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Paraná quer ser o estado que mais testa Covid-19 no Brasil
| Foto: Pixabay

O Paraná quer incluir a testagem em massa da população entre suas estratégias de enfrentamento da pandemia de Covid-19. Isso significa mudar o cenário atual. Com 21,9 mil testes, o estado fez menos testes do que outras unidades da federação, como Santa Catarina, que passou dos 30 mil testes realizados, ou Bahia, dos 40 mil. Apesar de sair atrás, o Paraná agora aposta na utilização dos testes rápidos e na ampliação da capacidade de processamento e de distribuição dos testes convencionais, para medir a presença e a disseminação do coronavírus em seus municípios e aprimorar suas políticas de enfrentamento.

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O estado diz ter, hoje, capacidade para processar 11,2 mil exames de Covid-19 por semana, em 17 laboratórios credenciados no estado. Além disso, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) já distribuiu aos municípios 178 mil testes rápidos. Mas, até hoje, com dois meses da chegada da pandemia no estado, foram realizados menos de 22 mil testes, o que o estado processaria em duas semanas pela atual capacidade. Uma nova nota técnica do Centro de Operações de Emergências para Covid-19 será publicana nesta quarta-feira (20), permitindo a aplicação dos testes não mais apenas a pacientes internados, ampliando a abrangência do exame.

O secretário estadual de saúde, Beto Preto antecipou à Gazeta do Povo que a nota recomendará o teste para pessoas sintomáticas, prioritariamente que se enquadrem nos seguintes grupos: hospitalizados, profissionais de saúde, profissionais de segurança pública, pessoas que residam com profissionais de saúde e segurança, idosos residentes em instituições de longa permanência, trabalhadores destas instituições, pacientes no grupo de risco, idosos e com comorbidades, residentes em locais com alta incidência do vírus, trabalhadores dos serviços essenciais. “Queremos testar todo mundo que estiver com gripe”, afirmou, citando que o estado quer quadruplicar o número de testes realizados nas próximas duas semanas.

“Estamos passando por uma mudança de estratégia, estamos mudando as indicações das coletas de exames, tínhamos poucos exames, tínhamos a obrigatoriedade de fazer em quem estava com sintomas e indo para a internação. Agora, com uma parceria com o Instituto Biologia Molecular do Paraná, que é o braço da Fiocruz dentro do Paraná e atua dentro do Tecpar, temos mais um superlaboratório dos mesmos moldes do Lacen, com capacidade ainda maior. O Lacen, processa hoje, 600 exames. Agora, vamos dobrar isso na semana que vem e, na segunda semana, chegaremos a entre 2,5 mil e 3 mil exames por dia.

"Isso só no exame RT-PCR, que é o padrão ouro, que localiza fragmento do RNA do vírus", disse o secretário. “Ao mesmo tempo, estamos ampliando as possibilidade de utilização dos testes rápidos que foram aos municípios, que, antes eram só para profissionais de saúde e de segurança, para serem usados, também para o bloqueio de pessoas consideradas positivas. Assim, vamos ter um mapeamento mais claro da mobilização do vírus”, acrescentou. “Essa testagem vai servir para que façamos um rastreio melhor, localizar e bloquear os casos positivos. Vai aumentar o número de positivos, mas, fatalmente vai nos ajudar a controlar a circulação do vírus”, concluiu.

Confira a evolução dos casos de coronavírus no Paraná.

Maringá aproveita testes rápidos para estudar presença do vírus nos bairros

Aproveitando os testes rápidos recebidos da Secretaria de Saúde, a prefeitura de Maringá, em parceria com três universidades da cidade (Universidade Estadual de Maringá – UEM – Unicesumar e Uningá) inicia, nesta quarta-feira (20), uma pesquisa de campo com testagem por amostragem nos bairros da cidade, para tentar identificar em quais localidades há maior circulação do coronavírus.

Quinze equipes das universidades visitarão cerca de 200 residências por dia, nos próximos dias, para aplicar um total de 800 testes rápidos, identificando em quais bairros há maior incidência do vírus, para definir políticas de enfrentamento.

Uma equipe de geógrafos e estatísticos das universidades fez roteiro com número de residências por regiões da cidade onde os testes serão aplicados. De cada casa, um morador será escolhido para avaliação. Em caso positivo (o resultado sai em 20 minutos), todos da família serão testados, a partir da coleta de 10 microlitros de sangue obtido de picada na ponta do dedo. Se necessário, local será isolado e a família colocada em isolamento, controlado pela Secretaria de Saúde. A partir dos primeiros resultados desta pesquisa, o município avaliará a possibilidade de ampliar o estudo nas próximas semanas.

Ponta Grossa usa testes em paciente monitorados

A Fundação Municipal de Saúde de Ponta Grossa vem utilizando os testes rápidos há uma semana, aplicando-os em pessoas que estão em monitoramento, por já terem apresentado sintomas da doença ou por terem contato com profissionais de saúde ou de segurança sintomáticos. Após sete dias de monitoramento e se estiver há 72 horas sem sintomas, o paciente é chamado a uma unidade de saúde para realizar o teste. “É importante ressaltar que os exames não serão realizados por livre demanda, ou seja, não basta somente chegar no estabelecimento de saúde e solicitar o teste. O paciente precisa estar em monitoramento e ter apresentado sintomas nos últimos sete dias. Essas são nossas prioridades no momento, poder testar de maneira eficaz a população para podermos ter cada vez mais um cenário favorável e controlado na cidade ”, ressalta o secretário adjunto de Saúde, Rodrigo Manjabosco. O município recebeu 1.580 testes. A estimativa da FMS é de que ao longo da semana cheguem mais 5 mil para a realização da testagem nas pessoas que possuírem sintomas da Covid-19.

Sem nenhum óbito e nenhuma pessoa internada em UTI no momento, Ponta Grossa tem 43 casos confirmados de Covid-19, dos quais 11 diagnosticados pelos 63 testes rápidos aplicados até esta terça-feira.

Em Cascavel, a prefeitura já vem aplicando os testes, conforme protocolo do Ministério da Saúde, em pacientes sintomáticos da área da saúde, das forças de segurança e de contatos domiciliares de pacientes positivos. O município recebeu 1.500 testes rápidos e havia aplicado, até esta terça-feira, 70 exames, dos quais 15 apontaram resultado positivo. Dos 587 testes convencionais (PCR) utilizados, 137 tiveram resultado positivo.

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