O gás natural, principal fonte de energia de várias indústrias do Paraná, vai ficar mais caro a partir de maio. O reajuste deve ser de, no mínimo, 14%, mas pode chegar a até 30%. Parte do aumento deve vir do repasse da Petrobras à Compagas pela variação do preço da molécula. Esse repasse acontece a cada três meses e impactaria em 14% no preço final do insumo.
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Mas, neste mês de maio pode acontecer também o ajuste na chamada conta gráfica, que recupera a defasagem acumulada referente à variação cambial e ao preço do barril de petróleo. “Se este ajuste também for computado agora, fala-se na possibilidade de um aumento de até 30%”, diz Fábio Germano, presidente do Sindilouças, sindicato que reúne as indústrias de louça e porcelana do Paraná, um grande consumidor do gás natural.
O Sindilouça e outros sindicatos industriais de setores como papel e celulose, embalagens e cerâmica, estão preocupados com a possibilidade de um aumento tão significativo. Eles se reúnem na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em Curitiba, na terça-feira (3), para debater o tema e definir uma estratégia para tentar barrar a alta no preço. O ajuste no preço é homologado pela Agência Reguladora (Agepar). O tema, no entanto, ainda não entrou na pauta da agência.
De acordo com estudos da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), se o ajuste na conta gráfica acontecer também agora, o aumento no Paraná pode chegar, de fato, a 30%. “O débito gerado na conta gráfica acontece porque o preço do gás na tarifa foi menor que o preço de compra”, explica o diretor da Abrace, Adrianno Lorenzon.
Outros estados recorrem à Justiça para conter alta
Segundo a Abrace, alguns estados brasileiros recorreram à Justiça para fazer valer o menor valor e tiveram liminar favorável. Foi o caso de Santa Catarina, Rio de Janeiro, Ceará, Sergipe e Espírito Santo. “O Paraná não recorreu”, informa o diretor da associação.
O gerente de Assuntos Estratégicos da Fiep, João Arthur Mohr, explica que a intenção é evitar esse ajuste na conta gráfica nesse momento. “Essa defasagem é devido à variação cambial e ao preço do barril do petróleo e isso pode se normalizar de acordo com o mercado, não sendo necessário o repasse”, observa Mohr.
Segundo informações da Fiep, atualmente, o preço final do metro cúbico do gás natural (com impostos) para uma indústria que consome 10 mil metros cúbicos por dia (que é o volume médio consumido pelo setor industrial paranaense) é de R$ 4,98. É 19% mais caro comparado a São Paulo, 26% mais caro que o Rio Grande do Sul e 30% mais caro que Santa Catarina.
A Compagas informa que já encaminhou à Agepar as informações técnicas necessárias, bem como os contratos vigentes. Segundo a distribuidora, a variação no preço do gás natural contratado junto à Petrobras pela Compagas impactará em um reajuste médio de 14% a partir de maio. “O repasse do custo do gás para as tarifas é definido pela Agepar”, diz a Compagas por meio de nota.
Havíamos informado que a definição sobre o reajuste do gás aconteceria na sessão da Agepar desta terça-feira (3). O tema, no entanto, não entrou na pauta, devendo acontecer em outra sessão, ainda sem data definida. Pedimos desculpas pela falha.
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