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Aeroporto Internacional Afonso Pena foi leiloado em abril de 2021.
Aeroporto Internacional Afonso Pena foi leiloado em abril de 2021.| Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Leiloados no último dia 7, quatro aeroportos do Paraná (Afonso Pena, Bacacheri, Londrina e Foz do Iguaçu) devem receber as primeiras obras previstas em edital a partir de 2022. Até lá, o grupo CCR Aeroportos, que arrematou 15 aeroportos dos blocos Sul e Centro, terá pela frente uma série de trâmites burocráticos para assumir completamente a operação dos locais. Além dos quatro terminais paranaenses, o bloco Sul inclui os aeroportos de Joinville e Navegantes, em Santa Catarina, e de Uruguaiana, Bagé e Pelotas, no Rio Grande do Sul. Os próximos meses serão destinados à homologação, pagamento de outorgas e à transição na gestão, que seguirá em paralelo com a Infraero provavelmente até o final deste ano. Há a possibilidade de que uma parte dos funcionários que hoje atuam nos aeroportos seja absorvida pela empresa. Confira essa e outras informações em entrevista concedida à Gazeta do Povo pela presidente da CCR Aeroportos, Cristiane Gomes

Quais são as próximas etapas do processo de concessão dos aeroportos?

Existem várias etapas a serem cumpridas. Teremos a homologação, o pagamento de outorgas, entre outros trâmites. Não podemos falar em datas porque isso pode mudar, temos que falar sobre as etapas do processo. É depois dessa fase inicial que acontece a assinatura de contrato e começa a transição, quando estaremos juntos com a Infraero para ver as questões relativas a receitas, despesas, entre outras, de todos os aeroportos. Todas essas etapas devem ir até o final deste ano. Só depois disso, a CCR passa a controlar efetivamente todos os ativos, o que está previsto para o início do ano que vem.

Quando devem começar as obras?

Nossa previsão é que as obras comecem a partir do próximo ano. Algumas estão condicionadas a datas e outras ao acréscimo de demanda.

Cristiane Gomes, presidente da CCR Aeroportos.
Cristiane Gomes, presidente da CCR Aeroportos.| Clóvis Ferreira/Digna Imagem

Os fornecedores locais (empresas de engenharia, de automação, entre outras) podem ter preferência na contratação para a prestação de serviços?

Esses estudos todos são realizados pelas nossas equipes internamente. Temos um centro de engenharia e temos uma área de suprimentos que tratam da especificação de escopo e da busca por fornecedores no mercado. Sabemos que há muitas boas empresas regionais e elas poderão participar do processo que será aberto a todas, por meio de concorrência. A tomada de decisão vai se dar a partir da avaliação da proposta no âmbito técnico e comercial, juntamente com a análise da saúde financeira das empresas e das questões de compliance.

Além das obras e melhorias previstas nos editais, pode haver outras? O aeroporto Afonso Pena, por exemplo, demanda o ILS3 (equipamento que permite a aproximação por instrumentos com visibilidade zero). E o aeroporto de Londrina não conta nem com o ILS2 (que permite a aproximação por instrumentos até 400 metros da cabeceira a uma altura de 30 metros). Mesmo não estando previsto nos editais, estes equipamentos poderão ser instalados?

Ainda é cedo para falar sobre isso. Vamos dar prioridade total ao que está no edital. Estaremos atentos, sim, às necessidades de outras melhorias. Em nenhum edital existia a obrigatoriedade de biometria e soluções touchless (sem toque) porque eles foram elaborados antes da pandemia. Mas, nós incluímos isso porque entendemos que passou a ser extremamente necessário para dar segurança às pessoas.

Como fica a questão dos funcionários da Infraero? Pela informação da Anac, a concessionária não tem obrigação de absorver. Como a CCR tratará essa questão? Poderá aproveitar, pelo menos parcialmente, esse contingente de trabalhadores?

Tivemos uma experiência muito bem-sucedida no aeroporto de Confins (Belo Horizonte/MG) e pretendemos repetir nos demais. Vamos fazer um assessment para conhecer as pessoas. Fizemos isso lá e aproveitamos muita gente. Sabemos que muitas pessoas que trabalham hoje nos aeroportos têm um conhecimento importante e terão a possibilidade de passar por essa avaliação, caso queiram.

O grupo CCR assume os aeroportos num momento em que a pandemia afeta drasticamente o mercado da aviação. Em que isso impacta as projeções para esse novo negócio?

De fato, o setor foi (e está sendo ainda) um dos mais afetados pela crise do novo coronavírus. Mas, o Grupo CCR trata de projetos e investimentos de longo prazo. Tivemos que refazer nossos estudos e temos um conhecimento profundo dos desafios e dos riscos. Mas temos certeza de que os efeitos da pandemia serão recuperados. Nosso projeto é para 30 anos. A imunização vai desencadear a retomada do setor, como já estamos vendo, na prática, acontecer nos Estados Unidos, onde os passageiros começam a voltar. A imunização para nós é o principal agente para que a retomada aconteça o mais breve possível.

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