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Secretário de Segurança Pública, Wagner Mesquita, e comandante-geral da PM, Maurício Tortato. | Henry Milleo/Gazeta
Secretário de Segurança Pública, Wagner Mesquita, e comandante-geral da PM, Maurício Tortato.| Foto: Henry Milleo/Gazeta

Quatro grupos ou entidades ligados a policiais emitiram nota, nesta segunda-feira (31) e terça-feira (1º),em que apresentam visões divergentes a respeito da rixa entre o secretário de Segurança Pública, Wagner Mesquita, e o comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Maurício Tortato. Enquanto duas entidades defendem o oficial da PM, as duas manifestam apoio ao secretário. O mal-estar entre Mesquita e Tortato foi relatado pelo colunista Celso Nascimento, da Gazeta do Povo, que apontou que o secretário estaria articulando apoio de deputados para derrubar o comandante da PM.

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A Associação dos Oficiais Policiais e Bombeiros do Paraná (Assofepar) confirmou os rumores que apontam a articulação de Mesquita e defendeu a exoneração do secretário. “Esperamos que o governador Beto Richa [PSDB] esteja sensível a isso e substitua o secretário de Segurança com a maior brevidade possível. A área de segurança pública merece respeito! A PM do Paraná merece respeito! Os militares estaduais merecem respeito”, consta da nota.

A Assofepar argumenta que “é evidente a falta de consideração do secretário para com a Segurança Pública, com a PM e com os militares estaduais” e aponta que “o compromisso e o sacrifício dos militares estaduais têm assegurado a governabilidade deste Estado, o exercício dos poderes constituídos e a preservação da ordem pública”.

O Movimento pela União das Praças da PM e dos Bombeiros emitiu nota nesta terça-feira, em que destaca que Tortato tem “construído, em décadas de serviço, uma história de dedicação, integridade e honradez” e aponta que os policiais respaldam a atuação do comandante da PM. O coletivo também destacou os esforços de Tortato no sentido de garantir a promoção e a formação continuada dos praças.

Versão diferente

Outra entidade, a Associação dos Praças do Paraná (Apra-PR) minimizou o embate entre Mesquita e Tortanto, apontando que ambos negaram a rixa. Em nota, a Apra-PR desqualificou o que chamou de “ilações” e manifestou apoio ao secretário Wagner Mesquita.

“Não identificamos que haja qualquer postura do secretário de Segurança que desprestigie a PM do Paraná, ao contrário, tivemos investimento em coletes balísticos, viaturas, pistolas [da marca] Glock, etc”, consta de nota assinada pelo presidente da entidade, Orélio Fontana Neto. “Da mesma forma, não verificamos nenhuma postura de desconforto do coronel Tortato para com o secretário de Segurança Pública.”

A Apra-PR avalia que não há um desprestígio da PM e defende a união. “Quem entende minimamente de segurança pública deve compreender que a atuação da Polícia Civil e Militar são diferentes e, portanto, possuem orçamentos diferentes. Agora, alimentar desconforto e veicular discussões não pertinentes certamente não fortalecem a segurança pública, ao contrário, criam monstros onde não precisamos, basta de detração e especulações vazias”, diz a nota.

Nesta terça-feira, o Fórum de Entidades Representativas dos Policiais e Bombeiros Militares publicou uma carta aberta, em que afirma que Mesquita “vem conduzindo de forma democrática e institucional a sua pasta, bem como sempre se demonstrou disposto ao diálogo com as entidades”. No documento, o fórum afirma representar “a maioria imensa das entidades classistas no Paraná”.

O grupo também entende que Tortato deve ser aposentado compulsoriamente, de acordo com a legislação, e destaca que a PM tem quadros qualificados para substituí-lo. “A permanência após esse prazo [de aposentadoria] é uma excepcionalidade e pressupõe que nenhum oficial da ativa tenha condições de conduzir a centenária PMPR, o que não é verdade, tanto a permanência, quanto a renovação são possíveis, sem a PM do Paraná perder seu rumo”, consta da carta.

Tortato pediu a PMs que pressionem deputados e membros do governo

Ao longo do fim de semana, agentes da PM receberam via WhatsApp um pedido de apoio político de Tortato. Dois oficiais confirmaram que as mensagens continham pedido para que eles pressionassem diretamente deputados ou membros do alto escalão do governo, pedindo apoio ao comandante-geral da PM.

A nomeação do comandante da PM é uma prerrogativa do secretário de Segurança Pública. Segundo a coluna de Celso Nascimento, no entanto, Tortato tem livre e direto trânsito com o governador, o que blinda o atual comandante de ser exonerado por Mesquita.

Por meio de nota emitida na ocasião da publicação da coluna, a Sesp negou “qualquer discriminação e crise com o comando da PM” e disse que o trabalho conjunto com a PM e a Polícia Civil “é de extrema importância para a política de segurança pública”. A PM, por sua vez, disse que a relação entre o comando e a Sesp “opera-se com base na cordialidade, no respeito mútuo e na observância de legítimos fundamentos institucionais”.

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