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Ex-deputado Nelson Meurer  estava preso, condenado na Lava Jato
Ex-deputado Nelson Meurer estava preso, condenado na Lava Jato| Foto: Arquivo / Gazeta do Povo

Faleceu, neste domingo (12), o ex-deputado federal Nelson Meurer (PP). Primeiro réu da Operação Lava Jato condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Meurer contraiu a doença na Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão. Ele foi hospitalizado na terça-feira (7) e teve o diagnóstico confirmado na quarta-feira (8).

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Ex-prefeito de Francisco Beltrão e deputado federal entre 1995 e 2018, Meurer, de 77 anos, estava preso desde outubro de 2019. Ele foi condenado a 13 anos e nove meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Com a chegada da pandemia do coronavírus ao Brasil, a defesa dele tentou, em abril, a progressão da pena para prisão domiciliar, alegando que o ex-deputado pertencia ao grupo de risco para a Covid-19. O pedido foi negado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Edson Fachin.

Nesta semana, após a confirmação da doença, a defesa voltou a pedir a prisão domiciliar para o ex-deputado, que tinha diabetes e cardiopatias, agravantes para o coronavírus.

Biografia

Nelson Meurer nasceu em Bom Retiro (SC), em 23 de julho de 1942, cursou apenas o primeiro grau na Escola Agrícola Assis Brasil, em Clevelândia (PR) e estabeleceu-se em Francisco Beltrão, no Oeste do Paraná, onde atuou como agropecuarista, presidiu o Sindicato Rural Patronal e foi prefeito da cidade, entre 1898 e 1993.

Elegeu-se deputado federal nas eleições de 1994 e exerceu seis mandatos, até 2019. Não disputou as eleições de 2018, quando já estava envolvido nos processos da Lava Jato.

Ligado ao agronegócio, Meurer foi titular da comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara Federal na legislatura passada.

Ele votou contra a cassação do mandato de Eduardo Cunha por quebra de decoro; a favor da admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff; e contra o prosseguimento das denúncias contra Michel Temer (MDB).

No STF, o ex-deputado foi condenado – ainda no exercício do mandato – por solicitar e receber cerca de R$ 30 milhões do esquema de desvio de recursos da Petrobras revelado pela Lava Jato. Além desses recursos, Meurer também teria recebido R$ 4,5 milhões em transferências extraordinárias para financiar sua campanha à Câmara em 2010, segundo a denúncia.

O parlamentar é apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como um dos integrantes da cúpula do PP que ofereceram sustentação política a Paulo Roberto Costa no cargo de diretor de Abastecimento da Petrobras em troca de vantagens ilícitas.

O Conselho de Ética da Câmara abriu processo de cassação de seu mandato, mas arquivou o caso em 30 outubro de 2018. Exatamente um ano depois, em 30 de outubro de 2019, foi preso para cumprir a sentença de 13 anos e 9 meses.

Repercussão

A prefeitura de Francisco Beltrão publicou nota de pesar e decretou luto oficial no município. “A administração municipal de Francisco Beltrão lamenta profundamente a morte do ex-prefeito e ex-deputado Federal Nelson Meurer, na manhã deste domingo (12/07), vítima da Covid-19. Além de reconhecer o seu trabalho em prol de Francisco Beltrão, deseja força para a família. O Prefeito Cleber Fontana decretou Luto Oficial no município”, diz a nota.

Presidente do PP do Paraná, o deputado federal Ricardo Barros lamentou a morte do ex-deputado e criticou as condições em que ela ocorreu. “Nelson Meurer faleceu . Aos 78 anos de Covid adquirida no presídio. No grupo de risco, Meurer não conseguiu prisão domiciliar negada seguidamente pelo ministro do STF Edson Fachin. Ativismo político do judiciário tem que acabar. Lei igual para todos”, escreveu no Twitter.

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