• Carregando...
Turismo Religioso no Paraná
Uma das cruzes presentes no Caminho Jesus das Santas Chagas.| Foto: Fabio Couto Rosa/Divulgação.

Dentre 2.415 atrações turísticas espalhadas pelo Paraná, os destinos com apelo espiritual ou religioso são um dos segmentos de maior destaque e alcançam o terceiro lugar em número absoluto de atrativos já mapeados, segundo levantamento da Paraná Turismo. Alguns dos mais significativos para o público são as rotas de peregrinação, como a Rota do Rosário e o Caminho Jesus das Santas Chagas (ainda em construção, leia mais abaixo), versões locais do consagrado "Caminho de Santiago de Compostela" paranaense.

Garanta as principais notícias do PR direto no celular

Divididas entre tradições católicas e africanas, essas rotas de peregrinação passam por capelas, santuários, museus e trechos importantes para conhecer a história das religiões ou apenas apreciar as paisagens do caminho.

No catolicismo, a Rota do Rosário se destaca. Trata-se de um roteiro de mais de 600 km, que passa por 17 cidades e 16 Santuários, integrando a arquitetura da fé à beleza da natureza e ao turismo de aventura. A rota, que costuma atrair também ciclistas, conta com hotéis, pousadas e restaurantes para garantir o conforto dos peregrinos.

“É possível mesclá-la com outros tipos de turismo, como bicicleta e cavalgada. Também é propícia para o tropeirismo, ou para ir de carro conciliando com outros atrativos, como natureza, realizando atividades mais ecológicas. São possibilidades imensas”, ressalta a diretora técnica da autarquia Paraná Turismo, Isabella Tioqueta.

A Rota do Rosário percorre mais de 600 km, passa por 17 cidades e 16 Santuários.
A Rota do Rosário percorre mais de 600 km, passa por 17 cidades e 16 Santuários. | Divulgação.

O ponto de partida é o Santuário Diocesano de Nossa Senhora das Brotas, em Piraí do Sul, e a rota passa por lugares como Jaguariaíva, Ibaiti, Ribeirão do Pinhal, Barra do Jacaré, Bandeirantes, Andirá, Santo Antônio da Platina, Ribeirão Claro, Jacarezinho, Siqueira Campos, Joaquim Távora, Quatiguá e Tomazina. A chegada é no Santuário Igrejinha São João Batista, em Arapoti.

Outro destaque no estado são as atrações voltadas às matrizes africanas. Atualmente, existem monumentos, museus, entre outros espaços destinados ao encontro de grupos religiosos com tradições como o Candomblé e a Umbanda, também símbolos de resistência à escravidão. Mas o destaque fica por conta do projeto Linha Preta Curitiba, rota que auxilia na compreensão da história da população negra na capital. O trajeto fica no Centro da cidade e pode ser feito a pé.

O projeto Linha Preta Curitiba visita cerca de 21 pontos com o objetivo de contar a história das tradições africanas.
O projeto Linha Preta Curitiba visita cerca de 21 pontos com o objetivo de contar a história das tradições africanas. | Divulgação.

O trajeto da Linha Preta visita 21 pontos e a maior parte da rota está localizada no Centro Histórico de Curitiba. Alguns pontos visitados são as Ruínas de São Francisco, a Igreja do Rosário - que no passado, já foi chamada de Igreja do Rosário dos Homens Pretos de São Benedito -, as Arcadas do Pelourinho, o Memorial de Curitiba, a Praça Tiradentes, a Sociedade 13 de maio, o Memorial Africano, na Praça Zumbi dos Palmares, e o Viaduto do Capanema, local onde surgiu a primeira escola de samba de Curitiba. Para agendar uma visita, é preciso acessar o site do projeto.

Novas rotas do turismo religioso estão a caminho

Vista de uma parte do Caminho Jesus das Santas Chagas.
Vista de uma parte do Caminho Jesus das Santas Chagas. | Fabio Couto Rosa/Divulgação.

