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Pastor Paschoal Piragine: da pregação na rua à liderança de uma das maiores igrejas do país
| Foto: Fernando Zequinão/Arquivo/Gazeta do Povo

Era 1988 quando um jovem pastor, vindo de São Paulo, chegou na cidade para assumir uma das principais instituições religiosas locais, a Primeira Igreja Batista de Curitiba. Aos 29 anos de idade, Paschoal Piragine Júnior já tinha oito anos de ministério, mas a responsabilidade de comandar uma igreja então com mais de sete décadas de história causava apreensão. Ao ser convidado, conversou com a esposa Cleusa e, juntos, decidiram aceitar o desafio. Trinta e dois anos depois, é na capital paranaense que Piragine celebra 40 anos de ministério e uma história que se confunde com a própria igreja, que tem quase 15 mil membros.

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“No ministério participamos dos melhores e dos piores momentos da vida das pessoas. Ele nos dá a possibilidade de nos tornarmos íntimos delas e elas nos acolherem como parte da família. Essa é a grande diferença de ter algo como uma profissão ou olhar como uma vocação. Eu tenho muito orgulho de ter seguido essa vocação”, diz Piragine à Gazeta do Povo, ao falar sobre as quatro décadas recém-completadas na Igreja Batista.

Vindo de uma família evangélica, Piragine conta que sempre teve uma ligação forte com a religião, mas foi aos 12 anos de idade que descobriu aquela que seria sua vocação para a vida. “Foi quando Deus falou comigo através de uma leitura na Bíblia. Eu contei para os meus pais e eles se emocionaram, porque haviam recebido a mesma mensagem. Dali em diante ficou claro que eu tinha um chamado, uma missão a cumprir”, relata.

Da pregação nas ruas à liderança local

Ele conta que passou então a pregar em praças, nas ruas e, mais tarde, ingressou na escola de teologia. Tornou-se pastor e permaneceu oito anos em São Paulo, até que, num fim de semana, de passagem por Curitiba, assistiu a um culto e foi convidado a fazer uma pregação. Dali surgiu o convite para que assumisse a Primeira Igreja Batista. “Eu era jovem, tinha receio de assumir uma igreja que tinha uma história muito grande. Conversei com minha esposa, oramos e decidimos esperar a resposta de Deus. A resposta foi exatamente a mesma para nós dois”, relembra o pastor, que então se mudou para o Paraná.

Quando chegou, em 1988, Piragine tinha entre suas tarefas conduzir a construção do novo templo da igreja, cuja pedra fundamental havia sido lançada em 1983. As obras se iniciaram no ano seguinte à sua chegada, esbarraram em dificuldades financeiras, mas em 2014, quando a Primeira Igreja Batista de Curitiba completou 100 anos de atividades, o templo foi inaugurado, no bairro Batel.

Legado na comunidade e na família

O pastor lembra ainda que, quando assumiu a presidência da igreja, ela tinha pouco mais de mil membros. Hoje já são mais de 14 mil, além de mais de 30 outras igrejas organizadas na região. “A igreja e a comunidade curitibana me acolheram de uma maneira tremenda. Eu vinha de uma cultura diferente, tinha muito a aprender e eles me ajudaram muito. Sinto-me orgulhoso por poder ter feito tanta coisa nesses 32 anos”, destaca. Além de presidir a PIB, Piragine é autor de vários livros, coordena trabalhos humanitários e já ocupou cargos de liderança na igreja batista.

Em meio a todas essas realizações ao longo dos últimos 40 anos, Paschoal Piragine deixa também um legado geracional. O filho Michel seguiu os passos do pai e também é pastor da Primeira Igreja Batista de Curitiba. “Minha preocupação era de que ele seguisse esse caminho apenas por seguir, não por vocação. Mas quando ele se mostrou convicto de que essa era a missão dele, me senti tranquilo e feliz.”

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