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Confira três roteiros de bicicleta para aproveitar a capital paranaense
| Foto: Daniel Nardes/ Gazeta do Povo

No mês de julho, a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike) registrou o aumento de 118% de vendas de bicicleta em todo o país, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em decorrência da pandemia do coronavírus, os dados apontam uma adesão maior ao modal, uma das soluções para evitar aglomerações, se exercitar de forma mais segura e aproveitar os meses de calor mais intenso que aumentaram no país com a chegada da primavera e a proximidade do verão.

Segundo o sócio da Bicicletaria Cultural em Curitiba, Fernando Rosenbaum, a bicicleta é procurada sobretudo para o lazer, visto que muitas pessoas estão trabalhando em suas casas durante este período. “Estão tirando as bicicletas que estão paradas no armário. Essa questão da pandemia se aliou ao clima de Curitiba, que no inverno foi seco, o que tem promovido bastante o uso da bicicleta”, destaca.

Propomos três rotas temáticas para fazer de bicicleta com segurança pela cidade, passando pela arte urbana, praças e espaços verdes que se destacam na primavera. Roteiros que podem ser feitos em horários alternativos e evitando aglomerações.

A primavera nas ruas

A primavera começou no final de setembro, mas devido à intensa estiagem no Paraná e ao inverno de temperaturas amenas, a floração de árvores e plantas que colorem a cidade nesta época iniciou em meados de agosto e se estende por todo o verão com diferentes espécies. Uma das mais notadas pelos curitibanos, são os ipês amarelo, roxo e branco, de floração exuberante. É provável que os amarelos ainda sejam vistos durante todo o mês de outubro, a depender do clima. Apesar da floração dessa espécie ter um ciclo rápido, a falta de chuvas e o tempo seco faz com que a flores demorem a cair. Uma dica para observar a concentração de ipês é passear pelos bairros Bacacheri, Jardim das Américas e Juvevê, lugares com ruas residenciais tranquilas para serem percorridas de bicicleta e onde essa espécie é abundante.

Mas não são apenas os ipês que florescem nessa época. Pela Avenida Iguaçu os cachos amarelos das sibipirunas, as flores lilás do jacarandámimoso e as laranjas das corticeiras – também chamadas de bico-depapagaio pelas flores e frutos lembrarem o bico das aves – podem ser admiradas. Da Avenida Iguaçu chega-se à Presidente Arthur Bernardes. N essa rua, que possui ciclovia em toda a extensão, além das árvores é possível aproveitar a primavera nos canteiros e jardins públicos, nos quais as flores típicas do inverno são substituídas pelas de primavera e verão, como as sunpatiens, petúnia, cravina e tagetes.

Segundo o diretor de Parques e Praças da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Jean Brasil, este período é um bom momento para observar as flores e plantas, uma vez que na primavera renovam-se as folhagens. “Hoje tem cerca de 400 mil flores de época plantadas em toda a cidade. Essa época é interessante porque começa a renovar as folhas, ficam mais bonitas e verdes”, destaca.

ARTE URBANA NO CENTRO

Basta percorrer as ruas de Curitiba para se deparar com diversos grafites e murais que colorem a cidade. Um sucesso ao falar de arte urbana, pela citação ao filme icônico norteamericano O Iluminado, ocupa 16 metros da lateral de um edifício visto do cruzamento da R. Tibagi com a R. XV de Novembro. Com apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, a obra é um dos painéis da cidade desenvolvido pelos artistas Celestino Dimas, Eduardo Melo – o Artstenciva – e Leandro Lesak – o Cínico. Outro desenvolvido pelo projeto está a duas quadras dali, na Marechal Deodoro, exibe o pianista e cantor americano Ray Charles sorrindo, na lateral do Edifício Muralha. Um pouco mais à frente, na mesma quadra, mas, no outro lado da rua, um painel multicolorido de 300 m², assinado pelos artistas Douglas Pereira e Renato Reno, mostra em grande escala a gralha azul, ave símbolo do Paraná.

