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Universalizar o saneamento básico é um dos desafios do Paraná
Saneamento básico ainda é um desafio no Paraná.| Foto: Marcelo Andrade/Arquivo/Gazeta do Povo

Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon) em parceria com o Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Sindcon) apontou que a concessão privada no Paraná investiu mais no saneamento básico do estado nos últimos anos: uma média de R$269,20 por ligação de água e esgoto, contra R$171,70 da empresa estadual (Sanepar) em 2017.

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A pesquisa será lançada no anuário Panorama da Participação Privada no Saneamento 2019. Segundo o estudo, a iniciativa privada investiu R$ 1,98 bilhão em serviços de água e esgoto em 2017, ou 18,1% do total investido pelo setor de saneamento naquele ano (R$ 10,9 bilhões). Segundo a Abcon, os dados demonstram que as concessionárias privadas e parcerias público-privadas têm conseguido manter uma participação entre 20% dos recursos aplicados no setor, mesmo estando presentes em apenas 6% das cidades brasileiras.

A pesquisa ainda ressalta que hoje seriam necessários R$ 22 bilhões por ano de investimento para alcançar a universalização até 2033, conforme prevê o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), mas o Brasil só tem investido cerca de metade desse montante anualmente.

Exemplos de fora

Uma estratégia para acelerar o processo de universalização do saneamento básico no Paraná pode vir de fora do Brasil ou até de outras cidades do país. Um desses casos pode ser visto na cidade mineira de Uberlândia, onde o Departamento Municipal de Água e Esgoto utiliza turbinas hidráulicas nos sistemas de produção e tratamento de água. Com isso, a energia elétrica consumida é de apenas 8% do valor arrecadado, contra uma média de 30% em outras empresas do setor. Além disso, há a otimização na distribuição da água: as perdas neste quesito já registram queda, segundo o Instituto Trata Brasil, de 28,4% em 2016 para 25,54% em 2017.

A capital mais jovem do Brasil, Palmas – no estado do Tocantins – , também pode servir de exemplo. Em pouco tempo, o fornecimento de água foi praticamente universalizado (atinge 99,99% da população) e a coleta de esgoto chega a 92% moradores. A solução foi uma parceria público-privada que, segundo os gestores, contribuiu para aceleração deste processo.

Este caso vai ao encontro do que aponta a Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com a entidade, a participação de empresas privadas no setor pode acelerar a universalização do saneamento em todo o país. O CNI se baseia em casos de países considerados referência, como Alemanha, Inglaterra e Chile, que têm, em sua maioria, concessionárias privadas de água e esgoto. “A experiência internacional sugere que a parceria com o setor privado tem sido fator fundamental para a expansão e aumento da qualidade dos serviços de saneamento”, aponta a CNI, em nota.

Pesquisas no estado

A gerente de Regulação da Sanepar, Leura Conte de Oliveira, afirma que “a perspectiva da inovação para a sustentabilidade está inserida no planejamento estratégico e visa assegurar vantagens competitivas e agilidade na superação dos desafios atuais e futuros vinculados ao negócio” e revela que há 100 pesquisas em andamento, contemplando temas como água bruta e mananciais, tratamento de água e esgoto, valorização de resíduos (lodo, escuma, biogás e materiais orgânicos), energia, automação e gestão sustentável.

Oliveira ainda informa que coopera com centros de pesquisa, universidades e empresas do Brasil e do exterior (Alemanha, Portugal, Holanda, Inglaterra, Estados Unidos, México, Paraguai, Japão e Coreia do Sul).

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