Como foi o 1º dia sem os médicos cubanos na cidade mais atingida no Paraná

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A divergência dos governos de Cuba e Brasil, que culminou com a retirada dos profissionais de saúde do país caribenho do programa Mais Médicos, refletiu de maneira forte em Ponta Grossa. A cidade perdeu 56 médicos, que se preparam para deixar a cidade. Eles, que atuavam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município dos Campos Gerais, interromperam seus trabalhos nesta terça-feira (20).

Como medida emergencial, a Secretaria Municipal de Saúde se prepara para remanejar os médicos brasileiros que já atuam na cidade. É o que conta Robson Xavier da Silva, Secretário Adjunto da gestão de Saúde. “Essas medidas de remanejamento começarão a ser tomadas a partir de quinta-feira [dia 22 de novembro], mas levará alguns dias para ser concluído”.

Enquanto isso, as UBS já sentem os efeitos da falta de médicos. Kaya Bastos, enfermeira responsável pela Unidade de Saúde Roberto de Jesus Portela, no bairro da Ronda, relata que dois dos três médicos que atuavam na região eram cubanos. “Estamos ligando para os pacientes que estavam com atendimento marcado para adiar as consultas. Os casos de urgência, atendimento de crianças e receitas controladas estão recebendo prioridade”, explica. Ainda segundo Kaya, haverá sobrecarga, visto que a unidade tem somente um médico, mas destaca que o movimento tem sido tranquilo e que “ninguém saiu sem atendimento”.

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Em outras unidades a situação é mais complicada. Em postos da região oeste da cidade de Ponta Grossa, apesar de os profissionais cubanos terem adiantado algumas consultas antes de finalizar os trabalhos na terça-feira, fontes ligadas às UBS declaram que alguns pacientes já ficaram sem atendimento na manhã desta quarta-feira (21). Além disso, como as agendas dos médicos está lotada, algumas consultas não estão sendo remarcadas nesses postos, mas encaminhadas às UPAs.

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A Secretaria de Saúde informou que aguarda o desenrolar do edital do governo federal, anunciado em Diário Oficial nesta terça-feira (20), incluindo as 56 vagas para Ponta Grossa. A expectativa é que os médicos iniciem suas atividades no dia 3 de dezembro. Até o ingresso desses profissionais, Robson Teixeira sugere que, para além do remanejamento para o atendimento primário nas unidades de saúde, outra opção é um regime de escalas de médicos com previsão de hora extra nos postos. A alternativa, entretanto, ainda não foi oficializada.

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Com a saída dos cubanos, Ponta Grossa perde 75% dos médicos de 80 que trabalham nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Conforme a Secretaria Municipal de Saúde e a prefeitura, os postos abrem normalmente para atender a população das 8h às 12h e das 13h às 17h, visto que em muitos casos as enfermeiras podem fazer o atendimento baseadas nos protocolos de saúde.