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Beto Richa, ex-governador. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Beto Richa, ex-governador.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O ex-governador Beto Richa (PSDB) afirmou, em entrevista à RPC nesta quarta-feira (6), que foi traído por Maurício Fanini, ex-diretor da Secretaria de Estado da Educação (Seed) no seu governo. A declaração é uma resposta às acusações feitas por Fanini em uma proposta de delação premiada apresentada à Procuradoria-Geral da República (PGR).

O acordo ainda não havia sido fechado tampouco homologado pela Justiça. A RPC teve acesso, com exclusividade, ao teor da proposta de colaboração, que foi divulgada no Paraná TV da terça-feira (05).

Beto Richa negou que tenha tentado interferir na operação Quadro Negro, que apura desvios em obras de escolas, para livrar Fanini da prisão. Durante a entrevista, Richa classificou as afirmações de Fanini como “levianas”, dizendo que o ex-diretor busca “escapar da cadeia terceirizando o problema”. “Esses fatos são inexistentes. Ele teve muito tempo na cadeia para inventar uma novela mexicana. Essa delação não pode ser homologada porque não há um elemento que comprove todas essas mentiras”, afirmou.

“Quem abriu toda essa investigação fui eu. Ninguém foi poupado. Essa tentativa de delação é também uma espécie de retaliação, de vingança”, disse o ex-governador.

Richa afirmou ainda que são “mais uma mentira” as informações apresentadas por Fanini a respeito da captação de recursos para suas campanhas eleitorais. “Sempre montamos comitês especificamente para isso. Nunca houve participação do Ezequias [Moreira] ou do Deonilson [Roldo] na arrecadação de dinheiro. As prestações de contas das minhas campanhas são as mais detalhadas entre os candidatos”, disse.

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Relações familiares

O ex-governador afirmou, ainda, que não sabia da conduta de Fanini e que, por isso, mantinha uma relação de amizade com ele. “Me decepcionei. Quem nunca foi traído? Até então eu nunca havia ouvido um ruído sequer que desabonasse a conduta dele”, disse.

Ainda tratando de sua relação pessoal com Fanini, Richa comentou as mensagens enviadas por sua mulher, Fernanda Richa, à esposa do ex-diretor, Betina. Nas conversas, apresentadas na proposta de delação premiada, Fernanda pede a Betina que mantenha “a calma e a serenidade”. Veja mais detalhes aqui.

“Quem conhece a Fernanda sabe que essas mensagens eram uma expressão de solidariedade a uma família que estava passando por muitas dificuldades”, disse.

Compra de apartamento

O tucano também rebateu as acusações de que R$ 500 mil teriam sido pagos para a compra de um apartamento para seu filho, Marcello Richa. Durante a entrevista, Richa apresentou um documento que, segundo ele, é a escritura do imóvel, comprovando que os valores acertados com o antigo proprietário foram pagos por meio de transferências bancárias. Ele disse que entregará o documento ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) na próxima sexta-feira (08).

O ex-governador também desqualificou as acusações de que Fernanda teria pedido mil dólares para a viagem de seu outro filho, André, para o Peru, a Fanini. “É um absurdo, a minha família não precisa disso. Faço viagens para o exterior todos os anos porque tenho condições para isso.”

À RPC, a defesa de Fanini afirmou que Richa “tem direito à defesa e de dizer que ele é um bandido”. A respeito dos fatos citados na proposta de delação, entretanto, a defesa disse que o ex-diretor não está terceirizando suas ações mas, apenas, “trazendo à tona os beneficiários de seus crimes”.

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