• Carregando...
Deflagrada no último dia 10 pela PF, a Operação Rolo Compressor tinha mandados de busca e apreensão em cinco estados e no DF
Deflagrada no último dia 10 pela PF, a Operação Rolo Compressor tinha mandados de busca e apreensão em cinco estados e no DF| Foto: Divulgação/PF-PR

Deflagrada na semana passada pela Polícia Federal, a Operação Rolo Compressor trouxe aos holofotes um nome conhecido no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O servidor aposentado do Dnit e engenheiro civil José da Silva Tiago, principal alvo da investigação até aqui, ocupou por quase uma década o comando do Dnit no Paraná.

Abrigada na Justiça Federal, na 14ª Vara de Curitiba, a investigação começou em 2015 e ainda não houve oferecimento de denúncia. O foco dela são desvio e lavagem de dinheiro através de fraudes em contratações e execuções de obras públicas. Uma das obras é a duplicação de mais de 70 quilômetros da BR-163, na região de Cascavel.

RECEBA notícias do Paraná pelo WhatsApp

A PF não deu detalhes sobre a investigação, que na quinta-feira (10) tinha mandados de busca e apreensão em 26 endereços, no Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina, Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo. Os investigadores também não esclareceram ainda o papel que teria cada envolvido, mas confirmaram a detenção de José da Silva Tiago.

O mandado de prisão temporária (cinco dias) contra José da Silva Tiago foi cumprido em Brasília no último dia 10. A PF chegou a pedir a conversão da prisão temporária em prisão preventiva (sem prazo), mas a Justiça Federal não autorizou e ele foi liberado.

Ainda no âmbito da Operação Rolo Compressor, os investigadores também confirmaram o afastamento de cinco servidores públicos do Dnit, incluindo o engenheiro civil José Carlos Beluzzi de Oliveira, que estava à frente da Superintendência Regional do Dnit no Paraná desde o final de 2020.

Beluzzi de Oliveira acabou exonerado do cargo de comando, conforme portaria publicada no Diário Oficial da União da última segunda-feira (14) e assinada pelo secretário executivo do Ministério da Infraestrutura, Marcelo Sampaio Cunha Filho.

A Gazeta do Povo não conseguiu contato com José da Silva Tiago e com Beluzzi de Oliveira. A reportagem também fez uma série de perguntas ao Dnit do Paraná, mas o órgão limitou-se, em nota, a informar que “colabora com a investigação, visando a completa elucidação dos fatos”.

“As instâncias de integridade da autarquia também estão apurando os fatos a fim de adotar as medidas administrativas que forem necessárias. O Dnit está em permanente contato com os órgãos de controle e reafirma que pauta sua atuação dentro da legalidade e lisura, respeitando todos os princípios éticos da administração pública”, continua a nota.

De 2009 a 2020

José da Silva Tiago ingressou em 1974 no então Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (Dner), atual Dnit. Para a cadeira máxima do Dnit no Paraná, ele foi nomeado no ano de 2009 – antes, já havia comandado a superintendência do Dnit em Mato Grosso.

Ele ficou como superintendente regional do Dnit no Paraná entre 2009 e 2018, quando foi indicado pelo então presidente da República, Michel Temer (MDB), para a cadeira de diretor-geral do Dnit, em Brasília. Sob a chancela do então Partido da República (PR), atual Partido Liberal (PL), José da Silva Tiago teve o nome aprovado pelo Senado por maioria. Foram 42 votos a favor e sete contrários, além de uma abstenção. A nomeação saiu em agosto de 2018, e ele permaneceu no posto até o fim do mandato de Temer.

Em janeiro de 2019, portaria assinada pelo presidente da República eleito, Jair Bolsonaro (PL), escolhe Antônio Leite dos Santos Filho para a cadeira de diretor-geral do Dnit e José da Silva Tiago é exonerado. Ainda naquele ano, contudo, ele volta para o cargo de superintendente regional do Dnit no Paraná, nomeado pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas (PL). Em novembro de 2020, assume Beluzzi de Oliveira.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]