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Limpeza de lago e canal em Piraquara foi a primeira ação da Sanepar para começar a captar água na Reserva Hídrica do Futuro.
Limpeza de lago e canal em Piraquara foi a primeira ação da Sanepar para começar a captar água na Reserva Hídrica do Futuro.| Foto: Sanepar

A Companhia de Sanepamento do Paraná (Sanepar) pode descartar o plano de construir a sexta barragem para reforçar o abastecimento em Curitiba Região Metropolitana (RMC) se outras formas de captação, como a Reserva Hídrica do Futuro, no Rio Iguaçu, produzirem o volume de água necessário. A represa seria nas bacias dos rios Faxinal, Maurício e Despique, cujos leitos abrangem os municípios de Fazenda Rio Grande, Mandirituba e Araucária.

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A nova estrutura ainda seria construída e começaria a operar em 2030. O reservatório operaria junto com as quatro barragens que já compõem o sistema, mais a represa do Miringuava, em São José dos Pinhais, prevista para ser inaugurada nesse ano, mas que já deveria estar em operação desde o fim de 2020.

Após anunciar o fim do racionamento de quase dois anos na capital e cidades vizinhas, quando o sistema atingiu 80% de capacidade, a Sanepar analisa se o novo reservatório é a melhor opção para expandir o abastecimento. "Mantemos o planejamento dessa barragem, com todos os trâmites em andamento, como licenças e estudos. Mas estamos no momento de entender melhor se esse modelo é o melhor, por uma série de situações", enfatizou o presidente da Sanepar, Claudio Stabile, em entrevista ao jornal Bom Dia Paraná, da RPC, no dia 20 de janeiro.

"Eu, particularmente, acredito que tenhamos outras formas de fazer isso, com custo mais baixo e impactos ambientais menores, atendendo a população de forma igual. Informaremos no tempo certo se manteremos esse modelo ou partiremos para modais menores", aponta o presidente da companhia de saneamento.

O plano de construir a sexta barragem é de antes da estiagem que assola o Paraná desde o fim de 2019, a pior no estado em quase 100 anos. Tanto que o novo reservatório consta no atual Plano Diretor do Sistema de Abastecimento de Água Integrado de Curitiba e RMC, elaborado em 2014.

Esse plano prevê que a população da capital e cidades vizinhas alcance 4,1 milhões de habitantes até 2040, o que exigiria expansão do sistema. "No confronto da produção atual com a demanda futura, serão necessários novos mananciais além de manter os existentes", aponta o Plano Diretor de 2014, publicado logo após a crise hídrica no estado de São Paulo no mesmo ano.

Reserva Hídrica do Futuro

Os técnicos da Sanepar estão debruçados há um ano para avaliar quais podem ser as alternativas à construção de mais uma represa. Segundo Stabile, uma opção seria uma mescla de modelos de abastecimento, incluindo a captação de água na Reserva Hídrica do Futuro.

A reserva é um projeto do governo do estado com prefeituras para interligar as antigas cavas de mineração no Rio Iguaçu. O projeto abrange 150 quilômetros de extensão, do município de Piraquara, na RMC, a Porto Amazonas, no Sul do estado.

Pelos cálculos da Sanepar, a Reserva Hídrica do Futuro terá capacidade de armazenar 43 bilhões de litros de água, que serão usados no abastecimento de Curitiba e RMC. "Nessa área do Rio Iguaçu temos possibilidade de reservação de no mínimo duas estruturas do Iraí, ou seja, de duas barragens", compara Stabile, referindo-se a uma das represas que abastecem hoje a capital e RMC.

No fim de 2021, a Sanepar fez a primeira ação para captar água na Reserva Hídrica do Futuro, quando retirou mais de 100 mil metros cúbicos de vegetação aquática da Lagoa Corine e de um dos canais do Rio Iguaçu em Piraquara. De acordo com a companhia, essa limpeza permitiu aumento de 20% na captação de água no sistema de tratamento de água do Iguaçu.

Além da preservação ambiental e captação de água, a Reserva Hídrica do Futuro também prevê a instalação de parques ao longo da bacia do Rio Iguaçu. A prefeitura de Curitiba, por exemplo, pretende inaugurar até o fim de 2022 uma nova estrutura de lazer na reserva, entre a Rua Nicola Pellanda e a BR-116, na Região Sul. O novo parque deve ficar completamente pronto até 2024 e será o maior da capital, com área equivalente a oito vezes à do Barigui.

O próprio governo do estado também já está licitando a construção de quatro parques na reserva, através da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec). Os parques serão em Araucária, Piraquara e dois em São José dos Pinhais. A prefeitura de Fazenda Rio Grande também já mostrou interesse em fazer um parque na Reserva Hídrica do Futuro.

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