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Madeira lidera as exportações do Paraná para os EUA.
Madeira lidera as exportações do Paraná para os EUA.| Foto: Gelson Bampi/Agência Fiep

As exportações de produtos paranaenses para os Estados Unidos tiveram um aumento, em valores, de 47,6% em 2021 em comparação com 2020. Passou de US$ 1,017 milhão para US$ 1,501 milhão. O produto líder na pauta de exportação foi a madeira e seus derivados. Placas de madeira, folheados e aglomerados subiram 112,5%. A madeira parcialmente trabalhada, 35,1%; e manufaturas de madeira, 26,8%. A exportação de móveis, também um derivado da madeira, cresceu 32,8% no período.

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Os dados são da Amcham (Câmara Americana de Comércio). Segundo análise da Câmara, as exportações foram impulsionadas pelo aquecimento da demanda interna nos EUA. Especificamente o aumento das exportações de madeira e derivados do Paraná se deve ao aquecimento da construção civil e do mercado imobiliário norte-americano, conforme informações da Câmara Americana.

O aumento foi mais expressivo em valor do que em volume. No caso do principal produto da pauta, folheados de madeira, o aumento em valor foi de 112%, enquanto em volume cresceu 14%. No caso da madeira trabalhada, houve uma pequena queda em volume de 4,5%, mas a valorização do produto foi de 35%.

As importações também cresceram. O Paraná importou mais dos EUA em 2021 em comparação com 2020, mas o crescimento foi bem menor do que as exportações. O aumento nas importações foi de 14,2%. Os principais itens importados foram óleo bruto de petróleo, adubos e fertilizantes e medicamentos.

De acordo com dados do  Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), em 2019, portanto antes da pandemia, os Estados Unidos respondiam por 5,7% de todas as exportações paranaenses. Em 2021, esse percentual passou a 7,9%.

Guerra entre Rússia e Ucrânia vai impactar o mercado em 2022

Paulo Pupo, superintendente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), conta que os volumes exportados do Paraná para os Estados Unidos se mantiveram praticamente estáveis em 2021, com pequenas variações. “O aumento foi mesmo por conta de uma valorização dos produtos e pelo câmbio”, diz.

Ele lembra que durante o período mais crítico da pandemia, a produção caiu e houve um aumento da demanda pelos Estados Unidos, que é o principal mercado do Brasil neste segmento. “A pandemia desencadeou um novo padrão de consumo no mercado norte-americano, com a construção de novas casas e reformas, tudo intensificado pelo modelo de trabalho remoto imposto pela Covid-19”, observa. Segundo ele, os estoques eram baixos, faltou produto e houve uma valorização.

Para este ano, segundo Pupo, a expectativa era por um aumento entre 4% e 5% nas exportações de madeira do Paraná para os Estados Unidos. “Essa era a previsão do começo de 2022, antes da guerra entre a Rússia e a Ucrânia”, diz. Segundo ele,  agora o clima é de apreensão. “A Rússia responde por 22% de toda a produção mundial de madeira. Com as sanções comerciais, os produtos russos podem sair do mercado e dar espaço aos brasileiros. Mas sofremos com o aumento nos combustíveis e a falta de contêineres, situação agravada pela guerra", observa.

“O frete marítimo subiu cerca de 10% com a guerra”, conta. Pupo cita dados da Abac (Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem), que mostram que a cotação do combustível de navegação chegou a US$ 900 (R$ 4.500) a tonelada, em março esse ano. No início de 2020, o preço do produto oscilava em torno de US$ 680 a tonelada.

Segundo o empresário, a madeira brasileira tem qualidade, segue todas as normas e tem as certificações exigidas pelo mercado mundial. “São os fatores externos que nos prejudicam”, diz. “O planejamento hoje nesse ambiente de incerteza é o grande desafio das empresas”, comenta.

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