Em tempos de pandemia, em que o turismo praticamente inexiste, os moradores de Francisco Beltrão (Sudoeste do Paraná) ganharam uma nova opção de lazer: visitas as obras de um túnel que está sendo construído para contenção de enchentes no município. O projeto tem despertado a curiosidade da população local e de gestores públicos de todo o país e a partir deste domingo (9) estará aberto à visitação guiada.
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Os interessados precisam se inscrever previamente via prefeitura e deverão respeitar normas de segurança relativas à obra e normas de higiene preventivas à disseminação do coronavírus. O túnel é escavado em rocha e tem 1.180 metros de comprimento. O objetivo é encurtar o leito do Rio Marrecas em 9 quilômetros, acelerando o escoamento da água e evitando cheias na área central de Francisco Beltrão.
“Temos no Paraná duas cidades conhecidas por conviver com grandes enchentes: União da Vitória [pela força e curvatura do Rio Iguaçu em seu território] e Francisco Beltrão. Desde antes da fundação da nossa cidade, a Vila já sofria porque o Rio Marrecas passa bem pelo centro da cidade e tem outros três pequenos rios afluentes que desaguam no perímetro urbano. Quando chove e há cheia, o rio sai da caixa e alaga toda essa região”, relatou o prefeito Cleber Fontana.
Segundo ele, o projeto tem chamado a atenção por se tratar de uma grande obra de engenharia executada em um município do interior de porte médio – Francisco Beltrão tem população estimada de 91 mil pessoas. “O que o rio levaria 9 km, faremos em 1800 metros. Além disso, quando se pensa em túnel, geralmente é para obras de geração de energia, na área rural, ou para resolver problemas viários dentro de cidades grandes, ou metrópoles. Fazer um túnel escavado em rocha dentro da cidade é realmente uma obra diferenciada”, afirmou.
O valor total do projeto é de R$ 46 milhões, que foi obtido por meio de convênio com o governo estadual. Fontana disse que o projeto teve início em 2017 e passou por análise de vários órgãos para obter as licenças e autorizações necessárias, como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Instituto de Terras, Cartografia e Geologia do Paraná (ITCG), entre outros. A previsão para conclusão da obra é em 2021.
A licitação foi vencida pela empresa mineira Siton do Brasil, que conta com know-how na construção de túneis, informou o prefeito de Francisco Beltrão. A visitação à obra será feita em apenas dois domingos por mês, já que a empresa tem uma escala de trabalho ininterrupta. “Muitas pessoas têm me procurado, ou ao vice-prefeito, ou secretários municipais e pedindo para conhecer. Depois que a obra estiver operando, a água vai cobrir as comportas e vai ser difícil ter a dimensão do que ela envolve. Por isso resolvemos fazer a visita guiada, agendada”, acrescentou.
O município está arcando com as desapropriações de terrenos para a obra e outros projetos de apoio logístico. A construção do túnel e de um novo canal correspondem à primeira etapa e tem custo aproximado de R$ 30 milhões. A prefeitura está preparando a licitação da segunda etapa, que consiste no rebaixamento do leito do rio na área central em torno de três a quatro metros, o que vai melhorar a velocidade de escoamento e ampliar a caixa do rio. O projeto prevê ainda uma terceira etapa, uma represa nas cercanias. “Ainda não temos certeza se será realmente necessária. Temos estudos mostrando que as duas etapas já devem garantir o sucesso do projeto”, completou.
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