A imagem acima é o projeto arquitetônico para a nova estação de ônibus da linha Inter 2 e que pode, a médio prazo, substituir as estações-tubo da capital paranaense, que são cartão postal desde 1991. Por enquanto, o edital da prefeitura de Curitiba prevê a contratação de uma empresa que construa, até 2025, apenas 12 pontos de ônibus nesse novo formato, chamado de Estação Prisma Solar.
A primeira a ser construída será a Estação Agrárias, na rua dos Funcionários, no bairro Cabral. O edital para licitação foi aberto em março e o resultado será divulgado no dia 18 de maio. O valor para execução e acompanhamento das obras será de R$ 4,6 milhões. A nova estrutura faz parte do Programa de Mobilidade Urbana Sustentável de Curitiba, financiado parcialmente com recursos do BID.
Novas necessidades exigiram um novo projeto
Demandas por tecnologia e sustentabilidade tornaram necessário começar a aposentar as estações-tubo. As novas estações devem ter alguma solução energética com aproveitamento de painéis solares ou outras tecnologias. A ideia é que elas sejam autossuficientes na geração de energia para a climatização, funcionamento dos controladores de porta, painéis de mensagens, iluminação e catracas de usuários.
A empresa que vencer a licitação para execução das estações Prisma Solar devem também construir sensores de alerta para necessidade de manutenção dos equipamentos. Outra característica dos novos pontos de Ligeirinho será a automação dos serviços, já que não haverá mais cobradores.
Além disso, as estações devem possibilitar a conexão com pontos de empréstimo de bicicletas e solicitação de carros de aplicativo. “Queremos soluções modernas. A ideia é ter uma estação inteligente e conectada”, explica o coordenador geral da Unidade Técnico-Administrativa de Gerenciamento de Projetos da prefeitura de Curitiba, Paulo Socher.
É o fim da estação-tubo?
De acordo com Socher, ainda não existe previsão de construir novas estações para outras linhas, mas é provável que, em breve, o modelo Prisma Solar seja replicado ou sirva de inspiração para outros projetos em Curitiba.
“Eu entendo que vai ser o desenvolvimento natural. Se a gente desenvolve questões que funcionam e que sejam produtivas, por que não usar nas demais?”, sugere o coordenador. “Com esse protótipo, a gente espera encontrar soluções que possam ser usadas nas demais”, finaliza.
Mesmo que não sejam construídas novas estações nos próximos anos, é provável que o desenvolvimento tecnológico aplicado na Prisma Solar também seja implantando nas estações-tubo, tanto com a inserção de painéis fotovoltaicos quanto com a conexão com outros modais.
Estação-tubo não deu certo em Foz
O modelo de estação-tubo para Ligeirinhos, uma invenção capitaneada pelo ex-prefeito de Curitiba e arquiteto Jaime Lerner (1937-2021), foi replicado em Foz do Iguaçu, em 2002. Exemplo de modernidade e sofisticação na época, o formato, no entanto, não foi útil para a cidade da região Oeste. Com altas temperaturas, os tubos fechados com vidros e pouca ventilação rapidamente passaram a ser chamados de “micro-ondas”. O investimento na época foi de R$ 2 milhões para a compra de 21 estações-tubo em Foz do Iguaçu. Até 2005, todas elas foram retiradas.
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