A Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã desta sexta-feira (13) oito mandados de busca e apreensão em Curitiba e Cascavel, em uma operação batizada de Águas Claras. A ação faz parte de uma investigação sobre possíveis fraudes ocorridas entre 2011 e 2016 que, segundo a PF, envolveriam pessoas ligadas à Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).
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De acordo com a PF, licitações de obras de esgoto sanitário teriam sido fraudadas para favorecer uma empresa mediante o pagamento de propina no valor de aproximadamente R$ 700 mil a um funcionário aposentado da Sanepar. Segundo o delegado Sérgio Ueda, o servidor inativo, de Curitiba, teria procurado representantes da empresa, sediada no Oeste do estado, com a promessa de facilitar ou direcionar certames promovidos pela companhia de saneamento. “Em contrapartida ele teria recebido vantagens indevidas no período de 2011 a 2015.”
A polícia investiga ainda outros R$ 200 mil que também teriam sido pagos como propina pela mesma empresa à Sanepar e declarados como investimento em publicidade e patrocínio. Ueda diz que os valores teriam sido solicitados por um ex-diretor presidente da companhia, por intermédio de um assessor. Nenhum nome foi divulgado pela PF.
Nesta manhã, foram cumpridos seis mandados judiciais em Curitiba e dois em Cascavel, em residências de funcionários e ex-funcionários da Sanepar e de empresários. As buscas e apreensões foram autorizadas pela 9ª Vara Federal de Curitiba. Nos locais foram apreendidos celulares, documentos, pen drives, além de uma quantia em dinheiro ainda não contabilizada, em cédulas de real, dólar, euro e libra.
Sanepar diz que tomará medidas internas
Procurada pela reportagem, a Sanepar encaminhou nota em que afirma que está à disposição da PF para qualquer esclarecimento necessário; que a atual gestão da companhia não compactua com qualquer ato de corrupção e que tomará providências para apurar, internamente, condutas envolvendo empregados e fornecedores. Confira a nota na íntegra:
Em relação à Operação Águas Claras, deflagrada nesta sexta-feira (13), pela Polícia Federal, a Sanepar informa que está à disposição da Autoridade Policial para qualquer esclarecimento e/ou informação que seja necessária para o deslinde dos fatos ocorridos no período compreendido entre 2011 e 2016.
Importante ressaltar que a atual gestão da Companhia não compactua com qualquer ato de corrupção.
Diante disso, em respeito à população paranaense, a Sanepar informa que tomará todas as providências para apurar, internamente, os fatos e possíveis condutas envolvendo empregados e fornecedores, e que não medirá esforços na colaboração para a apuração e resolução da investigação conduzida pela Polícia Federal.
Em 2012, Sanepar foi alvo de outra operação da PF
Sete anos atrás, a Sanepar foi investigada em outra operação da PF, deflagrada em parceria com o Ibama. Na Operação Água Grande, a companhia chegou a ser classificada como uma “empresa de fachada”, porque, segundo as investigações, cobrava pelo tratamento de esgoto, mas não executava o serviço.
As suspeitas eram baseadas em testes feitos na água, que apontavam índices fora do permitido (como baixa oxigenação na água e presença de coliformes) nos locais de despejo de efluentes pelas estações de tratamento de esgoto.
A companhia sempre contestou a metodologia e o resultado dos testes, mas pressionada pela repercussão da operação policial, passou a tomar medidas efetivas para melhorar a estrutura, com investimentos em modernização de equipamentos. Em 2017, aderiu à chamada conversão ambiental, por meio da qual multas são reduzidas em troca da realização de projetos ambientais.
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