sant'Anna, e da empresária Indianara Milléo não estão descartados do páreo. Um nome do PT, ainda não oficializado pelo partido, também pode aparecer na disputa.
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