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Protesto de policiais civis, em Curitiba, nesta segunda-feira (11)
Protesto de policiais civis, em Curitiba, nesta segunda-feira (11)| Foto: Reprodução/RPC

Um protesto de servidores da Polícia Civil do Paraná terminou em confusão na manhã desta segunda-feira (11), em Curitiba. A manifestação aconteceu no bairro Tarumã, na região da sede do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), durante a inauguração do chamado “Detranzinho”, com a presença do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD). A tropa de choque da Polícia Militar (PM) precisou ser acionada após uma troca de empurrões entre seguranças do evento e os policiais civis. Houve uso de gás lacrimogênio contra manifestantes. Segundo o que apurou a Tribuna do Paraná, os policiais civis tentaram estacionar um carro de som em frente ao local, mas foram impedidos pela PM.

O motivo das queixas dos policiais civis é o projeto de lei de autoria do governo estadual, recentemente aprovado na Assembleia Legislativa, que definiu um reajuste salarial de 3% aos servidores das polícias Militar, Civil e Científica, com valores diferenciados para servidores em início de carreira e policiais mais experientes.

Dias antes do evento, o presidente do Sinclapol-PR (Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná), Kamil Salmen, já havia anunciado, nas redes sociais, que haveria um protesto no local. “Não somos jagunços, governador. Somos policiais. Vamos para a frente do Detran para mostrar que não estamos satisfeitos com o trabalho e com a forma que você tem nos tratado”, afirmou o sindicalista em um vídeo divulgado pelo Sinclapol-PR.

Após o evento, o governador Ratinho Junior comentou brevemente sobre o protesto, em fala à imprensa: “Eles têm o direito de protestar. Existe infelizmente uma briga sindical interna, porque tem a eleição do sindicato dos policiais civis, que vai acontecer em maio. Então isso também acaba fazendo com que cada chapa ao sindicato queira se mostrar mais importante para seus filiados e muitas vezes acaba criando um tipo de constrangimento para a população, que não gosta de baderna. Mas, enfim, a gente não pode entrar nesta questão sindical, porque é uma matéria interna”. Sobre o uso de gás lacrimogênio, Ratinho Junior acrescentou: “Não acompanhei esta questão. Se usou, é porque teve algum motivo, né? Agora nós vamos fazer um levantamento para ver quem está errado no processo e tomar as decisões”.

Em nota enviada à reportagem, o governo lamentou o que classificou como “tumulto”. “O Governo do Estado lamenta o protesto que tentou tumultuar uma inauguração restrita a convidados e imprensa. O Governo do Estado entende que todas as manifestações são legítimas, mas não podem impedir atividades rotineiras de outros órgãos públicos ou interromper o trânsito de uma avenida importante da cidade. O Estado vai apurar se houve excessos e tomará as medidas cabíveis”, diz a nota. O Executivo afirma ainda que promoveu um reajuste salarial a “todas as classes” dos policiais civis e que mantém um diálogo aberto com a categoria. Confira abaixo a posição do governo estadual na íntegra:

"O Governo do Paraná instituiu uma revisão na tabela de todos os policiais civis no mês passado. Pela nova lei, todas as classes receberam aumento, o que tem desdobramentos inclusive previdenciários, e em algumas há ganho real de R$ 1.000,00.

A mesma lei instituiu mudanças significativas no órgão e que estavam represadas há décadas. Um dos aspectos é a regularização da designação de delegados para atuarem em mais de uma unidade policial, com gratificação de 15% sobre o salário. Também foram criadas 72 novas Funções Privativas, o que assegura salário diferenciado para cargos de gestão.

Nos últimos anos também foram adquiridos 2,4 mil computadores, 5 mil pistolas Beretta APX Full Size 9mm, kits completos de uniforme (pela primeira vez na história), identidades funcionais, novos sistemas para trabalhar nos procedimentos de Polícia Judiciária e, até o momento, 371 veículos. O Paraná também tirou definitivamente a Polícia Civil da custódia dos presos, encerrando dívida histórica com a categoria.

O Estado mantém diálogo aberto com os policiais civis. Os desafios são grandes porque se avolumam há décadas e as contas públicas ainda são duramente impactadas pela pandemia e a crise global dos últimos anos.

Toda essa reestruturação foi feita com a participação das entidades que representam os policiais e não encerra a discussão, que deve ocorrer dentro dos parâmetros legais. O Governo do Paraná segue apoiando o funcionalismo dentro daquilo que consegue atender e das exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal".

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