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Abate de frangos em alta no Paraná mesmo com a pandemia de coronavírus.| Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo

Campeão de exportação, o frango paranaense segue tendo resultados positivos de vendas para fora do país, mesmo diante da pandemia do coronavírus e tendo que lidar com surtos da Covid-19 em instalações do estado. O setor fechou o primeiro semestre de 2020 com 825,1 mil toneladas de frango embarcadas ao mercado externo, o que representa uma alta de 4,1%, em comparação com o mesmo período de 2019. Nessa toada, o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) projeta novo aumento para a segunda metade do ano, desta feita de 6%. Além disso, em meio à pressão do Ministério Público do Trabalho por medidas mais rígidas de prevenção nas plantas estaduais, a organização garante segurança nos frigoríficos em relação à nova doença.

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De janeiro a junho deste ano, de acordo com dados do Sindiavipar, 984,7 milhões de aves foram produzidas no Paraná. Isso representa 7,1% mais abates do que nos seis primeiros meses do ano passado. O segmento alcançou o melhor semestre em produção já registrado. Do total de carne de frango produzida pelo Paraná, 66,4% foi destinado ao mercado interno, enquanto 33,6% foi embarcado ao exterior.

Para fora do Brasil, foram enviadas 825,1 mil toneladas de frango, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). No mesmo período de 2019, foram enviadas 792,3 mil toneladas da proteína. O aumento é de 4,1%. Entre os mais de 160 países que recebem o frango paranaense estão a China (177,3 mil toneladas), a África do Sul (67,5 mil toneladas) e os Emirados Árabes Unidos (58,3 mil toneladas).

O presidente do Sindiavipar, Domingos Martins explica que os registros de Covid-19 dentro dos frigoríficos não interferiram nem no volume de produção, nem na imagem do produto, tanto internamente quanto no exterior. "O mundo sabe da qualidade frango paranaense. Seguimos dentro dos parâmetros de qualidade. O status adquirido ao longo do tempo não foi afetado", relata.

Martins afirma que no caso das empresas que precisaram paralisar as atividades temporariamente por causa do coronavírus, a demanda foi enviada a outras unidades fabris e que, por isso, não houve diminuição do volume produzido. "Mesmo com as dificuldades encontradas no mercado, com restaurantes e outros estabelecimentos fechados, conseguimos chegar ao consumidor final. Mantemos nossa projeção de crescimento em 6% para o segundo semestre de 2020", cravou.

Casos confirmados

De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), enviados à Gazeta do Povo nesta quarta-feira (22), há o registro de 2.910 pessoas infectadas dentro de frigoríficos no Paraná. Até a última sexta-feira (17), foram registrados 28 surtos no estado em plantas frigoríficas, ou seja, que tiveram mais de três casos confirmados no mesmo local e mesmo período. Os números referem-se a frigoríficos de abates de diversos animais e não só de frangos.

Com a preocupação de que os surtos possam ser ainda mais frequentes e prejudiciais à Saúde Pública, o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério Público do Paraná (MP-PR) e o Ministério Público Federal (MPF), enviaram, nesta quarta-feira, um ofício ao Secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, pedindo que seja revista a anulação do decreto 855/2020, que estabelece uma série de medidas de segurança aos frigoríficos em relação ao coronavírus. A revogação consta na resolução 913/2020, do último dia 16.

"... diante do cenário de potencial nulidade do ato, o Ministério Público do Trabalho Procuradoria do Trabalho da 9ª Região Ministério Público do Estado do Paraná, Ministério Público Federal, Ministério Público vem solicitar, com urgência, sobretudo pelo cenário de gravidade vivenciado e do constitucional direito à dignidade, à saúde e à vida dos trabalhadores e trabalhadoras de frigoríficos (art. 1º, III e IV, art. 5º caput, art. 6º e art. 7º caput da CRFB/88), que o Sr. Secretário de Saúde proceda a imediata revogação da Resolução SESA nº 913/2020, restabelecendo a plena vigência da Resolução nº 855/2020, pelos fundamentos acima expostos”, diz trecho do ofício.

O texto revogado impunha obrigações e orientações à indústria para prevenção de novos casos de coronavírus e procedimentos a serem adotados na eventualidade do surgimento de casos suspeitos de contágio.

Sindicato garante ambiente seguro

O presidente da Sindiavipar explicou que mais de R$ 100 milhões já foram investidos pelo setor no combate à Covid-19 e que todos os procedimentos estão sendo rigorosamente seguidos. "Os ambientes nos frigoríficos são altamente controlados. Os casos de coronavírus aconteceram em decorrência do que acontece com os funcionários fora da fábrica. Esse é o desafio, o da conscientização, mas podemos afirmar que temos segurança e rigorosos padrões de higiene", finaliza.

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