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Empresas com até quatro funcionários são as que geram mais empregos no Paraná.
Empresas com até quatro funcionários são as que geram mais empregos no Paraná.| Foto: Pixabay

As pequenas empresas paranaenses sentiram a queda nas vendas imediatamente após o início das primeiras medidas de isolamento por causa da pandemia de coronavírus, na última semana de março, e correram rapidamente em busca de financiamento. Dados do Sebrae mostram que 88% dos pequenos negócios no Paraná registraram retração, dos quais 62% viram o faturamento cair mais de 50%. Para fazer frente a essa situação, um número recorde de empresários foi em busca das linhas da Fomento Paraná e do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

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A sobrevivência das pequenas empresas e a manutenção dos empregos gerados por elas é vital na economia paranaense. Os estabelecimentos com menos de quatro funcionários foram os que sustentaram a retomada do emprego formal nos últimos três anos: entre 2017 e 2019 criaram 189 mil vagas, enquanto as demais faixas fecharam postos – com exceção daquelas com mais de mil funcionários, que tiveram um pequeno saldo positivo, de 636 vagas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.

Após o anúncio das primeiras medidas impostas para combate ao coronavírus, o Sebrae realizou a pesquisa com pequenos estabelecimentos de todo o Brasil entre os dias 20 e 23 de março. Naquele momento, 40% delas declarou que pretendia fechar temporariamente o negócio; outras 25% fechariam permanentemente. Por outro lado, 26% pretendiam aumentar as vendas on-line.

Entretanto, foi só depois disso que o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) oficializou as linhas de crédito especiais no Paraná, destinadas a mitigar os impactos da pandemia. No dia 27, ele anunciou um conjunto de ações que somam R$ 1 bilhão para atender empresas de todo o porte. Entre as medidas estão linhas de crédito com juros menores, carências de até um ano e desburocratização dos processos, por meio do BRDE e da Fomento Paraná.

A oferta governamental foi bem recebida pelo empresariado. A Fomento Paraná, instituição financeira do governo voltada para empreendedores informais e formais, micro e pequenas empresas, anunciou na quarta-feira (8) que em uma semana tinha recebido mais de 10 mil propostas de financiamento. O volume é quase o dobro do que o registrado durante todo o ano de 2019, quando a instituição bateu o recorde em contratações de microcrédito, com 5.361 empreendimentos beneficiados. O teto do financiamento é de R$ 200 mil.

Entretanto, ainda é preciso fazer a análise das propostas para a instituição confirmar os financiamentos. A Fomento Paraná também enfrenta desafios grandes, já que o isolamento social e o fechamento de postos de atendimentos nos municípios dificulta a verificação dos requisitos necessários. A instituição está fazendo uma remodelagem nos processos para a concessão de crédito na situação atual.

Os pedidos de financiamento ao BRDE também já bateram recorde: 755 pedidos, em valores que chegam a R$ 1 bilhão, superior a todos os pedidos espontâneos de 2019. A romaria de empresários ao banco de desenvolvimento começou já no dia 23, com as primeiras medidas restritivas tomadas por municípios. O BRDE também permitiu que os empresários com financiamento em andamento suspendam o pagamento de parcelas por até seis meses.

Planejamento

Segundo Amberson Silva, coordenador estadual de serviços financeiros e capitalização do Sebrae no Paraná, pode haver alguma demora na operacionalização dos financiamentos, mas o importante é que as instituições estão agilizando a concessão de crédito o mais rápido possível. O Sebrae/PR também está agindo para ajudar na concessão de crédito. No dia 27 de março, a instituição anunciou o aporte de R$ 5 milhões nas Sociedades Garantidoras de Crédito (SGCs), que se juntam a outros R$ 10 milhões ofertados pelo Sicoob e Governo do Paraná. As SGCs facilitam o acesso ao crédito, fornecendo garantias para a obtenção de recursos financeiros de forma mais ágil e taxas menores que o mercado.

Silva ressalta que a saúde financeira e o planejamento de cada estabelecimento farão diferença neste momento. “Quem tinha fluxo equilibrado de caixa está melhor. O planejamento ajuda a tomar decisões e evita ficar no vermelho logo de cara. Quem não tinha controle financeiro de contas a pagar receber está passando por mais dificuldades”, relata.

Muitos empresários têm procurado o Sebrae/PR, que continua fazendo o atendimento, por telefone e outros canais virtuais. Segundo Silva, uma dúvida comum é em relação ao corte de custos. A orientação é para segurar o funcionário o máximo de tempo possível, já que demissões são caras. “Se conseguir segurar, seja reduzindo o lucro, é um movimento importante. Não adianta muito querer aumentar o preço, pois depois que a crise passar, o consumidor pode identificar e isso prejudicará a fidelidade”, sugere.

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