Passeio

Cinco locais para ver as obras do curitibano Poty Lazzarotto

Equipe Pinó, com colaboração de Vitor Hugo Batista
21/06/2021 16:06
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Potty Lazzarotto marca a paisagem curitibana com cerca de 30 obras espalhadas em diversos cantos e pontos turísticos. | Albari Rosa / Arquivo/ Gazeta do Povo

Quando se pensa em artistas curitibanos conhecidos Brasil afora, logo surge Paulo Leminski e Dalton Trevisan na cabeça, dois gigantes da literatura. Contudo, foi nas artes plásticas que se destacou um dos nomes mais importantes da ilustração nacional, Poty Lazzarotto.
Desenhista, ilustrador, muralista e ceramista, não existe nenhuma modalidade das artes plásticas que Poty não tenha experimentado. Ou seja, um verdadeiro camaleão da arte. Poty nasceu em Curitiba, no dia do aniversário da cidade, 29 de março, em 1924. Ao longo dos 74 anos de vida, produziu obras que marcaram para sempre a paisagem curitibana: são cerca de 30 produções de sua autoria espalhadas pela cidade.
Suas obras marcam presença nos bairros centrais e turísticos, mas vão além: podem ser encontradas, por exemplo, no Cajuru ou no Água Verde. Ficam ali, no meio da rua, no caminho para o trabalho, próximas ao tubo, bem como na chegada do aeroporto. Entre sua variedade artística, o que mais marcou sua produção e seu legado foi o seu trabalho com murais. Um deles tem 30 metros de comprimento, outro chega a 37 de altura. Tem também o que passa dos 120 metros quadrado.
Assim, pensando em estimular novos olhares sobre Curitiba, a Pinó separou algumas das principais obras do artista. Mais que arte, mergulhar nelas é saber um pouco mais da história da cidade. Confira:

A Viagem (1996)

Mural 'A Viagem' (1996), de Poty Lazzarotto, localizado no Aeroporto Afonso Pena.
Mural 'A Viagem' (1996), de Poty Lazzarotto, localizado no Aeroporto Afonso Pena.
Para quem desembarca em Curitiba pelo Aeroporto Afonso Pena, o mural de azulejos 'A Viagem' logo chama a atenção. Com predominância da cor azul, a obra exibe no contraste com o branco o mapa-múndi. Os países são representados através de personagens, animais e pontos turísticos famosos. À primeira vista, é possível encontrar a Estátua da Liberdade, a Torre Eiffel, bem como Leonardo da Vinci.
Além disso, o mural também retrata um passageiro de Curitiba no canto inferior esquerdo, que observa os possíveis destinos de viagem. Meios de transporte diversos também estão presentes, como a caravela, trenó e dirigível.

O Teatro no Mundo (1969)

Mural 'O Teatro no Mundo' (1969), de Poty Lazzarotto, localizado na Praça Santos Andrade.
Mural 'O Teatro no Mundo' (1969), de Poty Lazzarotto, localizado na Praça Santos Andrade.
Já os que circulam pela Praça Santos Andrade, do lado oposto ao Prédio Histórico da UFPR encontram  o Teatro Guaíra e seu exuberante painel que ornamenta a fachada. O trabalho foi encomendado a Poty por Bento Munhoz da Rocha Neto, então governador do Paraná entre 1951 e 1955.
'O Teatro no Mundo' logo salta aos olhos, sobretudo por suas grandes dimensões e pela textura visual. A obra possui uma cronologia, da esquerda para direita, e conta a história do teatro, desde a tragédia grega até os tempos modernos. Por outro lado, traz também referências a William Shakespeare e Bertolt Brecht, dois grandes dramaturgos.

1º Centenário de Emancipação Política do Paraná (1953) 

Os painéis de Poty Lazzarotto e alguns locais de referência do poeta Paulo Leminski,  Mural '1º Centenário de Emancipação Política do Paraná´ (1953), de Poty Lazzarotto, localizado na Praça 19 de Dezembro.
Os painéis de Poty Lazzarotto e alguns locais de referência do poeta Paulo Leminski, Mural '1º Centenário de Emancipação Política do Paraná´ (1953), de Poty Lazzarotto, localizado na Praça 19 de Dezembro.
Caminhando cerca de 10 minutos a partir do Teatro Guaíra, é possível encontrar outro mural de Poty, também encomendado pelo então governador Bento Munhoz. A obra fica na Praça Dezenove de Dezembro, também chamada dePraça do Homem Nu, e tem 90 metros quadrados.
O mural conta alguns acontecimentos da evolução histórica do Paraná e se divide em sete partes diferentes: garimpeiros, jesuítas, bandeirantes, assembleia, tropeiros, navegação fluvial e primeiro governo da província. O que torna a sequência de imagens única e marcante é a curvatura do painel, que forma um 'S' aos pés da escultura do homem nu.

Imagens da Cidade (1996)

Mural 'Imagens da Cidade´ (1996), de Poty Lazzarotto, localizado na Travessa Nestor de Castro.
Mural 'Imagens da Cidade´ (1996), de Poty Lazzarotto, localizado na Travessa Nestor de Castro.
Palco da feira mais famosa da cidade, o Largo da Ordem também é o local onde se encontra uma das obras mais tradicionais de Poty em Curitiba. 'Imagens da Cidade' é o maior mural cerâmico do país e mostra os diversos símbolos, tradições e fases da capital paranaense.
Antes de tudo, o famoso tubo de ônibus curitibano chama a atenção. Em seguida, é possível observar que dentro dele são retratadas algumas cenas históricas da cidade. Outros símbolos do cenário atual de Curitiba também aparecem, como a Ópera de Arame, o Jardim Botânico, bem como a Rua 24 horas. E é claro que o maior símbolo curitibano não poderia ficar de fora. O pinheiro é retratado no mural com suas fases: plantio, crescimento e surgimento do pinhão.

O Quitandeiro (1997) 

Mural 'O  Quitandeiro´ (1997), de Poty Lazzarotto, localizado no Mercado Municipal de Curitiba.
Mural 'O Quitandeiro´ (1997), de Poty Lazzarotto, localizado no Mercado Municipal de Curitiba.
Finalmente, um dos locais preferidos de Poty em Curitiba não poderia deixar de ter sua marca. No Mercado Municipal, é possível encontrar o mural 'O Quitandeiro', que retrata um feirante japonês e o trabalho do homem em geral. A obra foi doada pelo irmão de Poty, João Lazzarotto, em comemoração aos 310 anos de Curitiba, em 2013.
"Ao trabalho do homem, a terra responde com a generosidade dos frutos. A mesma generosidade de João Lazzarotto e do Banco do Brasil, que permitiram eternizar no azulejo, na instituição das cores, sabores e aromas do Mercado Municipal, pela arte de Poty Lazzarotto. Curitiba inteira agradece", diz a inscrição no azulejo.