Natureza na cidade
Árvores de Curitiba: conheça as recordistas de idade, altura e popularidade
Mais alta, mais grossa, mais velha, mais popular: confira quais são as árvores recordistas da cidade.
Curitiba tem muitas árvores majestosas e cheias de história. Existem as anciãs que estão há mais de um século por aqui, os espécimes raros que podem ser encontrados em apenas algumas praças ou em alguns parques específicos e até mesmo espécies que nomearam bairros curitibanos, como é o caso da imbuia, do tarumã e do juvevê. Há as que se destacam pelo porte, pelas cores vibrantes e até mesmo pela relação com a comunidade.
As ruas de Curitiba contam com cerca de 330 mil árvores. Além de levarem mais beleza para a área urbana — como os liquidâmbares no outono, as cerejeiras no inverno e os ipês amarelos que prenunciam o início da primavera —, esses vegetais têm funções importantes para o meio-ambiente, como a purificação do ar, controle da temperatura e abrigo à fauna silvestre da cidade. Os benefícios se estendem para a saúde da população, auxiliando a manter a umidade relativa e a amenizar os ruídos urbanos.
Destacamos árvores curiosas da capital paranaense, incluindo as recordistas de altura, idade e popularidade. Confira!
A mais alta
Como não há um mapeamento das árvores de Curitiba que especifique dados sobre as recordistas, não há consenso sobre a árvore mais alta da cidade. Acredita-se, entretanto, que esse título pertença à paineira localizada na Praça General Werner, no Bom Retiro.
Com cerca de 35 metros de altura, a árvore coleciona histórias curiosas (e macabras), como a de um vizinho antigo que acreditava que a árvore marcava a localização de um tesouro que havia sido enterrado junto com uma pessoa escravizada viva por um fazendeiro desconhecido.
A paineira, que é uma das árvores mais famosas da cidade, foi tombada pelo governo do estado como Patrimônio Cultural na década de 1970. Árvores tombadas só podem ser cortadas por uma revogação do decreto, o que pode acontecer em risco de queda, por exemplo.
A mais velha
Também não há consenso sobre a árvore mais velha da cidade. Alguns acreditam que seja a própria paineira da Praça General Werner, que tem mais de 300 anos. Outros especialistas defendem que a mais velha é uma imbuia localizada no Bosque Capão da Imbuia, que pode ter mais de mil anos de idade.
A mais grossa
A árvore mais grossa de Curitiba é um eucalipto localizado na Praça Professor Camilo Stellfeld, no Jardim das Américas, próximo ao Centro Politécnico. O diâmetro do vegetal tem 2,15 metros, de acordo com o documentário “Árvores de Curitiba”, produzido pelo jornalista curitibano Francisco Cardoso com apoio da Fundação Cultural de Curitiba.
Espécies raras
Entre as raridades que podem ser observadas em Curitiba estão duas tamareiras, típicas da região dos oásis de zonas desérticas, localizadas na Praça Eufrásio Correia. Na mesma praça, de acordo com o documentário produzido por Cardoso, há um jatobá, espécie rara na nossa região que tem uma das madeiras mais valiosas do mundo, e que é protegido por lei.
Outras árvores incomuns na região, de acordo com Cardoso em seu livro “Árvores de Curitiba”, são uma canela-preta na floresta do Bosque Capão da Imbuia; o ameaçado de extinção louro-pardo, no Parque da Barreirinha; e um dos poucos representantes da cidade do pau-óleo, ao lado do escritório do Horto Municipal da Barreirinha.
As mais populares
Os ipês são as árvores mais produzidas e plantadas nas ruas de Curitiba, representando entre 15% a 20% do total. Só os ipês amarelos somam cerca de 10%, de acordo com Roberto Salgueiro, engenheiro agrônomo da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. “Elas são árvores nativas do Brasil, e a gente sempre prioriza as árvores nossas nas vias públicas. Elas se adaptam bem, aguentam as temperaturas curitibanas”, explica Salgueiro, que trabalha com árvores desde 1979. Ele participou do plantio de pelo menos 90% das árvores localizadas nas vias públicas da cidade.
Entre os ipês amarelos, destaca-se o localizado na Rodoviária de Curitiba. A árvore que é imune de corte é a “mãe” da maior parte dos ipês amarelos da capital paranaense. “Nós coletamos as sementes dele para produzir os ipês da cidade. É um exemplar fantástico, com uma copada bem aberta que parece um guarda-chuva. O Horto Municipal procura coletar sempre sementes da cidade, porque já estão mais adaptadas ao meio”, afirma o engenheiro agrônomo.