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Últimas notícias sobre as eleições 2020 no Brasil: candidatos a prefeito e vereador, pesquisas eleitorais, dicas sobre como votar
Últimas notícias sobre as eleições 2020 no Brasil: candidatos a prefeito e vereador, pesquisas eleitorais, dicas sobre como votar| Foto:

Os pré-candidatos à prefeitura de Curitiba, em regra, têm evitado defender ou criticar enfaticamente a retomada de serviços e reabertura de comércios em suas redes sociais. Esse comportamento estaria relacionado à alta polarização da opinião pública quanto à flexibilização ou não da quarentena em razão do novo coronavírus, o que faria os postulantes ao governo municipal adotarem uma atitude mais neutra.

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A conclusão é de um levantamento realizado pelo Instituto Pólis, que analisou manifestações no Twitter, entre 1º a 23 de agosto, de 10 nomes que pretendem disputar a corrida ao Palácio 29 de Março. A análise leva em conta publicações relacionadas à economia e à reabertura do comércio na capital paranaense, temas que estiveram entre os prioritários no debate político municipal no período.

Para isso, foi utilizado um software de raspagem de dados para selecionar todos os posts que fizeram alguma menção às expressões “economia”, “reabertura”, “abertura do comércio”, “retração”, “comerciantes”, “empresários”, “comércio”, “desemprego”, “subsídio”, “empréstimo micro empresas” e “empréstimo pequena empresas”, o que resultou em um universo de 643 ocorrências.

“Escolhemos o Twitter por ser uma rede social mais isenta”, explica Francieli Manginelli, mestre em sociologia e uma das responsáveis pela pesquisa. “Quando rastreamos comentários nas páginas oficiais dos pré-candidatos no Facebook, é mais provável que as mensagens sejam de apoio”, diz.

Entraram no estudo publicações de Fernando Francischini (PSL), Rafael Greca (DEM), Ney Leprevost (PSD), Luizão Goulart (Republicanos), Gustavo Fruet (PDT), Dr. João Guilherme (Novo), Paulo Opuszka (PT) e João Arruda (MDB). As pré-candidatas Camila Lannes (PCdoB) e Letícia Lanz (Psol) também foram consideradas, mas não fizeram nenhuma postagem relacionada ao tema escolhido no período analisado, enquanto Carolina Arns (Podemos) não tem conta na rede social objeto do estudo.

Após a seleção dos tweets que se referiam ao tema da economia municipal, as pesquisadoras classificaram o conteúdo em três grupos: “solidariedade” – publicações de apoio ao eleitorado –, “divulgação de iniciativa” – posts de publicidade a projetos parlamentares ou propostas de ação de campanha – e “crítica” – tweets contrários à condução da agenda econômica pelo atual prefeito, Rafael Greca (DEM), ou pelo governador do estado, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD).

Resultados

O comportamento destoante do restante do grupo, como era de se esperar, é o de Greca, que utiliza seu espaço na rede social basicamente como vitrine para as ações da prefeitura. Segundo as responsáveis pelo estudo, não houve agenda dirigida a segmentos específicos do eleitorado e a discussão sobre a reabertura do comércio aparece de modo discreto, sem uma defesa da medida.

Entre os que adotaram uma posição mais crítica, destacam-se Fruet e Arruda. O ex-prefeito atacou diretamente a atual gestão em temas como o subsídio de até R$ 120 milhões às empresas de ônibus, mas não tomou uma posição concreta sobre a reabertura do comércio nem fez uma defesa específica a alguma categoria do eleitorado. Já o emedebista criticou o timing da reabertura do comércio e a ausência de um plano para micro e pequenos empresários.

Francischini e Luizão fizeram principalmente divulgações de iniciativas próprias como parlamentares. Mas nenhum dos dois tomou posição concreta sobre a reabertura do comércio, nem fez defesa de alguma categoria do eleitorado. Em termos de “solidariedade”, as publicações são genéricas, “em narrativas de proteção ao cidadão/consumidor que vem sofrendo com o impacto da pandemia no quesito econômico”, escrevem as pesquisadoras.

João Guilherme e Opuzska tiveram volumes mais equilibrados de posicionamento nas três categorias do estudo. Quando faz críticas, o candidato do Novo lamenta o número de desempregados e a baixa posição da cidade em rankings de transparência internacional. E como a maior parte dos concorrentes, não toma posição sobre a reabertura do comércio, nem defende alguma categoria específica do eleitorado.

Já o petista, um dos poucos a se posicionar sobre o assunto, adotou tom crítico à flexibilização da quarentena, mas não se dirige a nenhuma categoria especifica, fazendo seus posts de “solidariedade” à população em geral no que diz respeito ao desemprego.

Finalmente, Leprevost é o pré-candidato com o posicionamento mais direto nas críticas a Greca, particularmente contra o subsídio aos empresários do transporte público. Em termos de “solidariedade”, posicionou-se em favor de feirantes e comerciantes do ramo gastronômico e fez intensa “divulgação de iniciativa” (50%) já em clima de campanha, falando, por exemplo, de encontros com segmentos do eleitorado (pequenos comerciantes e donos de buffet). Nesse sentido, é o único que toma posição explícita e clara pela reabertura do comércio, criticando o fechamento dos shoppings aos domingos e a não reabertura das feiras livres.

“Os pré-candidatos ainda se comportam de modo bastante acanhado no que tange a tomada de posição sobre a temática. Certamente a alta polarização da opinião pública pela flexibilização ou não da quarentena é um fator de impacto para esse comportamento um tanto ‘em cima do muro’”, concluem as responsáveis pelo estudo.

“Os resultados não foram muito diferentes do que imaginávamos, mas notamos um tom mais morno do que esperávamos encontrar”, explica Francieli. “Especialmente no Twitter, que tem um viés político mais acentuado, esperávamos colocações mais enfáticas”, diz.

Desde o dia 31 de agosto e até o dia 16 de setembro, os partidos estão em período de convenções, quando filiados se reúnem para escolher os nomes de seus candidatos para o pleito de novembro.

Confira o estudo do Instituto Pólis

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