Um duto de aço que chegará a três quilômetros começou a ser montado nesta terça-feira (12) na areia do balneário Flórida, em Matinhos, no Litoral do Paraná. O duto, que está sendo formado pela junção de 600 tubos de aço, chegará até o balneário Saint Etienne. A estrutura será usada na operação de dragagem, quando a areia será sugada do fundo do mar e espalhada na orla. É o início da esperada engorda da praia de Matinhos. Um trecho já está interditado para o pontapé inicial das atividades.
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A engorda propriamente dita deverá começar em junho, quando um navio vindo da Bélgica fará a operação. A embarcação já está no Rio de Janeiro, devendo nos próximos meses chegar ao porto de Paranaguá, de onde se deslocará até Matinhos. Essa etapa deverá se estender até novembro, quando a engorda estará concluída, com a faixa de areia alargada para 100 metros.
Nesta terça-feira, estiveram em Matinhos, para dar início aos trabalhos, o secretário de Desenvolvimento Sustentável e Turismo, Everton Souza; o diretor do Instituto Água e Terra (IAT), órgão responsável pelo projeto, José Luiz Scroccaro; e o diretor técnico do Consórcio Sambaqui, que venceu a licitação para a execução da obra, Élvio Torres. Eles foram recebidos pelo prefeito de Matinhos, Zé da Ecler (Podemos).
"Mais de 10% da população do Paraná vem para o nosso litoral. É o lazer mais acessível para as pessoas e temos a obrigação de tornar esse local mais aprazível", disse o secretário de Desenvolvimento Sustentável. Ele destacou também os benefícios para a população de Matinhos, com geração de emprego e desenvolvimento. "É importante destacar que não é uma obra que vai apenas embelezar a praia, mas resolver o problema das enchentes que afeta tanto moradores quanto turistas", frisou Souza.
"Temos que interditar a praia nestes três quilômetros porque precisamos ter a segurança de que não haverá nenhum acidente", observou o diretor do IAT, Scroccaro. Segundo ele, "é importante que a população tenha paciência e fique consciente de que o acesso aos balneários estará restrito, principalmente porque teremos dois feriados pela frente, Páscoa e Tiradentes".
"Depois de décadas o Litoral do Paraná está sendo valorizado. Com essa obra, o governo do estado volta a investir na região", celebrou o prefeito Zé da Ecler.
O diretor técnico do Consórcio Sambaqui, Élvio Torres, explicou que a tecnologia usada para a engorda da praia de Matinhos é similar à adotada em outros balneários do mundo e do Brasil, como Camboriú e Florianópolis, em Santa Catarina. "A metodologia é a mesma e os equipamentos também são os mesmos usados em Camboriú", informou. "Há locais aqui em Matinhos em que não há mais faixa de areia e nós vamos recuperar isso", complementou o diretor do Consórcio Sambaqui.
A obra de revitalização da Orla de Matinhos vai culminar na engorda da faixa de areia em aproximadamente 100 metros, numa extensão de 6,3 quilômetros que vai do balneário Flórida até o Morro do Boi, na Praia Brava de Caiobá.
Os tubos de aço que formarão o grande duto são de fabricação belga, da empresa Jan De Nul, uma das sete que integram o Consórcio Sambaqui, vencedor da licitação para a execução da obra. A própria Jan De Nul será a responsável pela execução desta etapa da obra.
Segundo Élvio Torres, até o momento 70 profissionais já foram contratados para trabalhar na obra, a maioria de Matinhos e outros municípios do Litoral. O processo de contratação continua, já que no pico da obra serão cerca de 350 trabalhadores atuando.
Será o fim das enchentes, diz governo
O projeto de revitalização da Orla de Matinhos não se limita à engorda. O secretário do Desenvolvimento Sustentável e Turismo, Everton Souza, explica que um dos principais objetivos da obra é resolver o problema das enchentes que todos os anos afeta a população que mora no litoral e os turistas que vão passar a temporada de verão.
“Os sistemas de micro e macrodrenagem vão resolver o problema das enchentes. É um projeto moderno de microdrenagem, diferente do que existe hoje”, diz. Souza explica que atualmente os tubos são enterrados e já estão assoreados com areia. No novo modelo as calhas serão suspensas, fazendo a condução da água da chuva de forma mais elevada, praticamente no nível da rua, trazendo uma condição melhor de escoamento.
Além disso, a instalação de estruturas como guias correntes, headlands e espigão vão conter a areia na praia por mais tempo, evitando a erosão. O projeto inclui ainda a revitalização paisagística de toda a orla, com instalação de estruturas de turismo e lazer, como ciclovias e pistas para caminhadas.
A conclusão da obra em sua totalidade é prevista para o final de 2024, já que o prazo de execução é de 32 meses. O investimento total é de R$ 500 milhões.
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