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Abib Miguel, conhecido como Bibinho, é acusado de comandar um esquema de desvio de recursos públicos. | Antônio More/Gazeta do Povo
Abib Miguel, conhecido como Bibinho, é acusado de comandar um esquema de desvio de recursos públicos.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço policial do Ministério Público, cumprem na manhã desta segunda-feira (13) sete mandados de busca e apreensão em propriedades de Abib Miguel, conhecido como Bibinho, ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná, acusado de comandar um esquema de desvio de recursos públicos revelado em 2010 pela série Diários Secretos, realizada pela Gazeta do Povo e pela RPC.

As informações preliminares indicam que os promotores buscam provas de corte ilegal de madeira em áreas que estão bloqueadas pela Justiça. Decisões judiciais mantêm sequestrados os bens de Bibinho, como forma de garantir eventuais ressarcimentos aos cofres públicos. As buscas acontecem em Curitiba e Rio Azul, no interior do Paraná.

Operação Castor

A operação ganhou o nome de Castor, mas se trata da segunda fase da Operação Argonauta, que prendeu Bibinho no aeroporto de Brasília em novembro de 2014, ao receber uma mochila com R$ 70 mil. O ex-diretor já foi preso diversas vezes desde 2010 e aguarda julgamento em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica. Ele chegou ser condenado em dois processos criminais, mas as sentenças foram anuladas pelo Tribunal de Justiça e voltaram para a primeira instância.

O coordenador do Gaeco, procurador Leonir Batisti, conta que a equipe recebeu uma denúncia, semanas atrás, de que madeira estava sendo retirada de uma propriedade em Rio Azul. A fazenda tem uma área de reflorestamento, com pinus e eucaliptos.

A investigação apontou que o ex-prefeito de Rio Azul Vicente Solda seria responsável pelo corte. Acusado de contratações irregulares, ele perdeu o mandato de prefeito em 2010, e em 2016 teve os bens bloqueados em processo sobre fraude na compra de patrolas.

Buscas

De acordo com o jornal Hoje Centro Sul, o Gaeco fez busca e apreensão em uma empresa que pertence a Vicente Solda. Segundo o Ministério Público, um dos sócios é o atual prefeito da cidade, Rodrigo Solda, filho de Vicente. Na prefeitura de Rio Azul, a informação pela manhã foi de que o prefeito estava em viagem e só poderia ser contatado à tarde. Em contato posterior, foi informado o telefone do advogado dele, mas o aparelho está desligado.

Também está sendo apurada a denúncia de corte ilegal em uma propriedade de Bibinho em Rebouças. Segundo Batisti, a operação visa a mensurar a extensão da retirada de madeira de áreas que estão indisponíveis por decisão judicial. Algumas propriedades tiveram, recentemente, o leilão marcado, mas o processo foi interrompido pela Justiça.

A defesa de Abib Miguel informou ao Paraná TV 2ª Edição, da RPC, que ainda não apresentou as alegações finais no processo e por isso prefere não se manifestar.

Relação de longa data

A equipe do Gaeco encontrou na casa dos Solda um quadro com uma foto de Bibinho e um porta-retrato em que ele aparece cumprimentando o ex-prefeito.

Para o Ministério Público, são provas importantes da relação próxima e indicariam que a retirada da madeira estava sendo feita a mando do ex-diretor e, assim, desqualificar qualquer argumento de corte não autorizado.

Folha da Assembleia

A relação dos Solda com Bibinho é de longa data. O ex-prefeito chegou a constar na folha de pagamento da Assembleia Legislativa. Documentos revelados pela série Diários Secretos mostram que ele foi exonerado em 2006.

Também o atual prefeito já esteve na lista de servidores do Legislativo estadual. Ele foi nomeado em 2007, vinculado à diretoria-geral, à época comandada por Bibinho.

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