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Projeção não leva em conta risco de uma segunda onda da pandemia
Projeção não leva em conta risco de uma segunda onda da pandemia| Foto: Gerson Klaina / Tribuna do Paraná

A plataforma de ciência de dados em saúde “Funcional Health Tech” divulgou nova atualização em suas projeções para o pico da pandemia de Covid-19 no Paraná, prevendo que, a partir de 4 de setembro o número de casos ativos comece a cair no estado. Apesar de a última projeção da empresa ter indicado 24 de agosto como data para o pico, na atualização dos dados, o Paraná deixa de ser o estado com ciclo mais longo do coronavírus, uma vez que a nova projeção para o Rio Grande do Sul é de pico apenas em 06 de outubro.

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O pico no Brasil, segundo o estudo da Funcional Health, já passou. Foi em 21 de julho. “Assim, o modelo indica que o Brasil, como um todo, já passou pelo pico da pandemia, caso não haja uma nova onda”, diz o estudo. Foi na semana de 21 de julho que o país registrou, até agora, o maior número de novos casos em um período de sete dias (319,6 mil). Desde então, nas três semanas completas seguintes, o número vem caindo discretamente. Na última semana, encerrada em 15 de agosto, foram 304,6 mil casos. O estudo também mostra que o pico já passou na maioria dos estados brasileiros, como São Paulo (05 de agosto) e Rio de Janeiro (23 de julho). Para Minas Gerais, a projeção é de pico em 24 de agosto.

A diretora executiva da Funcional Health, Raquel Marimon, explica que tem se repetido, no Paraná, o mesmo movimento dos demais estados, com a interiorização da doença, o que postergou o pico. “Um ponto importante é entender que quando se olha um estado inteiro, se tem diferentes cidades, diferentes regiões, com momentos diferentes. Essa doença começou nas capitais, chegou às cidades da Região Metropolitana. Depois, começou a crescer nas cidades grandes distantes da capital e, agora, chega os municípios menores do interior. Por isso, apesar de algumas cidades já estarem registrando diminuição no número de novos casos, a curva ainda não começou a baixar”, analisa.

Marimon explica, também, que o estudo não trabalha com a variável de uma segunda onda de contaminações, embora isso possa ocorrer se a população relaxar com os cuidados após o pico. “O modelo epidemiológico é para fazer um pico e descer, ele nunca vai prever essa segunda onda, mas, em vários países foi observada a segunda onda. E ela é consequência do comportamento humano. Vem a notícia que o cenário está melhor, de que ‘o pior já passou’ e acabamos pecando no protocolo social e o número de infecções começa a ter outro pico. Aconteceu na gripe espanhola, aconteceu em outras epidemias. Hoje temos muito mais informações, sabemos o que devemos fazer para que, desta vez, isso não ocorra”, conclui. Ela lembra que, apesar de o país e a maioria dos estados já terem atingido o pico, a curva descendente tende a ser lenta. Há ainda um grande número de casos novos a cada dia, mas um pouco menor que no dia anterior, como mostra a curva nacional, que apesar dedescendente, ainda registra mais de 45 mil novos casos por dia.

21% da população paranaense terá contato com o vírus

O estudo da Funcional Health Care também projeta o número de casos confirmados e de contaminações nos estados e no país até o final do ano. Para o Paraná, o estudo estima que o estado chegará em 31 de dezembro com 351,4 mil casos confirmados de Covid-19. No boletim de 20 de agosto, o estado tinha 111 mil casos. A metodologia da Funcional Health considera que para caso oficialmente registrado, sete pessoas foram, de fato, contaminadas pelo vírus, por conta da subnotificação e da prevalência de casos assintomáticos. Assim, a projeção é de que, até o final do ano, 2,46 milhões de paranaenses terão sido contaminados em algum momento, o que representa 21% da população do estado, de 11,4 milhões.

O percentual de contaminação no Paraná ficará semelhante à média nacional. Para o país, o estudo projeta 5,8 milhões de casos confirmados (hoje são 3,5 milhões). Com a relação de sete contaminações efetivas para cada caso confirmado, até o final do ano 40,5 milhões de brasileiros podem ter contato com o vírus, 19% da população de 210 milhões.

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