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 | Jonathan CamposGazeta do Povo
| Foto: Jonathan CamposGazeta do Povo

Eduardo Fernandes Paim, que já foi chefe de gabinete do ex-deputado estadual Valdir Rossoni (PSDB) e acabou citado no âmbito da Operação Quadro Negro, ganhou um cargo comissionado na Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná (Agepar). O decreto foi assinado no último dia 21 pelo governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), e pelo secretário-chefe da Casa Civil, Guto Silva (PSD). A nomeação, porém, foi anulada - consta no Diário Oficial desta terça-feira (26).

Paim foi nomeado para um posto de “gerente”, com simbologia DAS-1, correspondente a um salário de quase R$ 11 mil. No entanto, o decreto que o nomeou foi tornado sem efeito, conforme publicação no Diário Oficial assinada pelo governador do Paraná em exercício, Darci Piana, e por Guto Silva. 

A medida veio em resposta à reação negativa, conforme pontuou o Palácio Iguaçu, em nota: “Houve questionamentos sobre a validade da indicação e a decisão do governador do Paraná foi por tornar o decreto de nomeação sem efeito”. A Gazeta do Povo não conseguiu o contato de Paim. 

A indicação teria partido da própria Agepar, que desde o início do ano tenta recompor os quadros. O atual diretor-presidente da Agepar, Omar Akel, foi nomeado para a cadeira em abril do ano passado, ainda na gestão Beto Richa (PSDB), para um mandato de três anos. 

Paim está entre os citados da delação – homologada em 2017 – do empresário Eduardo Lopes de Souza, dono da Valor Construtora, empresa que esteve no centro da Operação Quadro Negro, um dos maiores escândalos de corrupção no segundo mandato de Beto Richa no governo do Paraná. 

Na condição de chefe de gabinete de Valdir Rossoni, Paim era quem cuidaria dos repasses de dinheiro ao parlamentar, desviado dos contratos que a Valor Construtora firmava com o poder público para reforma e construção de escolas, segundo o delator. Rossoni e Paim já negaram terem cometido crimes. 

Em determinado trecho da delação, Eduardo Lopes de Souza conta que “depois de uns três meses que eu comecei a trabalhar em Bituruna [base eleitoral de Rossoni], o Eduardo Paim virou para mim e falou “só por amor não existe” e pediu que eu fizesse uma colaboração “por fora para ele”. “Eu perguntei se R$ 5 mil ajudaria, e ele disse sim, desde que fosse todos os meses. Eu entreguei esse dinheiro para ele ao longo de um ano”, continuou o delator. 

Nas eleições de outubro de 2018, Rossoni tentou se reeleger deputado federal, mas não obteve votos suficientes, e ficou na suplência. Na época da campanha eleitoral, embora sua legenda tenha formalmente se unido à candidatura de Cida Borghetti (PP), Rossoni deu apoio ao nome de Ratinho Junior.

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