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Governador Ratinho Junior.
Governador Ratinho Junior.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O governo do Paraná vai oferecer uma proposta de reajuste aos servidores estaduais até a manhã desta quarta-feira (3). A promessa foi feita pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) em reunião a portas fechadas com representantes dos órgãos de segurança pública do estado e da base de deputados na Assembleia Legislativa. Foi o primeiro encontro entre o governador e integrantes das polícias Militar, Civil e Científica e agentes penitenciários para discutir a pauta trabalhista.

Embora integrantes de apenas algumas categorias tenham participado do encontro - o governo se nega a dialogar com os grevistas -, o valor ofertado valerá para todo o funcionalismo do estado. Ratinho convocou a imprensa para falar sobre o assunto às 9 horas desta quarta-feira (3).

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Líder do governo na Alep, o deputado Hussein Bakri (PSD) garante que o novo prazo será respeitado. “Foi esse o compromisso que o governo assumiu com os trabalhadores na reunião, e o governo tem sido coerente. Desde o início, o argumento foi o que uma comissão seria instalada para tratar do assunto e que uma resposta viria no tempo certo. E é isso que está acontecendo agora”. Sobre a possível reação dos servidores ao que está por vir, o parlamentar foi enfático. “É uma questão de responsabilidade e de fazer uma oferta que se sustente com o tempo. Se vai agradar ou não é outra questão”, pontua.

Nem todos os participantes do encontro ficaram satisfeitos com a ideia de mais espera. Ricardo Carvalho Miranda, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), diz que os trabalhadores pretendiam discutir índices, e não tempo, mas que o canal de diálogo está aberto. “Foi uma reunião bem objetiva. O governador diz que está trabalhando os números e que a proposta será apresentada aos deputados, para que eles conversem com as categorias”. A partir de então, as entidades sindicais levarão o assunto aos trabalhadores em si. “A decisão deve ser conjunta”.

Já o Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol) tem um discurso diferente. Kamil Salmén, presidente da entidade, fala em boa vontade por parte do Executivo estadual, apesar dos problemas que a categoria enfrenta. “Hoje nós somos poucos policiais, estamos sem condições de trabalhar, sem equipamentos, sem viaturas em condições de uso e a jornada de alguns escrivães é de mais de 100 horas semanais, quando a lei prevê 40 horas”, ressalta.

Na reunião, o governador prometeu diretamente aos servidores que vai investir no setor. “Ele disse que o Paraná vai ter uma das melhores polícias do Brasil. E é isto que nós queremos: respeito. Porque são tarefas demais, responsabilidades demais, gente de menos, e nós ainda temos que cuidar de presos. Isso não é nossa obrigação”.

Outro ponto abordado pelos representantes da Polícia Civil foi o nível da remuneração dos trabalhadores. “Nós temos Ensino Superior, mas ganhamos como técnicos. Discutimos isso também. Agora é esperar para saber o que o governo dirá que pode pagar, mas que fique claro: nós não queremos só a data-base”.

Reunião prévia e professores em greve

O encontro foi precedido por outra reunião, na Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp), do secretário da pasta, coronel Romulo Marinho Soares, com as classes policiais e os agentes penitenciários. Embora o tom do governo venha dando pistas de que o argumento de falta de dinheiro em caixa possa ser mantido, os dirigentes das entidades sindicais dessas categorias insistem na reposição da inflação acumulada de maio de 2018 a maio de 2019, de 4,94%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), além de 1% de reajuste em outubro e mais 1% em novembro.

Do outro lado da Praça Nossa Senhora de Salete, representantes dos professores estaduais continuam acampados. Como estão parcialmente em greve desde 28 de junho, os docentes não foram convidados para a reunião.

Sem reajuste desde 2016, os servidores públicos do estado reclamam da defasagem de até 17% nos salários. Os vencimentos estão congelados desde 2016.

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