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Cármen Lúcia, ministra do STF. | Nelson Jr./SCO/STF (04/12/2018)
Cármen Lúcia, ministra do STF.| Foto: Nelson Jr./SCO/STF (04/12/2018)

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e decidiu abrir 19 inquéritos a partir das informações coletadas na delação premiada de Daniel Gonçalves Filho, primeiro delator da Operação Carne Fraca. Os inquéritos estão sob sigilo e tramitam no Supremo porque envolvem autoridades com foro privilegiado.

O acordo de delação premiada, que cita supostos pagamentos em espécie de empresas do setor alimentício para o deputado federal Osmar Serraglio (MDB-PR), foi homologado pelo ministro Dias Toffoli. O caso migrou para Cármen Lúcia depois que Toffoli assumiu a presidência do STF, em setembro do ano passado.

A operação cercou os maiores frigoríficos do país e um suposto esquema de corrupção e indicações políticas no Ministério da Agricultura, em especial no Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Além de funcionários da JBS, estão na mira pessoas da gigante BRF.

Políticos citados pelo delator

Principal delator da Operação Carne Fraca, Daniel Gonçalves Filho contou que repassava dinheiro de empresários para um grupo de deputados federais do Paraná. Durante audiência em 2018 com o juiz federal Marcos Josegrei da Silva, em Curitiba, o delator acabou citando o nome do deputado federal João Arruda (MDB-PR), sugerindo que o eemedebista está entre os beneficiados.

Arruda disse na ocasião que “é desafeto do delator” e que, “por isso, o agente faz acusações sem provas e motivado por sentimento de vingança”.

O deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR) também foi apontado por delatores da operação como beneficiário de propina. Na ocasião, o parlamentar se defendeu e reclamou do que considera uma espécie de “condenação antecipada”.

O que mais o delator conta sobre o esquema

O direito a passar para o regime de prisão domiciliar era um dos itens do acordo negociado com procuradores e delegados da Polícia Federal da Carne Fraca, deflagrada em 17 de março de 2017, quando Daniel Gonçalves Filho foi preso. Ele é acusado de participar de esquema de corrupção na unidade do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Paraná.

Segundo Gonçalves Filho, Serraglio seria um de seus “padrinhos” no cargo. Ao lado de Maria do Rocio Nascimento, ex-chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal, eles controlavam indicações de funcionários e facilitavam a atuação irregular de frigoríficos e empresas do setor alimentício.

Outro lado

Procurado pela reportagem, Serraglio disse que a delação de Daniel Gonçalves Filho é “leviana” e “criminosa”. “Nunca recebi nada nem dele nem de nenhuma empresa. Espero que eu não esteja nesta lista (de inquéritos abertos), porque nunca fui ouvido”, comentou o parlamentar.

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