A Associação Paranaense de Supermercados (Apras) fez um alerta sobre os efeitos indesejados que o novo decreto do governo estadual para enfrentar a pandemia do coronavírus, mais rígido, poderá ter sobre o serviço essencial de abastecimento da população. Segundo a Apras, a limitação a 30% da capacidade e o fechamento aos domingos poderá gerar “tumultos e aglomerações, principalmente na véspera e no dia posterior ao fechamento”.
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Os supermercadistas dizem que a experiência já adquirida na pandemia mostra que a população “é extremamente afetada psicologicamente quando existe algum risco de abastecimento”. “Assim como diversas pessoas correram para os supermercados no início da pandemia para estocar produtos, o fechamento das lojas aos domingos poderá ocasionar uma correria para a população se abastecer, inclusive fazendo muitas pessoas irem às compras sem a real necessidade”, diz a nota.
Lembrando que, antes deste decreto, os supermercados já estavam limitando a entrada nas lojas, a Apras alerta que a redução do atendimento para 30% da capacidade, assim como o fechamento aos domingos, surtirá efeito contrário: “ao invés de garantir o distanciamento social, criará longas filas na parte externa dos estabelecimentos, o que será muito complicado nestes dias em que a previsão é de muita chuva e frio”.
Dizendo estarem preocupados com o risco de as mudanças colocarem a população em situação mais vulnerável, os empresários do setor argumentam que, por envolver atividade essencial, a “opção mais segura e eficaz é garantir que os supermercados estejam abertos e seguindo todos os protocolos de segurança, possibilitando que a população consiga se abastecer com tranquilidade e sem riscos”.
Pesquisa da Fecomércio mostrou que em março, primeiro mês da pandemia, houve uma corrida às farmácias e supermercados, provocando aumento de 21% e 16% no faturamento, respectivamente, na comparação com o mês de fevereiro. No mês seguinte, no entanto, segundo entrevista à Gazeta do Povo do empresário Joanir Zonta, da Rede Condor, o setor desacelerou, por que a população já estava "estocada". "No início de abril, o comprador viu que não teria falta de produtos e passou a só repor o complemento. Por isso não teve uma venda boa em abril. Mas, se juntar março e abril, ficou dentro de uma média", disse Zonta.
O que diz o governo
Sobre uma eventual revisão das regras mais rígidas, sugerida pelos supermercadistas, o Governo do Estado, em nota à Gazeta do Povo, reforçou que está adotando medidas que "têm como foco conter a evolução acelerada da Covid-19, evitar o colapso do sistema de saúde e preservar a vida dos paranaenses".
O governo destaca que a restrição de acesso a supermercados, estabelecida em 30% da capacidade das lojas, é "uma medida que já está em vigor há bastante tempo, sendo de conhecimento de empresários e da população". O fechamento aos domingos, por outro lado, trata-se de uma ação já adotada por diversos municípios nas últimas semanas para reduzir a circulação de pessoas.
A nota informa que a Polícia Militar e a Guarda Municipal vão fiscalizar o cumprimento das normas do Decreto 4.942/2020, particularmente nas imediações dos grandes supermercados. O trabalho será de orientação, de atendimento de denúncias e de abordagem nos casos de condutas irregulares. O reforço no policiamento busca "evitar qualquer tipo de ação que contrarie as deliberações do decreto estadual". Por fim, sublinhando o rápido avanço da pandemia, o Governo do Estado "reafirma a importância do isolamento e do distanciamento social neste momento delicado pelo qual passa a população paranaense".
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