Com previsão de lançamento para o ano que vem, o Caminho Jesus das Santas Chagas, rota católica em construção no município de Borrazópolis, localizado na região do Vale do Ivaí, é um roteiro destinado a peregrinação, com uma área que passa por cruzes que representam as chagas de Jesus.

São 15,21 km de extensão, com dificuldade moderada e 648 metros de elevação. O ponto de partida é na Paróquia Imaculada Conceição, e durante o trajeto, os peregrinos passam pelas cruzes espalhadas no caminho, pelo Mirante turístico do rio Ivaí, além de diversas paisagens. O ponto final é em uma capela da região.

“A rota envolve outras áreas, como o turismo rural, já que passa por fazenda de orgânicos. O espaço é preparado para atender ciclistas, e conta com Wi-fi durante todo o trecho, favorecendo também o cicloturismo”, enfatiza Tioqueta.

Além das rotas, o estado também aposta em outros tipos de atrativos religiosos, divididos em matrizes ocidentais, orientais, africanas e indígenas. Cada uma delas tem locais destinados à visitação, como mesquitas e templos, aldeias indígenas, terreiros, museus, santuários, entre outros.

De acordo com uma pesquisa da Paraná Turismo, são 299 pontos de interesse, o que coloca o segmento em terceiro lugar no ranking, atrás apenas do turismo gerado por ações de negócios e eventos (711) e do turismo cultural (449).

De acordo com a diretora técnica, há uma alta demanda pelo turismo religioso no estado, no entanto, o engajamento caiu significativamente na pandemia. Mas, segundo ela, as rotas contribuíram para um movimento mais ativo. “No âmbito religioso, o turismo não é a atividade fim principal, então houve a possibilidade de continuar com as missas, por exemplo, mas vários atrativos ficaram fechados para visitas na pandemia. Agora temos percebido um movimento mais ativo, a maioria das pessoas busca viajar para lugares mais próximos, que não conheciam antes. Estamos vendo uma retomada”.

Em janeiro deste ano, 50 ciclistas participaram da Expedição Rota do Rosário, que teve como ponto de partida o Santuário de Nossa Senhora das Brotas, em Piraí do Sul.
Em janeiro deste ano, 50 ciclistas participaram da Expedição Rota do Rosário, que teve como ponto de partida o Santuário de Nossa Senhora das Brotas, em Piraí do Sul.| Santuário Diocesano de Nossa Senhora das Brotas/Divulgação.

Novidades do turismo halal no Paraná

Para quem deseja conhecer atrativos relacionados ao Islamismo, é importante ficar de olho no novo projeto da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, que, em parceria com algumas entidades, está desenvolvendo um plano nacional para garantir a estabelecimentos o selo halal, atribuído a quem é capacitado para receber turistas muçulmanos.

A Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (FAMBRAS) oferece selo halal a hotéis, restaurantes, transporte e lazer, e é possível ter três categorias de certificação na área. A categoria A é 100% halal. Mas também existe a categoria B, de média escala no halal ou halal friendly, ou a categoria C, de escala básica ou muslim friendly.

Para conquistar os selos, alguns dos requisitos a serem cumpridos são instalações adequadas para o Ramadã, o mês de jejum do Islã, além de ter tapetes para reza, banheiros fechados e compostos por utensílios de higiene específicos, comida preparada respeitando a cultura dos turistas, e ausência de álcool no frigobar.

Além de buscarem espaços adequados aos seus costumes, os turistas muçulmanos costumam procurar atrativos de ecoturismo. Desta forma, Foz do Iguaçu é uma das cidades paranaenses que está no radar do projeto, também por se tratar da cidade com uma das maiores comunidades muçulmanas do país.

 Mesquita Omar Ibn Al-Khattab, em Foz do Iguaçu.
Mesquita Omar Ibn Al-Khattab, em Foz do Iguaçu. | Divulgação.

O município abriga a Mesquita Omar Ibn Al-Khattab, que recebe turistas com horários agendados. Para visitar o local, é preciso seguir algumas normas como tirar os sapatos, moderar o tom de voz, aguardar o fim das orações antes de entrar no templo, e no caso das mulheres, usar um véu.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]