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Projeção do novo bairro que será erguido no terreno do Autódromo Internacional de Curitiba, em Pinhais, na região metropolitana. Pista vai virar parque.
Projeção do novo bairro que será erguido no terreno do Autódromo Internacional de Curitiba, em Pinhais, na região metropolitana. Pista vai virar parque.| Foto: Divulgação / Bairru Urbanismo

O Autódromo Internacional de Curitiba (AIC), em Pinhais, na Região Metropolitana, começa a dar lugar em 2022 a um novo bairro planejado pelo escritório Jaime Lerner Arquitetos Associados. Em dezembro, a pista será fechada para o início das obras do novo empreendimento.

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Um dos últimos projetos assinados pelo ex-prefeito da capital e ex-governador, que faleceu em maio, a área de 560 mil metros quadrados será um misto de imóveis residenciais, comerciais e de lazer, incluindo a pista de automobilismo, que será transformada em parque. Como contrapartida do empreendimento, a prefeitura de Pinhais ganhará os projetos executivos de duas obras viárias para desafogar o trânsito na cidade, que devem ser executadas pelo governo do estado (leia mais abaixo).

De acordo com a Bairru Urbanismo, incorporadora responsável pela obra, a expectativa é de que 8 mil pessoas morem nas 2,7 mil unidades residenciais do empreendimento. Os imóveis vão de apartamentos pequenos, de 30 m2, a maiores, de 200 m2, até residências de alto padrão. Já a circulação do público de outros bairros e cidades vizinhas deve chegar a 20 mil pessoas aos finais de semana, atraídos não só pelo parque.

Serão 290 imóveis comerciais e de serviços, incluindo um polo gastronômico com mercado de alimentos, bares e restaurantes, além de escritórios e lojas. Os edifícios serão no conceito de fachada ativa, ideia lançada por Lerner nos imóveis das canaletas de expresso nos anos 1970, em que os andares térreos são destinados ao comércio.

Haverá também uma área exclusiva no bairro para grandes redes varejistas, como supermercados ou lojas de departamento. A incorporadora ainda pretende transformar o novo bairro em um polo tecnológico, com atração de startups - empresas que criam soluções tecnológicas, principalmente aplicativos, para as mais diversas áreas.

"O empreendimento não será um condomínio fechado. Será um novo bairro, com circulação livre de pessoas, com espaços públicos de qualidade, áreas compartilhadas de lazer, comércio e serviços acessíveis a pé para quem for morar no empreendimento. Tudo conforme preconizava o Jaime Lerner", afirma o diretor de projetos da Bairru, Carlos Eduardo Rodrigues.

A Bairru vai investir R$ 50 milhões na implantação da infraestrutura do novo bairro, cujas obras devem dar largada no início de 2022. Essa fase inclui a divisão dos lotes, implantação de rede de energia, água e esgoto, demarcação de ruas, entre outras benfeitorias.

A previsão é de que a infraestrutura seja concluída no prazo de dois anos e meio a três anos para depois iniciar a construção das torres, residências e áreas de lazer. A Bairru calcula que o investimento das construtoras deva chegar a R$ 1 bilhão nos imóveis, com previsão de as primeiras incorporações serem entregues entre 2025 e 2026.

Pista vira parque

Segundo Rodrigues, a manutenção da pista vai manter a memória do autódromo, conforme o desejo dos outros investidores, as duas famílias proprietárias do terreno. Um dos principais circuitos do país, o AIC foi inaugurado nos anos 1960 e fez parte de grandes disputas nacionais, como as provas de Stock Car.

Mesmo virando parque, com a instalação de um lago no meio do traçado, a pista poderá receber provas de automobilismo, mas de menor porte, já que o traçado terá de ser reduzido. "Estamos conversando com a Confederação Brasileira de Automobilismo para estudar a viabilidade técnica de algumas provas, como corridas de carros elétricos", diz o diretor da Bairru.

A partir de de dezembro, o autódromo deixa de sediar corridas para o início das obras do novo bairro. A decisão revoltou pilotos e fãs de automobilismo, que protestaram em frente da prefeitura de Pinhais no fim de setembro.

"Pinhais é conhecida pelo autódromo, que é o melhor do país, depois de Interlagos em São Paulo. Não podemos perder essa história", defende o empresário Diogo Barbosa, que é presidente de um motoclube e foi um dos organizadores do protesto na prefeitura.

Para Barbosa, o ideal seria o autódromo passar por uma recuperação, com a prefeitura buscando uma parceria público-privada para transformar a área em um ponto turístico temático do automobilismo, com museu, comércio específico do tema e outros atrativos. "O público do automobilismo iria consumir no comércio local e o município arrecadaria com essa alternativa", defende Barbosa.

Porém, os investidores do novo bairro afirmaram em audiência pública na prefeitura dia 16 de setembro que há anos o AIC é deficitário. Argumento que levou o empresário Jauvenal de Oms, o Peteco, um dos donos autódromo, e que faleceu em 2019, a transformar a área em empreendimento imobiliário. "Ninguém gosta de automobilismo mais do que eu. Mas é preciso ser realista. Chegamos ao fim da linha. Vamos conservar o circuito apenas", declarou o empresário em entrevista à Gazeta em 2015.

A prefeita de Pinhais, Marli Paulino (PSD), afirma que o déficit da operação atual do AIC também impacta no cofre municipal. Já o novo empreendimento está em linha com as expectativas da prefeitura. "Os proprietários não estão mais tendo lucro e Pinhais também não está mais arrecadando com o autódromo. Então fizemos essa parceria com os investidores para que Pinhais se desenvolva e traga mais desenvolvimento", defendeu a prefeita na apresentação do projeto na audiência pública de setembro.

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Projetos viários e posto de saúde de contrapartida

O empreendimento terá contrapartidas para a prefeitura de Pinhais. Os investidores bancarão R$ 2,5 milhões para elaboração de projetos executivos de obras para desafogar o trânsito em dois gargalos de Pinhais, a Avenida Maurício Fruet e a Rua 24 de Maio. A contrapartida também prevê a construção de um posto de saúde no entorno do novo bairro no valor de R$ 6 milhões.

No caso das intervenções viárias, a prefeitura negocia para que o governo do estado financie as obras a partir do projeto elaborado pelos investidores.

Na Avenida Maurício Fruet, a proposta é implantar a continuação da pista até a Avenida Iraí, uma das principais vias de Pinhais com ligação com Curitiba e Colombo. Para isso, seriam construídos dois viadutos sobre a linha férrea, além de faixas adicionais para retorno.

A Rua 24 de Maio também receberia dois viadutos. Um sobre a linha férrea, conectando a região da Planta Estância Pinhais à Planta Guilherme Weiss. O outro viaduto seria sobre a Avenida Ayrton Senna também fazendo ligação com a Avenida Iraí.

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