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Luiz Abi presta depoimento em 2015.
Luiz Abi em imagem de arquivo.| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

O juiz federal Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Criminal de Curitiba, concordou em pedir ajuda da República Libanesa para tentar notificar Luiz Abi Antoun, primo do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB).

Em março, Abi se tornou réu pelos crimes de organização criminosa e corrupção passiva no âmbito da Operação Integração, mas, até hoje, não foi encontrado para ser comunicado da decisão. Autor da denúncia, o Ministério Público Federal (MPF) já havia opinado por pedir auxílio das autoridades libanesas, em parecer assinado no último dia 13. Por volta das 15h30 desta terça-feira (21), Sérgio Ribeiro concordou com o MPF.

“As tentativas de localizar o réu no seu endereço antigo em Londrina restaram infrutíferas, conforme se denota da certidão lavrada por oficial de justiça em 26 de abril de 2019. Ao tentar citar o réu, o oficial de justiça foi informado que o Abi encontra-se no Líbano para um tratamento de saúde e não tem previsão de retorno, que não sabe informar o endereço que ele se encontra e nem o número de telefone", observou o magistrado.

"Expeça-se carta rogatória solicitando assistência da República Libanesa na localização do réu para fins de citação (...). Com efeito, determino a suspensão do curso do prazo de prescrição desde a presente data até o cumprimento da carta rogatória", continua ele.

Abi também responde a outras ações penais, e viajou para o Líbano em setembro do ano passado.

Acusação

De acordo com a denúncia do MPF, Abi era o “operador financeiro” de Beto Richa, “atuando como caixa geral de propinas do ex-governador do Paraná, recebendo em dinheiro vivo as vantagens indevidas intermediadas por outros integrantes da organização criminosa”.

O MPF aponta que, entre 2011 e 2018, Abi “solicitou aceitou e recebeu o pagamento de vantagem indevida de aproximadamente pelo menos R$ 2,7 milhões das concessionárias de pedágio do Estado do Paraná para determinar o ex-governador do Estado do Paraná e outros agentes públicos a ele subordinados, a praticar atos de ofício ilegais que atendessem os interesses dessas empresas”.

Em março, quando a denúncia foi acolhida pela Justiça Federal, o advogado Anderson Felipe Mariano, responsável pela defesa de Abi, alegou que “as acusações são todas inverídicas e ele comprovará sua inocência”. Ele também informou, na época, que não tem “previsão” de quando Abi voltará ao Brasil.

A defesa de Beto Richa, representada pelo advogado Walter Bittar, também enviou uma nota na época: “Esta acusação é tão equivocada quanto o próprio processo contra o ex-governador do Paraná e tem por objetivo buscar, a todo custo, criar um álibi para uma denúncia sem fundamento. Luiz Abi nunca foi operador financeiro e uma afirmação destas deve ser totalmente repudiada porque não é verdadeira. O Poder Judiciário, certamente, sabe filtrar os exageros do Ministério Público e a defesa tem plena confiança nos juízes brasileiros”.

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