O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado estadual Ademar Traiano (PSDB), disse nesta segunda-feira (24) que decidiu “segurar” os reajustes salariais dos servidores do Legislativo, do Judiciário, do Ministério Público, do Tribunal de Contas e também da Defensoria Pública. Ou seja, ficam suspensas todas as mensagens que chegaram à Casa com pedido de reposição salarial. A decisão, explica o tucano, está atrelada ao impasse que se formou entre os servidores do Executivo e a gestão Carlos Massa Ratinho Junior (PSD). Até aqui, o governo do Paraná indicou que não poderá dar nenhum reajuste salarial – e, por isso, há categorias que já anunciaram início de greve, a partir desta terça-feira (25).
“Os poderes já encaminharam as mensagens aqui para a Assembleia. Eu já recebi todas elas. E, como presidente da Casa, vou segurar essas mensagens para uma discussão com o Poder Executivo. Já ouvi do governador as dificuldades que ele tem para aplicar a reposição salarial. Se o governo não propor nada, eu também não irei pautar nenhuma das mensagens dos demais poderes. É uma decisão que eu vou tomar. Até porque eu acho que a gente tem que dar um tratamento igualitário a todos”, afirmou Traiano, em entrevista à imprensa. Todos os pedidos de reajuste salarial devem necessariamente receber o aval da Assembleia Legislativa para que possam vigorar.
Na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2020, em trâmite na Assembleia, a gestão Ratinho Junior já havia sugerido a redução das fatias dos repasses aos demais poderes, alegando dificuldade de caixa. Mas a ideia encontra resistência, especialmente no Judiciário, que tem falado com parlamentares para tentar impedir o corte. A proposta de LDO deve ser votada até meados de julho.
“Se houver greve, zera toda a conversa”, diz líder de Ratinho
Nesta segunda-feira (24), a tensão subiu entre o governo do Paraná e representantes de servidores públicos. Líder do governo Ratinho Junior na Assembleia, o deputado estadual Hussein Bakri (PSD) disse que o diálogo será encerrado caso haja de fato a greve, a partir desta terça-feira (25). “O governo está estudando uma proposta. Mas, a partir do momento em que for deflagrada uma greve, não se conversa mais, acabou o diálogo. Greve é o último instrumento que se usa, porque ela não é boa para ninguém”, reclamou ele.
“Nós não completamos seis meses de mandato. Em qual estado brasileiro a data-base foi dada? Em qual estado brasileiro foi anunciada uma greve sem que as negociações tivessem sido concluídas? Greve é nos estados onde o servidor está com salário atrasado, está passando fome. Qual governo não quer dar reajuste? Mas é preciso ter responsabilidade. Houve uma queda de arrecadação acentuada”, argumentou Bakri.
Um dos principais sindicatos, a APP-Sindicato, representante dos trabalhadores da área de educação, informou nesta segunda-feira (24) que mantém a greve a partir desta terça-feira (25). “Ao invés de apresentar uma proposta para descongelar os salários dos servidores, a gestão de Ratinho tenta desarticular a mobilização”, criticou a categoria. A reivindicação é de reposição de 4,94%, referente a inflação dos últimos 12 meses, além de negociação dos atrasados.
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