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Empresários custeiam contagem de tráfego para justificar ponte e duplicação de rodovia
| Foto: Divulgação Rio Paraná

Uma empresa de Campinas - a Perplan Engenharia e Planejamento - foi contratada pela Sociedade Civil Organizada do Paraná (Socipar) para fazer a recontagem do tráfego entre Paranavaí e Nova Londrina, na BR-376.

As lideranças regionais discordam do cálculo feito pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) de que, em média, 4.017 veículos percorrem por dia aquele trecho. Em 2015, a empresa Viapar fez uma contagem de 10.700 eixos nessa parte da rodovia e hoje este número deveria ser ainda maior, segundo a Socipar.

O presidente da Socipar, antiga Sociedade Civil de Paranavaí e Região, Demerval Silvestre, relata que dez empresas estão custeando as despesas da contagem de tráfego. “Nem solicitamos o valor ao DNIT, porque temos um prazo. O projeto vai ser ofertado para o leilão de novas concessões”. A empresa contratada para a contagem deve entregar os novos números até 12 de março. Depois, os dados vão ser encaminhados para o DNIT e para o Tribunal de Contas da União (TCU).

Provar que o movimento nessa estrada é muito maior do que está registrado pode ajudar a fazer o projeto sair do papel. É o que diz João Arthur Mohr, gerente de assuntos estratégicos da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), que também participa das negociações sobre o projeto. “Assim é possível mostrar para o governo federal que o fluxo de veículos já é suficientemente grande para justificar uma duplicação”, pontua.

O estudo de tráfego custou R$30 mil reais, cotados por entidades ligadas à produção de alimentos, energia, administração e transporte: GT Foods Group, Suco Prats, Alcopar, Sicredi Rio Paraná PR/SP, Podium Alimentos, G10 Transportes, Cocamar, Fetranspar, Coopcana e Euro Condomínios.

Projeto quer encurtar distâncias do tráfego pesado entre PR e MS

A duplicação faz parte de um projeto maior, de construção da nova ponte a ser construída entre os portos São João e São José, sobre o Rio Paraná, para fazer uma ligação até 130 km mais curta entre Paraná e Mato Grosso do Sul.

Em janeiro, a Itaipu Binacional decidiu disponibilizar mais de R$ 3 milhões para realizar Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica Ambiental (EVTEA) da nova ponte.

O acesso à balsa que existe hoje entre os portos São João e São José é de 70 Km em estrada de chão, por isso, quem sai de Nova Andradina (MS) para o Paraná costuma fazer outro trajeto que passa por São Paulo, encontrando pistas simples e duas barragens no caminho.

As obras devem melhorar o fluxo do agronegócio, baixando as despesas com frete e encurtando a distância até o Porto de Paranaguá. Outro setor que pode ser diretamente beneficiado é o do turismo, com a facilidade para o trânsito de veículos que vão até as praias de água doce do estado, em Porto Rico e outros municípios da região noroeste.

Defendendo esses benefícios, as empresas ligadas à Socipar se organizaram para investir na pesquisa de contagem de fluxo e nas negociações pessoais com governadores dos estados e representantes do Ministério da Infraestrutura.

“O Noroeste vai ser a porta de entrada para a produção de grãos do Centro-Oeste brasileiro. E também tem o turismo. A nossa região vai se transformar com essa ligação entre os estados”, sublinha o presidente da organização.

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