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Produção de alimentos do Paraná não sentiu os efeitos da pandemia da Covid-19.
Produção de alimentos do Paraná não sentiu os efeitos da pandemia da Covid-19.| Foto: Divulgação/Coopavel

A linha de produção de alimentos no Paraná, até o momento, não foi afetada pelos reflexos do coronavírus na economia global. Representantes da agroindústria tranquilizam consumidores e dizem que, mesmo diante de uma pandemia, o estado está bem abastecido – inclusive com safras recordes -, preparado para continuar produzindo e para suprir o mercado. Para eles, não há razão para pânico.

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Apesar dos impactos da Covid-19 no mundo, as indústrias alimentícias do Paraná estão trabalhando em um fluxo normal. As cooperativas, por exemplo, que respondem por 65% da produção de grãos e 45% de carnes e lácteos no estado, seguem produzindo sem restrições.

José Roberto Ricken, presidente da Organização das Cooperativas, o Sistema Ocepar, esclarece que os excelentes resultados da última safra são fundamentais para atender com normalidade a população. “Não podemos entrar em pânico. A situação é caótica, inesperada, mas temos uma safra grande nos armazéns, temos oferta de alimento. Além disso, a nova safra de milho vai dar sustentação para a produção de carne do ano todo”, explicou.

De acordo com dados divulgados, no dia 31 de janeiro, pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, a safra paranaense de grãos de verão 2019/2020 pode chegar a 23,4 milhões de toneladas, valor 19% superior ao da safra anterior, quando foram produzidas 19,7 milhões de toneladas.

Reinaldo Tockus, gerente de Relações Institucionais e Assuntos Internacionais da Federação das Indústrias do Estado do Paraná – FIEP – destacou o fato de a produção regional ser capaz de abastecer até mesmo em escala nacional. “O Paraná tem a vantagem de ser um dos maiores produtores do Brasil no setor agrícola e, também, de carne e derivados. Contamos com abundância de alimento que favorece todo o Brasil, e com isso estamos à frente de outros países”, contou.

Tockus defendeu que mesmo que haja grande demanda de produtos, com consumidores comprando produtos em grande quantidade, a oferta ainda continuará a existir. “Aqui o desabastecimento é pontual. Se uma gôndola de supermercado estiver vazia porque teve consumo excessivo em determinado momento, tudo vai ser reposto. Somos grandes exportadores, e, além disso, temos uma reserva para garantir o abastecimento interno”, afirmou.

Valter Vanzella, diretor-presidente da Frimesa, central de cinco cooperativas que atua nas cadeias de carne suína e lácteos, explicou que foram tomadas medidas de contingência na produção para dar segurança e confiança aos funcionários, mas que não houve nenhum impacto na produção. “Não tivemos interrupção de produção em nenhum momento. Estamos tomando medidas de segurança e pessoas consideradas como grupo de risco estão em casa. Alguns compradores que sofreram reflexos da paralisação como bares e restaurantes cancelaram pedidos e pediram renegociação dos pagamentos e entendemos. Seguimos produzindo”, detalhou.

Reação em cadeia

Apesar da tranquilidade em relação à produção e abastecimento, o alerta é para que os demais elos da cadeira produtiva sigam em funcionamento. Somente com todas as “pontas” trabalhando, o fluxo continuará normal na indústria de alimentos do Paraná. “Temos que pensar em toda a cadeia produtiva. O consumidor não compra só a carne, mas também o sal, o tempero, o plástico que embala, a peça de metal que fecha a embalagem, o papelão. Tudo isso é fundamental e as autoridades precisam garantir o funcionamento do todo”, Tockus.

O presidente do Sistema Ocepar destaca também a  importância da logística seguir a “pleno vapor”. “Tem que ter toda a cadeia para chegar ao consumidor e, nesse sentido, a distribuição é fundamental. Vimos com a greve dos caminhoneiros – em 2018 – o caos. Todo o setor precisa zelar para que o fluxo permaneça normal. Não podemos nos dar ao luxo de parar. Não é momento de pânico, mas sim para juntar forças”, finalizou  Ricken.

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