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Médico Celso Ariello
Celso Ariello gostava de viajar, mas mantinha-se atento às necessidades das pacientes gestantes.| Foto: Arquivo da família

À 1 hora e 10 minutos do dia 16 de março de 1956 um parto domiciliar selou o destino de Celso Ariello. Pelas mãos hábeis da tia Ester Simonetto, veio ao mundo em sua própria casa na Rua Padre Anchieta. A presença da tia – uma grande ginecologista e obstetra de Curitiba – naquele momento seria de enorme influência no futuro profissional do filho de Emi Simonetto Ariello e Pedro Paulo Ariello. Celso Ariello faleceu no dia 22 de setembro, aos 64 anos, vítima da Covid-19.

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A infância ao lado do irmão mais velho, Paulo, e irmã mais nova, Elaine, foi alegre. Família grande e italiana, a convivência era intensa com tios e primos na região da cidade conhecida como Galícia.

A escolha profissional foi natural, mais uma vez conduzida pelas mãos da tia Ester. Após muito estudo, passou no vestibular de Medicina e formou-se médico pela Universidade Federal do Paraná em 1980. A residência em Ginecologia e Obstetrícia foi no Hospital e Maternidade Santa Brígida, entre 1981 e 1982. Em 40 anos de profissão, é impossível calcular quantos bebês ajudou a nascer, mas, de acordo com a família, cuidou de cada um como se fosse o próprio filho ou mesmo neto, ao fazer o parto de uma segunda geração. Os nascimentos dos bebês de praticamente todos os primos e irmãos também tiveram seus cuidados.

Do primeiro casamento, com a pediatra Carla Massoler Eleutério, vieram os filhos Leonardo, 30 anos, também médico, e Guilherme, 28 anos, engenheiro que hoje mora na Alemanha.

No segundo casamento encontrou a parceria da também ginecologista e obstetra Marilis da Costa Ariello, com quem viveu os últimos 9 anos. “Foram anos de muita gratidão à Deus por ter tido o privilégio de conviver com pessoa de tão refinado caráter, de elevada humildade e de leveza na vida. Anos de companheirismo afetuoso e profissional que ficarão para sempre”, relembra a esposa.

Celso adorava viajar, mas sua dedicação constante à profissão sempre o limitava e só fazia viagens mais curtas. Sempre dizia: “tenho que cuidar das minhas gestantes.”

Era chamado de pacato, mesmo sendo ativo. Fazia natação e caminhadas, mas o esporte preferido era assistir ao seu futebolzinho no sofá. Só saía dali para ir pessoalmente assistir ao time do coração, o Athletico Paranaense, jogar na Arena da Baixada.

Nas redes sociais, foram centenas de mensagens destacando a atenção e cuidado que dr. Celso dispensou a suas pacientes, muitas com mais de 20 anos de convivência. Vários relatos mostram como ele tinha um trato especial com muitas mães abaladas psicologicamente por uma gravidez de risco ou como fazia questão de orientar os maridos em momentos de tristeza na luta pela fertilidade.

O Hospital da Mulher e Maternidade Nossa Senhora de Fátima ressaltou como a carreira construída com ética e responsabilidade serviu de referência para as novas gerações de profissionais da instituição.

Deixa a esposa Marilis e os filhos Leonardo e Guilherme.

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