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Caçador de auroras boreais lança fotolivro

Heloisa Nichele, especial para a Pinó
12/04/2021 23:32
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Realizar o sonho de quem queira presenciar uma aurora boreal. Esse é o propósito do empresário e fotógrafo curitibano Marco Brotto, 50, que há dez anos observou o fenômeno pela primeira vez. Desde então, se apaixonou pela experiência de tal modo a mudar sua trajetória de vida para se tornar um especialista em auroras boreais.
Em dez anos de<br>expedições, Marco Brotto<br>presenciou a aurora boreal na Rússia, Noruega, Finlândia, Suécia, Groenlândia, Islândia, Canadá e Estados Unidos.
Em dez anos de<br>expedições, Marco Brotto<br>presenciou a aurora boreal na Rússia, Noruega, Finlândia, Suécia, Groenlândia, Islândia, Canadá e Estados Unidos.
Possíveis de serem vistas nas regiões próximas ao Círculo Polar Ártico, que abrange o extremo norte dos continentes americano, europeu e asiático, a aurora boreal é um fenômeno causado pelo impacto de ventos solares no campo magnético da Terra, que canaliza a reação para os pólos, onde a interação do plasma solar com a atmosfera emite reações em forma de luz. No hemisfério sul também é possível acompanhar as luminescências, são as auroras austrais, porém a visualização pelos continentes é mais difícil, por estarem mais afastados do Círculo Antártico e da zona auroral, sendo mais visível da Antártida.
A primeira vez que Marco presenciou as “luzes do Norte”, como também é conhecido o fenômeno, foi em 2011, em viagem a passeio para Noruega. Depois de alguns dias visitando pontos fixos de avistamento em excursões, sem condições propícias para a manifestação da aurora, quase voltou para casa sem conseguir nenhum feixe de luz. Foi na última noite, passando sozinho pelos fiordes, que contemplou a manifestação exuberante da natureza, no que considera uma experiência de persistência e sorte. “Fiquei como teimoso no meio do fiorde, com -15°C fotografando, até que em certo momento veio uma explosão de luzes magnífica em cima de mim”, relata, e descreve a sensação do primeiro avistamento como de “beleza e magia”.

De empresário à caçador de aurora boreal

Depois daquele momento, Marco decidiu que iria em busca do espetáculo de luzes mais vezes. Nos anos seguintes fez viagens a outros países onde é possível o avistamento. Aos poucos, reorientou sua trajetória profissional – que antes era de empresário no setor moveleiro em Curitiba – para se tornar guia em expedições à caça de auroras boreais. “Depois que eu vi pela primeira vez, se tornou um sonho repetitivo, e de rever e de realizar o sonho das pessoas de ver as auroras. É isso que me move hoje “, conta.
De lá pra cá, chegou à marca de 82 expedições, realizadas em todos os países da zona auroral onde é possível acompanhar o fenômeno, Rússia, Noruega, Finlândia, Suécia, Groenlândia, Islândia, Canadá e Estados Unidos. Em todas as viagens conseguiu avistar as luzes a olho nu e, não à toa, se tornou reconhecido internacionalmente como o “Caçador de Aurora Boreal”, sua marca registrada.
Registro feito na Lapônia<br>durante uma expedição<br>de avistamento da<br>aurora boreal.
Registro feito na Lapônia<br>durante uma expedição<br>de avistamento da<br>aurora boreal.
Desde os últimos dois anos realiza as expedições por sua própria operadora, com pacotes de viagem para a Islândia, o Alasca e a Lapônia, que abrange territórios da Finlândia, Noruega, Suécia e Rússia, junto a um grupo operacional que o acompanha desde o Brasil e em cada uma das localidades. Os roteiros acontecem entre setembro e abril, período de melhor visualização da aurora, com programações de uma a duas semanas, que variam de acordo com o lugar, período e condições para ver as luzes.
“Faço um desenho para que a gente possa aproveitar a viagem muito bem durante o dia e durante à noite, sempre maximizando a chance de ver a aurora, tanto nos passeios quanto nos lugares em que a gente dorme”, explica Marco.
Define suas expedições como um misto de conforto e aventura, uma experiência para todas as idades, e conta que já levou desde crianças de sete anos, acompanhadas dos pais, até idosos de 80 anos.

Desafios e dificuldades

As condições para ver a aurora boreal dependem de diversos fatores, como a atividade solar, o campo magnético da terra, a cobertura de nuvem e a pressão atmosférica, dados que Marco aprendeu sozinho a investigar ao longo dos anos. Apesar disso, alerta, “estamos lidando com um evento natural, por mais que tenha conhecimento, experiência, os dados e gráficos, e todos os elementos para determinar onde nós teremos a melhor aurora, isso pode mudar de uma hora para outra”.
Além disso, suas expedições são à caça de luzes que possam ser vistas a olho nu, quando o espetáculo é mais exuberante e promove rastros no céu de cores que variam entre verde, branco, amarelo e púrpura. Para potencializar as chances desses avistamentos, Marco aconselha que as expedições não sejam feitas sem acompanhamento, além da questão da segurança, por dirigir em estradas congeladas e muitas vezes enfrentar temperaturas negativas em ambientes inóspitos.

Paixão vira fotolivro

O livro, de capa dura, possui 220 páginas<br>com registros das 82 viagens que fez aos<br>países do Círculo Polar Ártico.
O livro, de capa dura, possui 220 páginas<br>com registros das 82 viagens que fez aos<br>países do Círculo Polar Ártico.
Para celebrar os dez anos de avistamentos de auroras boreais, Marco Brotto lançou no mês de março o livro “Aurora Boreal: amor em forma de luzes e cores”. São 220 páginas com registros fotográficos de sua autoria que ilustram um recorte da longa trajetória à caça das “luzes do Norte”. O livro tem prefácio de Alberto Andrich, fundador e CEO da World Adventure Society, e citações de fotógrafos renomados como Luciano Candisani, da revista National Geographic, e Cristiano Xavier, além de relatos dos viajantes que acompanham Marco em suas expedições. Para adquirir o livro, e saber mais sobre as próximas viagens, acesse auroraboreal.com.br.