O Hospital Pequeno Príncipe (HPP), referência de tratamento pediátrico em Curitiba, integra um grupo internacional que vai pesquisar a ação do coronavírus no organismo.
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A “Covid Human Genetic Effort” é uma força-tarefa de pesquisadores do mundo todo que, por meio de análises genéticas, tenta identificar por que algumas pessoas que não são de grupo de risco acabam tendo formas graves da Covid-19. A partir destes resultados, o objetivo é estabelecer tratamentos que diminuam as mortes.
Coordenada por cientistas americanos, a pesquisa no Brasil também terá uma etapa feita pela Universidade de São Paulo (USP). O HPP participa da pesquisa internacional através do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, apoiado pelo rei do futebol.
Suscetibilidade
“Queremos entender como e por que algumas pessoas são mais suscetíveis do que outras para desenvolver a forma grave da doença, pois estamos vendo cada vez mais óbitos de pessoas jovens e aparentemente saudáveis”, explica a coordenadora do projeto no Pequeno Príncipe, a médica imunologista Carolina Prando.
Além do Paraná, a pesquisa do hospital também envolverá pacientes de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O motivo, explica doutora Carolina, é pelo fato de o inverno rigoroso da região Sul causar diversas infecções respiratórias. “Como o inverno é mais rigoroso aqui e nesta época do ano temos muitas infecções respiratórias provocadas por outros vírus, imaginamos que as demandas dessa região serão maiores”, explica.
O objetivo da força-tarefa é sequenciar e analisar os genes dos pacientes que forem para a UTI com Covid-19. A partir da coleta e análise das provas dos hospitais da região Sul, os cientistas vão comparar o material genético com de outros pacientes do mundo inteiro.
“O trabalho terá um efeito imediato, que é a identificação de pacientes que possuem erros inatos da imunidade já conhecidos. Esses pacientes poderão receber orientações e tratamentos específicos para o seu diagnóstico imunológico, além do tratamento que estiver recebendo para Covid-19”, explica a médica. “Além disso, ao compararmos nossos resultados com os de outros centros ao redor do mundo, poderemos encontrar mais rapidamente padrões que revelem novas doenças”.
A estimativa é que existam no Brasil cerca de 160 mil pessoas com erros inatos da imunidade. Porém, pouco mais de 2 mil estão diagnosticados.
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