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Ponte da Amizade entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, na fronteira entre Brasil e Paraguai.
Ponte da Amizade entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, na fronteira entre Brasil e Paraguai.| Foto: Kiko Sierich/Arquivo/Gazeta do Povo

A sobrecarga de atendimentos de Covid-19 no Oeste do Paraná tem uma preocupação especial: a fronteira do Brasil com o Paraguai em Foz do Iguaçu. De cada três pacientes que buscam atendimento por sintomas de crise respiratória no Hospital Municipal de Foz, um é morador do Paraguai - entre brasileiros que vivem no país vizinho e cidadãos paraguaios de fato.

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Terça-feira (24), o sistema de saúde de Foz do Iguaçu extrapolou seu limite, com mais pacientes com coronavírus do que vagas. Eram 106 pacientes para 95 vagas de UTI e 82 pacientes para 74 vagas de enfermaria. De acordo com o município, o sistema de saúde só não colapsou porque os pacientes foram remanejados para outras áreas de atendimento, o que permitiu atendimento a todos os enfermos.

De acordo com o boletim epidemiológico estadual de terça-feira (23), a regional de Foz do Iguaçu é a única do Paraná que está em estado de emergência, com o maior índice de contágio. São 9.318 pacientes infectados com coronavírus a cada 100 mil habitantes.

Tal quadro levou a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) a intervir, anunciando a abertura imediata de dez novos leitos de UTI no Hospital Municipal de Foz, que devem começar a funcionar já nesta quarta-feira (24). Com o reforço, o hospital passa a ter 60 leitos de UTI.

“Temos preocupação muito grande com Foz do Iguaçu, que além de atender os seus moradores e os das cidades vizinhas, também atende os ‘brasiguaios’ e os paraguaios que procuram o sistema de saúde do Paraná”, admitiu o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) em entrevista ao jornal Meio Dia Paraná de terça-feira (23). “Não podemos deixar essas pessoas na rua, abandonadas, sem atendimento. É nossa solidariedade com os irmãos paraguaios. Mas nisso nosso sistema acaba sendo comprometido”, completou o governador.

Ponte da Amizade

Com o trânsito entre Brasil e Paraguai liberado desde outubro, ao contrário da fronteira com a Argentina, que segue fechada por decisão de Buenos Aires, a Ponte da Amizade é a principal causa de preocupação em Foz do Iguaçu.

Para tentar evitar que o quadro se agrave ainda mais, o prefeito Chico Brasileiro enviou ofício ao governo federal solicitando a instalação de uma barreira sanitária na ponte na entrada da cidade. “É necessário ter esse controle para não comprometer cada vez mais nosso sistema de saúde. Essa é uma das medidas mais importantes para frear a aceleração da doença”, cobrou o prefeito em entrevista ao jornal Bom Dia Paraná, da RPC TV, nesta quarta-feira (24).

Do lado paraguaio, o governo planeja medidas restritivas para conter a pandemia. Entre elas, já está em vigência o toque de recolher com proibição de venda e consumo de bebidas alcoólicas da meia-noite às 5h do dia seguinte. O decreto nacional tem validade até 14 de março.

Vacinação no Paraguai

A vacinação da Covid-19 começou terça-feira no Paraguai com 4 mil doses de Sputnink V compradas da Rússia. Desse total, 300 foram enviadas para Ciudad del Este, segunda maior cidade paraguaia que fica do outro lado da Ponte da Amizade. Essas doses iniciais serão suficientes para vacinar 150 profissionais de saúde da linha de frente da Covid-19, com prioridade para os que atuam na UTI do hospital regional.

O Paraguai adquiriu 1 milhão de doses de Sputnik V, a mesma vacina que está sendo aplicada desde dezembro na Argentina e que seria produzida no Paraná se o acordo com o governo russo não tivesse desandado.

Além disso, o Paraguai vai receber 4 milhões de vacinas de outros laboratórios através do consórcio Covax Facility da Organização Mundial de Saúde (OMS). Mesmo assim, o país planeja vacinar apenas 30% da população em 2021, o que deve manter o alerta em Foz do Iguaçu. Em 2022, a previsão do governo paraguaio é dobrar a vacinação, alcançando 60% da população.

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