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Ao lado da advogada Raquel Santoro, o ex-governador do Paraná Beto Richa foi interrogado nesta quinta-feira (15)
Ao lado da advogada Raquel Santoro, o ex-governador do Paraná Beto Richa foi interrogado nesta quinta-feira (15)| Foto: Reprodução/JFPR

O ex-governador do Paraná e ex-prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB) foi interrogado nesta quinta-feira (15) no âmbito de uma ação penal que tramita na Justiça Federal e na qual é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de crime de responsabilidade. A denúncia contra o tucano envolve um convênio assinado em 2005 entre o governo federal e o então prefeito de Curitiba, Beto Richa, no valor de R$ 100 mil, para reforma de três unidades de saúde entre 2006 e 2008.

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De acordo com o MPF, houve desvio de finalidade do convênio – ou seja, os recursos não foram destinados às obras. Já a defesa do tucano vem sustentando que uma servidora desviou o dinheiro e reconheceu o crime - e acrescenta que o município depois devolveu os recursos federais e concluiu as obras nas unidades de saúde com dinheiro próprio.

No interrogatório desta quinta-feira (15), feito de forma remota pelo juiz federal Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Criminal de Curitiba, Beto Richa repetiu que o problema do convênio se deu em razão do desvio praticado pela servidora e que ele nem a conhece. Na época, afirmou o tucano, ele apenas autorizou a abertura de sindicância para apurar o caso: “As medidas que cabem ao gestor público foram tomadas e ela foi demitida após sindicância. A servidora reconheceu em juízo que desviava recurso”.

Em relação ao convênio, Beto Richa afirma que não teve "responsabilidade alguma”. “A responsabilidade era exclusiva do núcleo de finanças na secretaria da saúde. Eu assinei o convênio, mas eu não participava da gestão dos recursos, eu não tinha como, com as inúmeras atribuições de um prefeito, de cuidar de questões micro. Eu não tinha acompanhamento diário destas contas, impossível, não cabia a mim, não tinha tempo para isso, não era minha atribuição”, argumentou ele ao juiz federal.

O MPF não fez questionamentos ao réu após as perguntas do juiz federal. O interrogatório durou cerca de 15 minutos.

Beto Richa também é réu em outras ações penais que tramitam na Justiça Federal – ligadas à Operação Piloto e à Operação Integração – e na Justiça Estadual – ligadas à Operação Rádio Patrulha e à Operação Quadro Negro. Ele rejeita todas as acusações, alegando que não cometeu os crimes apontados.

Primeira denúncia foi oferecida há quase dez anos

O processo judicial no qual Beto Richa agora é interrogado teve um longo trâmite. A denúncia original foi feita ainda no ano de 2009, mas as trocas de cargos públicos – e seus diferentes foros judiciais – embaralharam o caso. Além disso, quando Beto Richa estava na cadeira de governador do Paraná, a Assembleia Legislativa precisava autorizar o andamento da ação penal no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o que levou quase 3 anos.

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