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Vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (ao centro), se filia ao PSD, rodeado por secretários estaduais.
Vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (ao centro), se filia ao PSD, rodeado por secretários estaduais.| Foto: Divulgação

A ficha de filiação ao PSD, assinada nesta quinta-feira (2) pelo vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, confirma os rumores que circulavam no meio político e, ao invés de encerrar a discussão, abre margem para uma série de conjecturas sobre o rumo da eleição municipal. É que Pimentel, que tem dito que vai se manter na posição de vice de Rafael Greca, numa chapa de reeleição, migrou justamente para o partido do secretário estadual de Justiça, Família e Trabalho, Ney Leprevost, pré-candidato à prefeitura de Curitiba.

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Nesse cenário, ou Pimentel não vai disputar um cargo majoritário ao lado de Greca em outubro ou Ney é que não poderá participar (já que um mesmo partido não pode lançar duas chapas). Para tentar acalmar os ânimos, a filiação de Pimentel foi acompanhada de uma ata em que consta textualmente que a entrada dele no partido não implicaria “nenhuma deliberação futura impeditiva” da candidatura de Ney Leprevost. O documento é datado de 27 de março, portanto há uma semana, e foi assinado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, que é também presidente estadual da legenda.

Contudo, a tal ata tem uma brecha: permite que tudo seja rediscutido e repactuado em uma convenção partidária, que precisaria ser convocada pelo diretório municipal e teria o poder de, democraticamente, votar a melhor solução para o PSD. Na prática, Ratinho Junior mexeu as peças no tabuleiro e abriu dois flancos. Pode tanto apoiar Ney Leprevost, tirando de Greca um aliado político em ascensão, como pode “fornecer” o vice ao atual prefeito, como prova de aliança e, de quebra, afastar um dos principais adversários. É que o prazo para a troca de legenda para os pretendentes às eleições de outubro se encerra no sábado (4) e a garantia dada a Ney Leprevost evitaria que ele fosse para outro partido para viabilizar a candidatura e também impedindo a fragmentação do PSD. Uma terceira vertente, que dependeria de vários fatores, seria a candidatura do próprio Eduardo Pimentel à prefeitura.

O fato é que Ratinho Junior, que nunca escondeu o desejo de “mandar” em Curitiba, desde que perdeu a eleição para prefeito para Gustavo Fruet, em 2012, ganha mais tempo para ver como os ânimos eleitorais se ajeitam nos próximos meses. Nesse jogo de xadrez eleitoral, o governador desenhou um novo caminho para o xeque-mate. Mas, antes de definir que peça avançar, vai observar os próximos movimentos no tabuleiro.

O apoio tácito de Ratinho Junior a Eduardo Pimentel se materializou na foto do momento da filiação, em que aparecem três secretários estaduais, incluindo o chefe da Casa Civil. Guto Silva. Ney Leprevost, que convenientemente estava em um compromisso oficial no atendimento à crise provocada pelo novo coronavírus, não participou da cerimônia para receber o novo filiado. Mais tarde, porém, criticou a chegada do novo correligionário.

A Gazeta do Povo procurou a assessoria de Eduardo Pimentel, que disse que ele preferia não dar entrevista neste momento para explicar a escolha pelo partido ou qual rumo político deve tomar daqui para frente. Em texto distribuído à imprensa, ele menciona que a decisão foi motivada pela “união pelo Paraná” e que a filiação aproxima ainda mais prefeitura e governo estadual.

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