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Cataratas do Iguaçu receberam mais de 2 milhões de visitantes em 2019
Cataratas do Iguaçu receberam mais de 2 milhões de visitantes em 2019| Foto: Christian Rizzi / Gazeta do Povo

A reforma do aeroporto de Foz do Iguaçu, já entregue, e a ampliação da pista de pousos e decolagens, em andamento, prometem resolver um gargalo histórico para o desembarque de visitantes internacionais. E já fazem a cidade sonhar com o posto de destino número 1 para turistas estrangeiros no Brasil.

O grupo que arrematar o Bloco Sul da 6ª rodada de concessões e assumir a administração do aeroporto de Foz do Iguaçu receberá uma infraestrutura praticamente nova, com terminal de passageiros reformado e ampliado com quatro pontes de embarque, um novo pátio de manobras com capacidade para mais quatro aviões e uma pista de pouso e decolagem ampliada. O leilão está programado para ocorrer no segundo semestre deste ano e engloba, além de Foz, outros oito aeroportos do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina — a previsão do governo é arrecadar R$ 516,3 milhões no pregão. Após esse processo, a responsabilidade pelos terminais deixará de ser da Infraero.

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Na cidade da fronteira, a estatal se despedirá com intervenções que darão fôlego para o início da concessão. No fim de fevereiro, entregou oficialmente a ampliação do terminal de passageiros, que passou a ter a capacidade de receber 5 milhões de passageiros por ano, praticamente o dobro dos 2,6 milhões atuais. A um custo de R$ 42,4 milhões, salas de embarque e desembarque e outras áreas do edifício foram ampliadas e agora estão ligadas a quatro pontes de embarque. Também foram instalados novos banheiros, escadas rolantes, elevadores e carrosséis de restituição de bagagens. Para dar suporte ao terminal, um novo pátio de manobras está sendo construído e poderá abrigar quatro aviões comerciais além das oito posições atuais.

Outra obra é vista como determinante para o crescimento na movimentação de passageiros no aeroporto. A atual pista será ampliada em 600 metros e passará a ter 2.795 metros de comprimento, extensão que viabiliza a operação de voos internacionais para Estados Unidos e Europa. O contrato para o início da intervenção foi assinado no último dia 28 de fevereiro e a previsão de entrega é abril de 2021, antes de a concessionária assumir a administração do equipamento. A obra custará R$ 53,9 milhões — 80% deste valor é de responsabilidade da Itaipu Binacional e o restante sairá dos cofres da Infraero.

“Isso vai dar um fôlego para nosso aeroporto. Estávamos precisando disso. Somos um destino tão procurado, mas tínhamos uma estrutura muito acanhada”, afirma o secretário de Turismo, Indústria, Comércio e Projetos Estratégicos de Foz do Iguaçu, Gilmar Piolla. “O nosso destino já sofreu com a questão da acessibilidade aérea, tanto no sentido de trazer voos de grandes distâncias, como o custo da tarifa aérea. E agora, com a reformulação do aeroporto, com pontes de embarque e a ampliação da pista para voos internacionais, isso é extremamente significativo”, complementa Felipe Gonzalez, presidente do Visit Iguassu, instituição que promove o turismo na região.

Aeroporto de Foz do Iguaçu operou no limite da capacidade em 2019
Aeroporto de Foz do Iguaçu operou no limite da capacidade em 2019 | Rodrigo Félix Leal / AEN

O otimismo com o aeroporto é ancorado em números. Somente no ano passado, mesmo quando operou por quase seis meses com restrições de 420 voos semanais, o terminal recebeu 2,14 milhões de passageiros, segundo a Infraero — perdeu somente para o ano anterior, quando movimentou 2,18 milhões de pessoas, ambos números próximos da capacidade de atendimento do terminal de passageiros antes da ampliação. E janeiro de 2020 já representou um recorde histórico para o mês: 242,8 mil passageiros passaram pelo terminal.

