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Acusado de homicídio, Gilberto Dranka (de azul) disputa a prefeitura de Piên pelo PSL
Acusado de homicídio, Gilberto Dranka (de azul) disputa a prefeitura de Piên pelo PSL| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo/Arquivo

O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) determinou que seja dado prosseguimento, na Vara Criminal de Rio Negro, ao processo em que o ex-prefeito de Piên Gilberto Dranka é acusado de mandar matar o então prefeito eleito da cidade Loir Dreveck. O julgamento, conforme decisão proferida ainda em 2017, será no Tribunal do Júri, em data ainda a ser marcada. A defesa de Dranka, que é candidato à prefeitura de Piên pelo PSL nas eleições de 2020, nega as acusações.

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O homicídio ocorreu no dia 14 de dezembro de 2016. Dreveck, que havia sido eleito para a gestão seguinte da cidade pelo então PMDB, foi atingido na cabeça por um tiro disparado por um motociclista quando viajava para Santa Catarina. Ele morreu três dias depois em um hospital de Jaraguá do Sul.

Em 31 de janeiro de 2017, Dranka foi preso em uma ação do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), enquanto tentava se esconder no forro de sua casa. As investigações apontaram que ele e o então presidente da Câmara Municipal de Piên, Leonides Maahs, teriam contratado dois homens para assassinar Dreveck por motivações políticas.

Segundo a denúncia, Dreveck teve o apoio de ambos durante a campanha para a prefeitura de Piên, mas, após eleito, não teria cumprido um acordo sobre a distribuição de cargos na prefeitura, o que teria levado à desavença.

Em julho do mesmo ano, o juiz da Vara Criminal de Rio Negro Rodrigo Morillos, decidiu que os quatro deveriam ir a júri popular. As defesas dos acusados pediram reconsideração da decisão ao TJ, mas o relator na segunda instância, desembargador Clayton Camargo, indeferiu o recurso, enviando os autos de volta ao juízo de primeiro grau, que os recebeu no último dia 21.

“A família [de Dreveck] vê essa notícia com alívio e serenidade, esperando que eles sejam condenados pelas acusações expostas pelo Ministério Público nas provas coligidas pela Polícia Civil”, diz o advogado Samir Mattar Assad, assistente de acusação. “Entendemos que a condenação é inevitável.”

Todos os acusados aguardam o julgamento em liberdade, com uso de tornozeleira eletrônica. Dranka disputa as eleições majoritárias na cidade de Piên pelo PSL. A Lei da Ficha Limpa, que proíbe candidaturas de condenados em segunda instância, não impede que ele dispute o cargo, uma vez que ainda não foi julgado.

Diante do período eleitoral, sua defesa pede ainda que as medidas cautelares vigentes sejam readequadas, por meio da retirada da monitoração eletrônica e da permissão para retornar à sua casa após as 23 horas e para sair aos fins de semana.

O advogado de Dranka, Claudio Dalledone, afirma que seu cliente é inocente e critica uma versão que teria repercutido de que seu julgamento no Tribunal do Júri estaria em vias de acontecer. “É uma falácia que Gilberto Dranka está com seu júri marcado para esses dias”, diz. “O que nós temos é uma decisão de pronúncia que o remeteu a júri, mas existe pendente um julgamento de um recurso no Superior Tribunal de Justiça. Tudo indica que o júri dele será marcado, se e quando muito, para meados de 2022. O que vier ao contrário disso é mera especulação”.

“O fato de ele estar concorrendo à prefeitura de Piên, acusado de homicídio – o que é uma inverdade, porque ele é inocente – está deixando a oposição com verdadeiros ataques de fúria, criando factoides.”

O advogado de Leonides Maahs, Denilson Pawowski, diz que vai comprovar a inocência de seu cliente. “Se tinha uma pessoa que não tinha motivação alguma para cometer o crime era ele”, diz. Pawowski destaca que Maahs era amigo de Dreveck, tendo até mesmo feito campanha para o prefeito eleito e que não tinha qualquer pretensão de cargos na prefeitura, uma vez que já era vereador reeleito.

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