A partir do próximo dia 5, e durante quase um mês, vereadores em todo país podem trocar de partido político sem risco de perder a legenda. A conhecida “janela”, autorizada por uma legislação de 2015, fica aberta até 3 de abril. Na Câmara de Curitiba, a Gazeta do Povo apurou que ao menos 8 dos 38 vereadores já estariam se movimentando para trocar de sigla. A campanha de reeleição costuma ter influência na decisão – geralmente, são atraídos por condições melhores na disputa eleitoral.
Entre os vereadores que já sinalizaram que vão mudar de legenda está Geovane Fernandes, hoje filiado ao PTB. Fernandes quer tentar um terceiro mandato na Casa via Patriota. Em entrevista à Gazeta do Povo nesta quarta-feira (26), ele explica que recebeu um convite do deputado federal (suplente em exercício) Evandro Roman (ex-PSD) para comandar o Patriota na capital paranaense. “É uma oportunidade de formar um novo grupo. A ideia é que o Patriota faça de três a quatro vereadores”, diz Fernandes, confirmando a intenção de deixar o PTB no prazo estabelecido pela janela.
Fernandes antecipa ainda que outros dois vereadores – um do PSD e outro do DC – já foram convidados para integrar o Patriota. Ex-PSD, Roman é pré-candidato à prefeitura de Cascavel, onde o PSD de Carlos Massa Ratinho Junior deve manter o apoio a Leonaldo Paranhos (PSC) na disputa pela reeleição.
Já o PSC, que hoje tem três vereadores de Curitiba nas suas fileiras, pode ficar sem nenhum representante na Casa quando a janela se fechar, em abril. Corre nos bastidores que os vereadores Dr. Wolmir, Rogério Campos e Mestre Pop cogitam mudanças: os dois primeiros migrariam para o Republicanos; Pop seguiria para o PSD. Nesta quarta-feira (26), a reportagem não conseguiu falar com o trio.
No PDT, há duas desfiliações dadas como certas: alvos de processo de expulsão, os vereadores Toninho da Farmácia e Zezinho do Sabará devem escapar para outra legenda. Ambos estão sendo questionados por conta do alinhamento que mantiveram em temas capitaneados pela base aliada ao prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), que é pré-candidato à reeleição. O PDT trabalha com candidatura própria ao Executivo - deputado federal Gustavo Fruet ou deputado estadual Goura – e de oposição a Greca.
Greca também já trocou de partido político durante seu atual mandato. Foi eleito em 2016 pelo PMN, mas depois migrou para o DEM. Mas a troca partidária para quem ocupa cargos majoritários (prefeitos, governadores, senadores e presidente) não têm o mesmo efeito para quem está no exercício de uma cadeira proporcional (vereadores, deputados estaduais e deputados federais). Partidos políticos são os “donos” dos mandatos na proporcional – e por isso podem reivindicar a cadeira se o político resolver deixar a sigla “sem justa causa” e fora da janela. Mas o mesmo não vale para cargos majoritários – que escapam das regras sobre fidelidade partidária.
A janela dos vereadores ficará aberta até o próximo dia 3 de abril. O prazo tem ligação com as eleições. A janela fecha às vésperas daquela exigência de no mínimo seis meses de filiação a um partido político para participar do pleito, marcado para 4 de outubro.
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