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Carne suína para exportação
Paraná pode exportar mais carne com novo status sanitário.| Foto: Divulgação/RPF Group

O Paraná ainda não decolou na exportação de carnes para Japão, Coreia do Sul, Europa e México como é esperado que aconteça com o reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde Animal de área livre de febre aftosa sem vacinação. A certificação aconteceu há um ano e, antes disso, esses países vetavam a entrada do produto. Apesar disso, investimentos em plantas industriais no setor ganham destaque no estado, com a expectativa de conquista desses mercados.

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“As cooperativas estão investindo cerca de R$ 700 milhões em unidades de abate e processamento de suínos, R$ 400 milhões em frangos e R$ 500 milhões em fábricas de ração”, informa José Roberto Ricken, presidente do Sistema Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).

“A ampliação da produção é o primeiro reflexo do reconhecimento de área livre de febre aftosa sem vacinação”, diz Ricken. Segundo ele, agora a expectativa é para que se concretizem acordos comerciais com Japão, Coreia do Sul e México, países que vetavam a carne produzida no Paraná pela questão sanitária. O presidente da Ocepar destaca ainda o que ele chama de ‘mudanças internas’. “O produtor está muito mais consciente da necessidade de cuidar da saúde das criações. Isso é muito importante porque o trabalho não pode parar aqui”, observa.

A técnica do departamento econômico do Sistema Federação da Agricultura do Paraná (Faep) Nicolle Wilsek cita também investimentos de empresas privadas em genética animal no Paraná, com vistas à abertura de novos mercados.

“Este é o primeiro ano do resultado de um trabalho que vem sendo feito há décadas. Não é só a declaração de área livre que vai garantir o mercado externo, mas é um passaporte. Agora é preciso consolidar as relações comerciais. A conquista não é imediata”, pontua.

Conquista de mercado depende de negociações dos governos

“As exportações de carne ainda não foram impactadas pelo reconhecimento, uma vez que os países estão em processo para o reconhecimento também e o quadro pandêmico atrasou um pouco as tratativas”, pontua Luis Rua, diretor de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Segundo ele, “logo que isto ocorra, resultados positivos são esperados”. Rua lembra que o resultado não é imediato e depende de tratativas entre governos que já estão em andamento.

O aniversário de um ano do reconhecimento do status sanitário foi celebrado em solenidade na manhã desta terça-feira (31), no Palácio Iguaçu. O governador Carlos Massa Ratinho Junior disse que “foi a maior conquista do agronegócio paranaense nos últimos 100 anos”.

Para o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, “o último ano foi de construção de oportunidades”. Segundo ele, “o desafio era mostrar uma cara limpa para o mundo”. Ortigara diz que o reconhecimento beneficia a exportação de frango, peixe congelado e outros produtos, como os lácteos, com vista aos mercados mexicano, sul-coreano, japonês e tantos outros do Leste Asiático. O Paraná já é um grande exporta de carne de frango e suína especialmente para a China, que não restringia a entrada do produto.

A febre aftosa é uma doença infecciosa causada por vírus. Só os bovinos são vacinados, mas ela pode atingir também ovinos, caprinos e suínos, podendo impactar em toda a produção de carnes e derivados. Não é transmissível ao homem.

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