Em frente na rua Marechal Deodoro e virando à direita na Barão do Rio Branco, chega-se à Praça Generoso Marques. Apesar da história e arquitetura da praça renderem um tempo valioso de aproximação com a memória da cidade, o que interessa neste roteiro é o painel do grafiteiro Marciel Conrado em um dos prédios que contornam a praça.

Subindo a R. Barão do Serro Azul, pela lateral da Praça Tiradentes, chegamos à travessa Nestor de Castro, outra rua que é uma galeria à céu aberto na cidade. À esquerda e à direita da rua dois murais com cenas da cidade, ambos do ceramista, muralista e desenhista curitibano Poty Lazzarotto, que regressam à história de Curitiba. No fim da rua, esquina com a Dr. Muricy, um dos murais feitos durante o Festival Street of Styles, que reúne diversos artistas nacionais e internacionais com intervenções urbanas na cidade.

| Daniel Nardes/ Gazeta do Povo

Ao descer a Al. Dr. Muricy até um dos pontos turísticos da cidade, a Biblioteca Pública do Paraná, vê-se o painel de azulejos que exibem em diversas cores uma floresta de araucárias, executado pelos artistas Alice Yamamura, Elvo Benito Damo e Maria Helena Saparolli. Em uma das paredes da Biblioteca, com 12 metros de altura, uma releitura do filme O que é que há, Gatinha?, desenvolvido pelo artista Celestino Dimas, onde um casal se beija em frente a uma estante de livros.

Rumo ao último ponto do roteiro, descendo a R. Cândido Lopes, à direita na R. Des. Ermelino de Leão, chega-se à R. Cruz Machado, onde no cruzamento com a R. Ébano Pereira, uma fachada de 1200 m² exibe os trabalhos multicoloridos dos muralistas Rimon Guimarães, Ramon Martins e Zeh Palito. No fim da jornada, é possível descansar ali mesmo na pracinha Santos Dumont antes de voltar para a bicicleta.

UM TOUR PELAS PRAÇAS

| Daniel Nardes/ Gazeta do Povo

Curitiba tem mais de 30 parques e bosques, e mais de 400 praças em toda a cidade. Um roteiro mais moderado, sendo todo o trajeto na malha cicloviária, é passando por algumas dessas praças, pontos que tornam o caminho mais verde e agradável.

Ao sair da Praça do Japão, memorial aos imigrantes japoneses da capital que possui toda a arquitetura e paisagismo inspirado na cultura do país oriental, descendo pela ciclofaixa da Av. Sete de Setembro, se passa pela Praça Oswaldo Cruz, local utilizado pelos curitibanos para a prática de esportes e lazer. Mais adiante na mesma rua chega-se à Praça Eufrásio Correia, conhecida pelos idos do século XIX como “Largo da Estação”, uma vez que ficava em frente à antiga estação ferroviária da cidade que ligava Curitiba à Paranaguá.

Seguindo pela Av. Sete de Setembro até o cruzamento com a R. Mariano Torres, à direita há uma ciclovia que mais à frente contorna o Passeio Público, onde as árvores de copa alta formam um túnel arborizado em torno do caminho. O Passeio é o parque mais antigo da cidade, inaugurado em 1886, uma das áreas verdes mais tradicionais de Curitiba.

Adiante na ciclovia, passa-se pelo Memorial Árabe na Praça Gibran Khalil Gibran e começa-se a acompanhar as margens do Rio Belém. Este trecho arborizado do trajeto, nesta época do ano, está repleto de amoras para serem colhidas direto do pé. Os espaços verdes ao longo da ciclovia percorrem a Praça Jardim de Sofia e a Praça Francisco Cunha Pereira até chegar ao Bosque Papa João Paulo II, espaço de mata preservada com araucárias e memorial aos imigrantes poloneses. No final deste roteiro, descanse experimentando o “doce do papa” folhado recheado de creme de nata típico da culinária polonesa.

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