O Brasil volta a criar empregos, ainda de maneira muito lenta, segundo dados de janeiro a agosto de 2019 do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia. Foram 539,6 mil vagas registradas - melhor resultado dos últimos quatro anos. Entre os estados, o Paraná foi o quarto que mais gerou vagas no período de janeiro a agosto de 2019, com saldo de 47,7 mil postos de trabalho, pouco acima do registrado no mesmo período do ano passado (43 mil). São Paulo aparece na frente, com saldo de 196,9 mil, seguido por Minas Gerais (101,5 mil) e Santa Catarina 58,6 mil.
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Historicamente, as taxas de desemprego na Região Sul são menores do que no Brasil (11,8%), destaca o economista Marcelo Alves, da Fiep. No Paraná é de 9%; no Rio Grande do Sul, 8,2%, e de 6% em Santa Catarina.
Entre os subsetores, os que mais geraram vagas no Paraná em 2019 foi o de comércio e administração de imóveis, valores mobiliários e serviços técnicos, com saldo de 13,1 mil postos, seguido pela construção civil (8,4 mil), ensino (5,2 mil), serviços de alojamento e alimentação (4,8 mil) e serviços médicos, odontológicos e veterinários (3,6 mil).
Dos 25 subsetores, 4 tiveram mais demissões do que admissões: extrativa mineral (-40), agricultura, silvicultura e extrativismo vegetal (-198), varejo (-525) e indústria da madeira e do mobiliário (-1,6 mil). Os dados todos são dos boletins mensais, desconsiderando entregas fora do prazo.
O diretor de Planejamento e Gestão da Federação de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), Rodrigo Rosalem, explica que, em geral, todos os setores que dependem do consumo interno foram prejudicados durante a crise econômica. “No interior, boa parte do setor produtivo está ligado ao agronegócio. Quando o mercado externo está bem, o agro se beneficia, exportando commodities e convertendo do dólar alto no Brasil. Mas há uma dependência forte de safra, de clima. Em 2018 tivemos uma safra recorde, e agora em 2019 isso não está se repetindo, então há uma perda”, observa.
Para os próximos anos, porém, a situação do Paraná é promissora, acredita Rosalem. O ajuste fiscal feito pelo Palácio Iguaçu entre 2014 e 2015 manteve as contas estaduais em dia. “Foi um sacrifício, porque onerou bastante o setor produtivo, mas permitiu fôlego neste movimento de retomada. A nossa situação fiscal favorece a atração de investimentos. Quando o governo federal fizer ajustes, a confiança do investidor vai aumentar, e o Paraná está muito bem posicionado. Temos uma malha rodoviária de razoável para boa, momento de novas concessões, porto bem estruturado, vários projetos ferroviários em discussão. Estamos fortes para ficarmos muito competitivos”, avalia.
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