Vocação para o turismo internacional

O mercado internacional é o principal esforço da cidade. O plano é ambicioso: tornar Foz do Iguaçu no principal destino de turistas estrangeiros no Brasil. Para isso, aposta principalmente no Parque Nacional do Iguaçu e suas Cataratas, e na usina de Itaipu. Só no parque foram 2,02 milhões de visitantes em 2019, na primeira vez que bate a marca dos 2 milhões — 43% são de turistas estrangeiros. Em Itaipu, o número de visitas ficou em 1,025 milhão, também um recorde.

“Fazer sucesso é uma meta que sempre almejamos, além de buscar a internacionalização do turismo através da divulgação do ecoturismo, do meio ambiente protegido, a maravilha natural das Cataratas do Iguaçu e maravilha do homem que é Itaipu. A cada década temos um crescimento de cerca de 1 milhão de visitantes. Já estamos com dois milhões de visitantes por ano no Parque Nacional e estamos caminhando para um crescimento na média de 8% ao ano”, comenta Gonzalez.

Alcançar o objetivo de internacionalizar de vez a cidade de Foz do Iguaçu passa necessariamente pelo aeroporto. E nos últimos meses, o terminal tem visto mais estrangeiros. A companhia aérea boliviana Amaszonas iniciou em 2019 voos para Santa Cruz de La Sierra, e em janeiro deste ano a low-cost chilena JetSMART começou a operar a rota para Santiago. Outro voo regular que já atendia à cidade é da Latam para Lima, no Peru.

Ampliação da pista, considerada "obra rápida", possibilitará abertura novos voos internacionais de longa distância
Ampliação da pista, considerada "obra rápida", possibilitará abertura novos voos internacionais de longa distância| Foto: Edsom Leite

A expectativa é que ainda em 2020 novos destinos internacionais sejam anunciados, especialmente na América do Sul. “Estamos com várias negociações engatilhadas, tanto no mercado doméstico como da América do Sul, e também em mercados maiores, da Europa e Estados Unidos. Já iniciamos as articulações com as companhias aéreas porque a obra de ampliação da pista é rápida”, adianta Piolla. Os destinos mais prováveis são Argentina, Colômbia, Panamá, Paraguai e Uruguai.

Nova pista para crescer

Junto com o destino número um do Brasil, há um plano específico para o aeroporto de Foz do Iguaçu, que é torná-lo um hub na América do Sul e o terminal mais movimentado na região Sul do Brasil. Entretanto, esse salto não poderá ser dado com a estrutura atual, mesmo após a ampliação da pista ter sido concluída. Acompanhar esse plano ficará a cargo da concessionária que assumir o terminal em 2021. E quando o fizer, já terá na mesa um projeto bastante específico, que é a construção de uma nova pista de pouso e decolagem.

“Com um novo sistema de pista, evidentemente teremos uma capacidade muito maior de expansão. Eu acredito que devemos atingir o limite do terminal atual no prazo de sete anos”, explica Piolla. “A vantagem é que a área vizinha ao aeroporto é uma área agrícola, é uma área de baixo custo de desapropriação”, completa.

O projeto prevê a construção de uma pista de 3 mil metros de comprimento, paralela à atual, sendo esta transformada em faixa para taxiamento dos aviões. Assim, a quantidade de operações por hora seria maior que atualmente. Essa obra está prevista no estudo de viabilidade anexado ao edital da 6.ª rodada de concessões de aeroportos. Segundo o documento publicado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a construção da nova pista está prevista para ocorrer já na primeira fase da concessão, ou seja, até 2030, a um custo estimado de R$ 60 milhões, sem contar os custos com desapropriações. A pista deverá estar apta a receber, sem restrições, aeronaves que realizam voos de longo alcance — hoje elas podem operar com autorização especial, visto que o aeroporto está categorizado para receber voos regulares de aviões com até 36 metros de envergadura, como os Boeing 737 da Gol, os Airbus A320 da Latam e os Embraer E195 da Azul.

Conteúdo editado por:Marcos Tosi
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