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Chaim também fez fama na TV, em que gravava programa policial em contraluz
Chaim também fez fama na TV, em que gravava programa policial em contraluz| Foto: Reprodução / YouTube

Morreu na noite de quarta-feira (27) o jornalista e radialista Ali Chaim, com 81 anos, o mais famoso repórter policial do Paraná. Conhecido pelo apelido de Califa 33,Chaim foi casado com Esmeralda Chaim, sobrinha da atriz Lala Schneider, com quem teve três filhos: Ali, Camila e Omar.

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A causa da morte não foi divulgada, mas Chaim estava internado no Hospital Santa Cruz. O velório ocorre na Capela Memorial da Vida, em São José dos Pinhais, na região Metropolitana de Curitiba. O enterro será nesta quinta-feira (28), em horário a ser confirmado.

A obra de Ali Chaim foi intensa. Nascido em Curitiba, em 1939, iniciou a carreira ao escrever uma coluna no Jornal Diário da Tarde, em 1960. Na oportunidade, escrevia sobre a noite curitibana com o pseudônimo de Lawrence das Arábias, em referência aos clássico do cinema de 1962.

Oito anos depois, começa sua jornada no rádio, quando ingressa na Rádio Clube Paranaense com o programa O Olho da Lei sobre a Cidade. Anos depois foi trabalhar na Rádio Colombo. Ainda passou pela Capital, Cultura, Eldorado e Educativa.

Chaim tinha como marca registrada no rádio, a expressão “moral da história”. Além disso, não desgrudava do gravador e guardava todo o material com cuidado. Antônio Nascimento, repórter da Rádio Banda B, conviveu com Chaim por mais de 35 anos. Nas redes sociais, Nascimento afirma que a rádio curitibana pode ser dividida em antes e depois de Ali Achaim.

“Ele revolucionou o noticiário policial quando começou a divulgar o que os ‘filhinhos de papai’ aprontavam na Avenida Batel. Sem dizer nomes, se referindo aos personagens como Joãozinho Pasparoli, por exemplo, ele relatava os milagres sem dar o nome do santo”, aponta.

Loira Fantasma

Nascimento lembra que foi Chaim quem noticiou uma das maiores lendas urbanas de Curitiba: o caso da Loira Fantasma, que ao completar 45 anos neste mês de maio virou história em quadrinho na arte do desenhista Antonio Eder.

No dia 21 de maio de 1975, Chaim relatou a aparição de uma mulher misteriosa em uma corrida de táxi. O repórter narrou que uma mulher de cabelos claros entrou em um táxi na Praça Tiradentes, no Centro, com destino ao Abranches. Ao chegar no cemitério do bairro, o taxista percebeu que não tinha ninguém no banco traseiro. Ali deu início a uma das principais lendas urbanas da capital paranaense, descoberta por Ali Chaim.

Durante muitos anos, em programa policial da TV, Ali Chaim escondia o rosto para aumentar o ar de mistério de suas histórias
Durante muitos anos, em programa policial da TV, Ali Chaim escondia o rosto para aumentar o ar de mistério de suas histórias| Marcelo Andrade / Arquivo Gazeta do Povo

“Foi Chaim que numa noite de sábado entrevistou com exclusividade o taxista que foi até a delegacia na Barão do Rio Branco contar que ele tinha levado a Loira Fantasma até o Cemitério do Abranches. Quando ia até a casa dele, ali no Hauer, passava horas ouvindo histórias contadas pelo bom e velho Califa 33. Adeus amigo”, despede-se Nascimento do Califa 33.

Ali Chaim fez também enorme sucesso na televisão paranaense. Em 1972, comandava o programa Show da Notícia, no canal 4, na TV Iguaçu, hoje Rede Massa. Trabalhou ainda no Canal 6 no jornalismo da emissora.

Para matar saudades do inconfundível Chaim, acesse, pelos links abaixo e pela janela de vídeo, o documentário Califa 33, do cineasta Yanko Del Pino, e dois textos do jornalista José Carlos Fernandes que tentam explicar a figura ímpar deste "turco" curitibano.

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