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O setor de tecnologia é um dos principais responsáveis por levar o Paraná ao primeiro lugar da região sul em fusões e aquisições de empresas.
O setor de tecnologia é um dos principais responsáveis por levar o Paraná ao primeiro lugar da região sul em fusões e aquisições de empresas.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O setor de tecnologia é um dos principais responsáveis por levar o Paraná ao primeiro lugar da região Sul em fusões e aquisições de empresas. De 2020 para 2021, o estado registrou aumento de 101% nas transações, passando então de 60 para 121 negociações, segundo a KPMG Brasil.

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O crescimento do Paraná é ainda maior se for feita uma comparação com 2018, quando o estado estava na última colocação da região, com R$ 3,4 bilhões movimentados. O volume total de 2021 foi de R$ 29,4 bilhões. Assim, o ramo teve um aumento de 439% em três anos.

Ao mesmo tempo, de acordo com dados da Transactional Track Record (TTR), em 2021 os três estados movimentaram juntos R$ 69 bilhões em Fusões & Aquisições (M&A). O Paraná foi, portanto, responsável por 42,5% desse volume.

As maiores movimentações

1. Bordeaux Participações compra Copel Telecom

A compra da Copel Telecom pela Bordeaux Participações está no topo das vendas do Paraná. A subsidiária de telecomunicações da Copel foi adquirida por R$ 2,5 bilhões.

Após a compra, o presidente do grupo Bordeaux, o empresário Nelson Tanure, publicou na conta do LinkedIn sobre os planos de crescimento para a paranaense Telecom. “Agora, iniciaremos o processo de expansão, diversificando seus produtos para atender, além da Califórnia brasileira, que é o Paraná, a toda a região Sul e ao interior do Estado de São Paulo”, anunciou.

2. Advent International investe na Ebanx

As outras quatro maiores movimentações do Paraná em 2021 foram dentro do setor de tecnologia. Em junho do ano passado, a Advent International investiu R$ 2,175 bilhões na Ebanx, uma startup de Curitiba que busca soluções de pagamentos para empresas globais na América Latina e processa transações, por exemplo, de importantes aplicativos como o Spotify e o Airbnb.

Dez anos depois da criação da Ebanx na capital do estado, a fintech (empresa de tecnologia de finanças) oferece, agora, mais de 100 métodos de pagamentos disponíveis, assim como já atuou com mais de 500 empresas globais na América Latina e 40 milhões de latino-americanos.

3. Ebanx compra Remessa Online

Em 2021, a Ebanx esteve envolvida também na terceira maior movimentação de Fusões & Aquisições, quando comprou por R$ 1,2 bilhão a Remessa Online, uma fintech que ajuda pessoas físicas a receberem remessas do exterior.

4. Olist recebe investimento em rodada da Wellington Management

A quarta maior movimentação no Paraná envolveu a Olist, uma startup que ajuda os lojistas a venderem em marketplaces como Mercado Livre e Amazon. A empresa recebeu mais de R$ 1 bilhão da investidora dos Estados Unidos Wellington Management, no final do ano passado.

Dessa forma, a startup, também criada em Curitiba, foi considerada no final de 2021 o maior unicórnio da América Latina. Unicórnios são empresas que já alcançaram, pelo menos, o primeiro bilhão de dólares.

5. Madeira Madeira recebe investimento em rodada liderada pelo SoftBank e pela Dynamo

Entre as maiores transações dentro do Paraná em 2021, também está a Madeira Madeira, uma loja online de móveis e material de construção fundada em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, em 2009.

Em janeiro do ano passado, a varejista online recebeu R$ 1 bilhão em uma rodada de investimento voltada para tecnologia, que foi liderada pelo SoftBank e pela Dynamo.

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Por que o Paraná?

De acordo com o diretor da Redirection International, João Caetano Magalhães, o Paraná apresenta algumas características que atraem investimentos aos empreendimentos do estado e contribuem para os números revelados em 2021.

"Os bons resultados na produção industrial, na geração de empregos e no setor de serviço, por exemplo", cita o diretor. Outro aspecto apontado como atrativo para investimentos em empresas do estado é a estabilidade política. "O Paraná 'voa abaixo do radar' em relação à polarização e às polêmicas do cenário nacional e isso afeta diretamente o mercado", destaca.

O Paraná na Tecnologia e na Inovação

No ramo da Tecnologia e da Inovação, o Paraná está conquistando cada vez mais investimentos nos últimos anos. Segundo a Redirection International, 50% das startups paranaenses foram fundadas depois de 2019. A partir desse período, com a fundação dessas empresas de inovação, as transações em M&A cresceram mais de 400%.

Por isso, em apenas três anos, o Paraná já é o segundo estado mais inovador do Brasil, como aponta o sócio da instituição, Adam Patterson. "Fica atrás apenas de São Paulo. O Paraná conta com bons índices de qualidade de vida e volume de profissionais de Tecnologia da Informação (TI), além de mão de obra com alto índice de produtividade".

A capital do Paraná, que é berço da maioria das startups citadas acima entre as que mais movimentaram dinheiro com fusão e aquisição de empresas no ano passado, foi considerada a melhor cidade para empreender segundo a Escola Nacional de Administração Pública (Enap). Além disso, foi eleita uma das cidades mais promissoras do mundo para fintechs, segundo o Global Fintech Ecosystem Report 2020.

"Além de Curitiba, cidades como Londrina, Maringá, Pato Branco, Cascavel, Ponta Grossa e Francisco Beltrão também se destacam com seus ecossistemas de inovação", ressalta Patterson. Ele ainda cita as iniciativas locais de incentivo à inovação. "O poder público também tem desempenhado um papel importante, com a Vale de Pinhão, iniciativa de inovação da prefeitura de Curitiba desde 2017, e o Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação do ano passado, do governo do estado", finaliza.

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